Bate-volta a partir da Cidade do Cabo (Chapman’s Bay, Boulders Beach e Cabo da Boa Esperança)

Bate-volta Boulders Beach

Dos passeios imperdíveis para quem está na Cidade do Cabo, um deles é fazer um bate-volta até a Boulders Beach e o Cabo da Boa Esperança, passando pela cênica Chapman’s Bay, uma estrada linda com vistas incríveis para a região. Então, se está com viagem marcada para a África do Sul, não deixe de reservar um dia para fazer este passeio.

Como ir?

Aluguel de carro: nós optamos por fazer o trajeto de carro, já que alugamos um veículo desde o momento em que chegamos no aeroporto. A estrada é excelente, mas apesar de ser bem identificada com placas, é necessário um GPS, ou pelo menos o aplicativo Waze.

Motorista: Para serviço de transfer/motorista/guia na Cidade do Cabo e regiões, indicamos o Adriano D’Arienzo: e-mail [email protected] e Whatsapp +27722585323.

City Sightseeing Cape Town: para quem não alugou carro nem contratou o serviço de um motorista/transfer, uma excelente opção é através do “red bus”. Ele sai aproximadamente das 9h de Cape Town (veja todos os horários dos pontos de embarque AQUI), e retorna no final do dia, por volta das 17:30h. A única diferença é que ele não passa pela Chapman’s Peak Drive, somente na Boulders Beach, no Cabo da Boa Esperança e no Cape Point. O valor do passe (atualizado em maio/17) é de 530Rands por pessoa, adulto, e 275Rands para criança. Para adquirir o passe com antecedência, veja AQUI.

  • Chapman’s Peak Drive (42 Rands de pedágio):

É um estrada de apenas 9 km, à beira mar, que garante aquelas vistas incríveis de cair o queixo. Passamos pela estrada durante a ida, e nosso objetivo era de passar pela mesma estrada na volta. Mas como acabamos ficando mais tempo em Simon’s Town, chegamos de noite próximo à Chapman’s Peak Drive, então decidimos ir direto e não passar por ela novamente. Mas se você voltar na parte tarde, especialmente próximo ao pôr-do-sol, vale muito a pena passar pela estrada novamente! Dizem que é o pôr-do-sol mais belo para assistir próximo a Cape Town.

Logo que você entrar na estrada, terá que pagar uma espécie de pedágio (42Rands), que vale somente para a ida.

Ao longo da estrada existem alguns mirantes que você pode estacionar o carro e admirar a vista. Um dos pontos que mais gostamos da estrada foi no mirante para admirar a Noordhoek Beach, uma praia linda que ficamos loucos para ter um tempinho extra para passar lá.

Vista para a Noordhoek Beach da Chapman’s Peak Drive, África do Sul

É um cenário belíssimo! Vale a pena incluir no roteiro! Então quando sair da Cidade do Cabo, você deve colocar no GPS ou Waze, por que a entrada para a estrada é diferente do caminho para o Cabo da Boa Esperança.

  • Boulders Beach (Ticket: 70 Rands para adulto, 35 Rands para criança):

A Boulders Beach foi algo que marcou muito a imagem que tínhamos da África do Sul, pois sempre víamos fotos de uma praia cheia de Pinguins, e que era localizada próximo à Cidade do Cabo. E a gente achava isso tão exótico! Como assim uma praia (presume-se calor!) cheia de pinguins que teoricamente são animais que gostam de frio??? Pois é… sabe aquele tipo de coisa que você só acredita vendo? Era sim com a Boulders Beach.

O pinguim-africano é uma espécie que infelizmente encontra-se ameaçada de extinção. São vários os fatores que contribuem para isso: pesca comercial predatória, que diminui a quantidade de peixes que os pinguins se alimentam, coleta ilegal de ovos, predadores naturais, e acidentes marítimos (derramamento de óleo no mar, etc). Neste contexto, estima-se que a população dos pinguins africanos diminuiu cerca de 98%.

Mas como estes pinguins chegaram até a costa da África do Sul? Em meados do ano 1983, chegou o primeiro casal de pinguins no local, depois mais um casal, sendo que pouco tempo depois tiveram filhotes, e assim foram chegando outros pinguins através de migração, até estabeleceram a colônia. Em dez anos, já tinham migrado cerca de 2.000 pinguins para o local, sendo que em 2011, contaram cerca de 2.300 pinguins.

