31 dias em Nova York: Tribeca

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Essa é uma das vantagens de visitar Nova York por 31 dias: a oportunidade de conhecer bairros e lugares fora do “circuito turístico” tradicional, com tranquilidade e tempo.

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Hoje vamos compartilhar um pouco sobre nossas “andanças” pelo TRIBECA, ou TriBeCa (TRIangle BElow CAnal Street, ou simplesmente “Triângulo Abaixo da Rua do Canal”), bairro localizado na região centro-sul de Manhattan, limitado ao norte pela Canal Street, ao Sul pelo Park Place, a leste pelo Rio Hudson e oeste pela Broadway.

Anos atrás era conhecido pelo seu distrito industrial e pelos inúmeros armazéns, e após intensa revitalização nas últimas décadas, TRIBECA é hoje um dos bairros mais nobres e caros de Nova York, com seus apartamentos de milhões de dólares, restaurantes de luxo, lojas e galerias.

O bairro também é conhecido pelo famoso “Festival de Cinema de Tribeca” (este ano ocorreu entre os dias 16 a 25 de abril), fundado em 2001 pelo ator Robert De Niro, pela produtora cinematográfica Jane Rosenthal e pelo investidor Craig Hatkoff, para revitalizar a região atingida pelos atentados terroristas de 11 de setembro contra as “Torres Gêmeas”.

Dizem que é possível encontrar pelas ruas do Tribeca famosos de Hollywood como Gwyneth Paltrow e Harvey Keitel.

Infelizmente não tivemos essa sorte!!

Chegar no TRIBECA é muito fácil e a melhor maneira é via metrô:

  • Linhas 1 e 9 com paradas na Canal St, Franklin ou Chambers;
  • Linhas Expressas 2 e 3, somente na Chambers;
  • C e E na Canal St, nas proximidades da West Broadway.

Nesse nosso roteiro, ideal para a metade de um dia, iniciamos nossa caminhada a partir da estação do metrô da Canal Street, pela linha 1, partindo do Harlem, norte de Manhattan, onde estávamos hospedados.

Como primeiro “pit stop”, visitamos a “LADDER COMPANY 8“, (14 N. Moore St). E o que há de tão especial nesse local?

Bem, podemos dizer que boa parte do filme Ghostbusters (Caça-Fantasmas), o clássico de 1984, foi filmado nesse local, um típico “quartel-general” do Corpo de Bombeiros novaiorquino.

Para os cinéfilos de plantão e fãs da franquia, como nós, foi puro deleite!!

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“Dogs and cats living together! Mass hysteria!” Dr. Peter Venkman (Bill Murray)

Infelizmente o prédio encontrava-se fechado, impedindo nossa visita e contato com os bombeiros daquela fração, mas valeu pelas fotos e pela nostalgia. Impossível sair do lugar sem ouvir aquela velha música na cabeça:

“If you’rs seein’ things runnin”through your head

Who you an you call (Ghostbusters)

An invisible man sleepin’in your bed,

oh who you gonna call (Ghostbusters)”

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I can’t hear you… (ghostbusters) Who you gonna call (ghostbusters) Louder ghostbusters Who you gonna call (ghostbusters) Who you can call ghostbusters… (till fade)

Depois do “Momento Cinéfilo” do dia e o sentimento de nostalgia anos 80, resolvemos caminhar pelas ruas do bairro sem muita preocupação. Ao contrário das ruas lotadas de turistas de Midtown e imediações, Tribeca possui ruas tranquilas, na maioria das vezes ocupada por pessoas que realmente residem ou trabalham na região.

Sugerimos iniciar pela “Brandy Library” (25 N Moore St), ideal para aquela “Happy Hour” regada a deliciosos coquetéis, vinhos criteriosamente escolhidos e cervejas especiais.

Logo a frente, no número 32, temos a famosa loja de brinquedos “Playing Mantis“, especializada em brinquedos feitos pelas mãos de artesãos do mundo todo, onde é possível encontrar fantoches, cavalos de madeira, caixas de músicas, trens e tantos outros que nos remetem a uma época em que os brinquedos eram repassados de pai para filho.

Vale a visita!!

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De volta aos bons e velhos tempos!!

Do outro lado da rua, a famosa “Cheryl Hazan Gallery“,  galeria de arte muito bem recomendada pelos sites de turismo e arte de Nova York, especializada em arte contemporânea, com exposições tanto de artistas emergentes quanto consagrados.

Já no número 41, a tradicional loja de molduras “Steven Amedee“, com preços para deixar qualquer um de “cabelo em pé”.

É bom lembrar que a região do Tribeca também é conhecida pelos preços altíssimos dos imóveis, que chegam facilmente aos milhões de dólares. Não é a toa que ícones do cinema americano, como Robert De Niro e Leonardo Di Cáprio, possuem imóveis na região.