O lugar é de fácil acesso para cadeirantes, como se vê das passarelas abaixo:

Chegando próximo à Boulders Beach, você pode deixar seu carro no estacionamento que é pago de maneira colaborativa (você paga o tanto que achar merecido). Com o senhor que tomava conta dos carros no dia era muito simpático, para terem ideia, deixamos 20 Rands (que é o dobro do valor dos estacionamentos próximo ao Waterfront, na Cidade do Cabo). De lá, você segue a pé até o ponto de acesso aos pinguins.

Existe uma primeira entrada à esquerda, logo depois da placa indicativa da praia, que possui uma passarela de madeira, chegando a um ponto cheio de pinguins! Nós passamos neste ponto no retorno, quando já tínhamos visitado o local específico para banho no mar. Mas é importante dizer que neste primeiro ponto de acesso, você só vê os pinguins de um deck, não pode chegar perto deles, e inclusive, eles pedem para não tirar selfie com estes animais fofos! 🙁 Claro, para evitar acidentes e não estressar os animais! Lembrem-se que eles estão em seu habitat, são animais não domesticados, e alguns deles até bicam se você chegar muito perto.

Vista para Boulders Beach, na África do Sul

Na Boulders Beach, onde você pode nadar na praia, ficam poucos pinguins. E é exatamente nesta parte que você chega mais próximo dos animais. Mas lá, não tem nenhuma estrutura. O ideal é levar algum lanche e suas bebidas (na África do Sul, não é permitido o consumo de álcool em lugares públicos, e em praias eles ficam ainda mais atentos! Encontramos a Lei de Proibição de álcool em lugares públicos na Cidade do Cabo, veja AQUI, no item 2.3.H, e veja mais AQUI. Mas não encontramos a Lei de Proibição no País). Próximo a esta parte da Boulders Beach tem o Boulders Beach Lodge and Restaurant, veja o menu AQUI. Nós não almoçamos lá, então não temos como avaliar se é bom ou não. Mas caso a fome aperte, saiba que existe este restaurante lá perto.

Pinguim da Boulders Beach

Ah! Um detalhe: a água das praias na África do Sul é gelada! E em Boulders Beach, a praia dos pinguins, não poderia ser diferente: gelada! Só conseguimos molhar os nossos pés! 🙂

Depois que curtimos um pouco esta praia, voltamos pelo mesmo caminho, mostramos nosso bilhete adquirido no ponto anterior, e entramos novamente no local dos pinguins. Neste ponto, existem muitos pinguins, mas você fica em um deck de onde é possível admirá-los:

Boulders Beach, África do Sul

Na saída da Boulders Beach, tem uma feirinha com produtos artesanais. No dia, não vimos alguma barraca que aceitava cartão de crédito, ou seja, o pagamento é feito em dinheiro. Mas tem muita coisa fofa, e percebi que eles gostam de negociar! Eles dão um preço para o produto, mas se você fala que não vai ficar, eles perguntam quanto você pode dar $.

  • Cabo da Boa Esperança e Cape Point (Ticket: 135 Rands para adulto, 70 Rands para criança)

Depois que saímos da Boulders Beach seguimos para o Cabo da Boa Esperança. E obrigatoriamente, passamos pela cidade de Simon’s Town, que acabamos parando na volta. Quem tiver mais tempo, vale a pena conhecer a cidade que é muito bonita, tem vários restaurantes, cafés e uma vista muito bonita do Pier, próximo da Marina.

O Cabo da Boa Esperança foi muito importante durante o processo de expansão marítima dos europeus, já que os Portugueses começaram a buscar novas rotas para comercializar produtos, e sua intenção era a de contornar todo o litoral africano. Entretanto, eles descobriram que o continente africano era muito maior do que se imaginava, aumentando assim o desejo por, quem sabe, contorná-lo e descobrir o que tinha ao que parecia o fim de uma rota.

Por volta do século XV, sem nenhuma tecnologia marítima, imaginem como era difícil entender e saber o que tinha do outro lado daquele ponta da África? Naquela época, mais precisamente até o ano 1519, acreditava-se que a terra era quadrada. Chegar lá e contornar aquele ponto, era uma navegação extremamente perigosa, quase um suicídio! E foi em 1488, que o português Bartolomeu Dias chegou na região com sua tripulação enfrentando inúmeras e sérias tempestades. E foi por este motivo, que o lugar foi batizado naquele momento por “Cabo das Tormentas”. E apesar das dificuldades, foi o primeiro navegador a dobrar aquele Ponto.

Mas quando Bartolomeu voltou a Portugal e contou de sua descoberta ao Rei, ele não aceitou o nome “Cabo das Tormentas”, e sim “Cabo da Boa Esperança” pelo fato de que era a tão esperada rota de caminho às Índias.