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Ideal para os apreciadores de arte contemporânea

Na esquina da N Moore St e Hudson St, duas ótimas sugestões gastronômicas:

  • No número 121 da Hudson St, o Mr Chow, famoso e renomado restaurante especializado na gastronomia chinesa, inaugurado em 2006 e muito frequentado por artistas das indústrias da arte, moda e música. Com sua decoração diferenciada e preços salgados, tem como prato referência o “Pato Pequim”.
  • Já no número 120 da Hudson St, o Bubby’s Tribeca, inaugurado em 1990, restaurante “descolado” especializado na comida tradicional americana (ou seja, com muitas calorias!!), com seus preços em conta e o excepcional “brunch” de domingo, sempre recomendado pelos blogs de viagem.

No entanto, por azar do destino, o Bubby’s encontrava-se fechado para reforma.

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Hora do lanche!!

Ao chegar na esquina da N Moore St com a Hudson St, sugerimos duas opções:

  • Seguir adiante até o Hudson River Park (de preferência Pier 25 ou 26) para admirar as belas paisagens e tirar muitas fotos do segundo maior parque de Nova York, perdendo em extensão apenas para o Central Park. Caso prefira explorar a região alugando uma bicicleta, vale a pena procurar o Pier 86.
  • Seguir adiante pela Hudson St, sentido centro financeiro, que foi a nossa opção.

No número 119 da Hudson St, não deixe de admirar a “Flagship Store“, loja de moda do estilista japonês Issey Miyake, e suas instalações metálicas criadas pelo arquiteto Frank Gehry. O interior da loja é outro espetáculo a parte.

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Inspiração japonesa em NYC!!

O Edifício Bendheim, localizado na 122 Hudson St, abriga um salão de exposições com mais de 2 mil amostras de vidros, de todos os tipos, tamanhos e formatos imagináveis.

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Para os adeptos da alta gastronomia japonesa, não deixe de visitar o “Nobu” e/ou “Nobu Next Door” (105 Hudson St), com seus pratos criativos e de excelente qualidade, muito bem frequentado e com ambiente agradável.

  • Dica 01: Prepare seu bolso!!
  • Dica 02: Não vá para comer “sushi” ou “temaki”. Prefira o “menu do chef”, de custo intermediário e geralmente composto de 5 ou 6 pratos quentes/frios.

Torça para visitar o restaurante no período do “Restaurant Week“, com preços muito mais em conta, sendo que o “Nobu” tradicional participa com pratos no almoço e o “Nobu Next Door” no jantar.

Detalhe: caso a casa esteja cheia, você pode deixar o seu número de telefone com o garçon e continuar sua caminhada pelo Tribeca. Liberando uma mesa, você será acionado imediatamente!!

No número 81, esquina com Harrison St, caso queira matar sua sede com uma bela breja gelada, acompanhada de um excelente sanduíche na hora do almoço ou tira-gostos tipicamente americanos na “Happy Hour”, não deixe de visitar o “Puffy’s Tavern“. Com ambiente casual, que nos remete aos anos 50, é uma excelente opção para reunir os amigos após um dia intenso de atividades turísticas pelo Tribeca.

E no número 77 da Hudson St, outra ótima opção, o Zutto, primeiro restaurante japonês do Tribeca e favorito de John F. Kennedy Jr, que morava praticamente ao lado.

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O preferido de John F. Kennedy Jr

A partir da Hudson St com Jay St já é possível visualizar a One World Trade Center. E caso tenha oportunidade de visitar o “World Trade Center Memorial”, repare nas inúmeras fotos e filmagens que um dos isolamentos de perímetro utilizados durante os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 fora exatamente nessa região do Tribeca.

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Vista privilegiada do One World Trade Center

No número 105 da Hudson St, o famoso Powell Building e seus apartamentos na faixa dos milhões de dólares, construído em 1892 por Carrere&Hastings, os mesmos que projetaram a “New York Public Library” e o “The Frick Collection“.

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Agora é só procurar a imobiliária mais próxima!!

Na esquina da Hudson St com a Duane St, parada obrigatória no Duane Park. Tanto a rua quanto o parque são homenagens a James Duane (1733-1797), primeiro prefeito de Nova York após a Guerra Revolucionária. Curiosidade: O parque foi comprado em 1797 por míseros 5 dólares.

Aproveite para fotos com a One World Trade Center ao fundo.

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Aproveite a oportunidade para apreciar sem moderação um dos bairros mais seguros de Nova York.

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Encerramos nossa caminhada no “Bogardus Garden“, localizado na 133 Reade St, uma homenagem a um dos arquitetos mais importantes do século 19 de Nova York, e pioneiro da “arquitetura do ferro fundido”.

 Não é a toa que James Bogardus é considerado por muitos o “pai dos arranha-céus”

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Bogardus Garden

O “Bogardus Garden” é o local ideal para aquele café e a prática do inglês junto a residentes do bairro ou turistas de todo o mundo, ou ainda para utilizar o wi-fi gratuito e compartilhar algumas belas fotos do Tribeca.

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Tenha cuidado com as rígidas regras do local, que incluem não alimentar pombos, não fumar e manter a limpeza impecável.

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Após um dia extremamente proveitoso, seguimos caminho para o Central Park… Mas isso fica para uma outra história!!

See you soon!!

31 Dias em Nova York: Jackson Heights, uma região multicultural

Por Fábio Almeida

A grande vantagem de permanecer 31 dias em Nova York, sendo essa inclusive a 3ª vez na BIG APPLE, é a oportunidade de visitar e conhecer com calma as inúmeras regiões fora do circuito turístico.

Realmente é muito bacana passear pelas luzes da Times Square, subir até o 86 andar do Empire State Building ou visitar a Estátua da Liberdade.

Mas garanto a cada um de vocês: Nova York é muito mais que a Brooklyn Bridge, os shows da Broadway e os passeios pelas ruas lotadas de turistas de Midtown/Manhattan.
Hoje, vamos compartilhar uma experiência muito bacana, numa região pouco visitada por turistas, onde você tem a oportunidade de conhecer um pouco do dia a dia do verdadeiro nova-iorquino, principalmente o imigrante que deixou suas longínquas terras em busca do “sonho americano”.

Vamos falar um pouco sobre o bairro de Jackson Heights, intitulado “área multicultural do Queens“, conhecido pela sua diversidade étnica e cultural, pela sua vida noturna agitada e pela sua gastronomia diferenciada.

Resolvemos visitar Jackson Heigths em um sábado, logo após um intenso e inesquecível passeio pelo bairro Astoria (Para saber mais sobre Astoria, clique aqui).

Como na maioria das regiões de Nova York, a melhor maneira para chegar no Queens e consequentemente no bairro Jackson Heigths é via metrô. Existem várias linhas, onde destacamos as linhas V, R, G, E, F e a principal delas: 7, saindo da Times Square e chegando até a estação Roosevelt Avenue.

O trajeto não dura mais de 25 minutos.

Iniciamos nossa caminhada pela Roosevelt Avenue, onde deparamos com um dos inúmeros parques privados do bairro, chamados de “jardins” pelos moradores, muitas das vezes escondidos entre os prédios, e o mais interessante: em sua grande maioria, a entrada é restrita apenas para os moradores do quarteirão devidamente identificados ou convidados, fruto da origem do bairro, cujo fundador tinha como ideia principal a construção de um bairro de propriedade privada.

Caminhando pela Roosevelt Avenue é possível visualizar a aterrissagem e a decolagem dos aviões pelo “Laguardia Airport“. Trata-se de uma região tipicamente residencial, onde é muito comum você deparar com pessoas que ali residem brincando com os filhos, fazendo compras ou caminhando com seus animais de estimação.
Dez minutos de caminhada por essa região que nada lembra a “loucura” de Midtown, a primeira surpresa, que resume bem o aspecto multicultural de Jackson Heights: uma farmácia cuja placa de identificação está escrita em 3 idiomas.
Eis uma das melhores coisas para se fazer em Jackson Heights: conversar com as pessoas nas ruas, na cafeteria ou mesmo esperando o sinal verde de pedestres, nem que seja para solicitar alguma informação irrelevante. Nesse ambiente que só imaginávamos existir nos filmes de Hollywood, é possível conversar com colombianos, chineses, mexicanos, argentinos, sul-coreanos, turcos e brasileiros que residem há dias, meses e até anos em Nova York, momento único para desenvolver e aprimorar a língua inglesa. Diferenciar o sotaque em inglês dos inúmeros países é uma experiência muito bacana!
Conversando com alguns comerciantes e moradores nas imediações, é fácil constatar o diferencial dessa região: Uma loja muçulmana pode dar lugar a um restaurante turco, e uma sapataria portuguesa pode substituir uma loja de departamentos grega, ou seja, quer um pouco de cada país desse imenso planeta Terra na mesma região?
Venha para Jackson Heights.
Entre pela 37 Avenue e se delicie com calma, visitando uma loja de moda indiana, um restaurante especializado em comida das Filipinas, uma loja de celulares gerenciado por um vietnamita, joalheria especializada em Oriente Médio e até uma locadora especializada em filmes de Bollywood.

 

 

Fizemos um “Pit Stop” numa cafeteria Mexicana-Colombiana e pedimos um café espresso, acompanhado de “alguma coisa parecida” com pão de queijo.Como bom mineiro, sou apreciador inveterado de pão de queijo, acostumado ao “pão de queijo nosso de todo dia”, e estávamos há 32 dias sem degustar essa iguaria.

E o pior: para nossa decepção, o pão de queijo oferecido não passou de “coisa parecida”.

Para o roteiro gastronômico de degustação, sugerimos o Supermercado “Patel Brothers” (Verduras e legumes exóticos), o “India Sari Palace” (especializado em Sáris), o “Al Naimat” (Doces do sul da Ásia) e a confeitaria “La Paisa” (Salpicón colombiano – metade salada de fruta e metade suco).

 

Ao final de uma tarde extremamente proveitosa, ficamos com a seguinte impressão:Realmente é possível conhecer um pouco do mundo em um mesmo lugar…

E o nome desse lugar é Jackson Heights.

Até a próxima!!!

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