E diferente do que ficou conhecido, o Cabo da Boa Esperança não é o ponto mais extremo do continente Africano, nem tampouco o encontro dos oceanos Atlântico e Índico, e sim o Cabo das Agulhas, que infelizmente não conseguimos conhecer nesta viagem.

A entrada no Cabo da Boa Esperança e Cape Point não é gratuita. Logo que você chega na entrada, tem que pagar uma taxa de 70 Rands para criança e 135 Rands para adulto. Então é só seguir a estrada e observar as placas. Nosso primeiro ponto de parada foi no Cabo da Boa Esperança, que fica à direita da estrada. É um ponto muito procurado, fica sempre cheio de turistas, todos esperando para tirar uma foto na famosa placa do Cabo da Boa Esperança. Abaixo, uma foto do ponto para vocês terem uma ideia:

Estacionamento no Cabo da Boa Esperança, a placa e a fila para tirar fotos!

Mas a trilha para chegar até o alto da falésia não é tão fácil. O local é cheio de pedras, cascalhos e o piso desnivelado. Vá com calçado confortável!

Estacionamos nosso carro, entramos na fila para tirar foto na placa (gratuito e ninguém cobra gorjetas, etc., o turista de trás tira a foto do turista da frente), e depois fizemos uma trilha para subir em um ponto mais alto, e de lá ver um pouco do que Bartolomeu avistou ao cruzar o Cabo da Boa Esperança.

Um raro momento da Placa do Cabo da Boa Esperança sem nenhum turista para tirar fotos!

No mapa abaixo, dá para ver a localização do Cabo da Boa Esperança, do restaurante Two Oceans e o Cape Point (ou Ponto do Cabo):

Na foto abaixo, dá para ver a entrada para o Cape Point (não precisa pagar mais, é o mesmo ticket de entrada). Então, você estaciona seu veículo (gratuito), e é só seguir até a trilha que leva ao Cape Point, ou subir pelo Funicular Flying Dutchman (pago à parte), que em três minutos chega-se até a base do farol.

Cape Point faz parte do Table Mountain National Park, e foi declarado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Entrada do Cape Point, na África do Sul

Depois que estacionar o veículo, confira se o mesmo ficou fechado adequadamente, e tente não ficar muito tempo próximo ao carro. Por ali, vimos muitos babuínos que tem a fama de ser violentos em busca de comida. Vimos também alguns seguranças do local que fica tocando os babuínos. Mas eles são muito espertos e ficam atentos aos carros ou qualquer movimento dos turistas, tudo em busca de comida!

Optamos por subir de teleférico até o Farol, pois o sol estava escaldante, o que não seria agradável uma caminhada naquele momento. O ticket do funicular do Cape Point custa 65 Rands ida e volta para adulto. Veja mais informações AQUI.

Você pode baixar gratuitamente o audio tour de Cape Point em seu celular. Veja AQUI.

Depois da descoberta por Bartolomeu Dias do famoso e esperançoso “Cabo das Tormentas”, ele ficou conhecido por ser um lugar de fortes tempestades, nevoeiro e por possuir muitas rochas perigosas vindas das falésias, o que acabou causando muitos naufrágios na região. Entretanto, somente em 1859, a construção do Farol foi finalizada, a 238 metros do nível do mar, pois era o ponto mais alto do lugar, e atualmente é utilizado como monitoramento dos faróis da Costa da África do Sul.

O Point Cape está localizado na Reserva do Cabo da Boa Esperança, dentro do Parque Nacional da Montanha da Mesa, e depois da subida no Funicular, são mais 125 degraus até o topo, ou seja, no Farol, de onde você tem uma belíssima vista do Cabo da Boa Esperança e de toda a região.

Tem uma trilha que vai até a praia “Dias Beach”, mas infelizmente o tempo já estava curto para fazê-la.

Vista de Cape Point, na África do Sul
O penhasco em Cape Point

Ainda em Cape Point, você pode ter um almoço no restaurante Two Oceans que possui belíssima vista, e ainda tem uma lanchonete com lanches rápidos (pizzas, sanduíches, etc.). Como o horário da cozinha é até as 16:30h, com último pedido às 16:15h, infelizmente não tivemos como conhecer o restaurante. Mas ficamos bem satisfeitos com a pizza que degustamos da lanchonete! Ahhh… lembre-se dos babuínos! Eles ficam eufóricos perto do restaurante em busca de comida! (Mas não é algo assustador não, é só seguir as normas de segurança: não alimentá-los, evitar ficar com comida à vista, e se avistar um babuíno, tente se afastar).

Obs.: o Cape Point é um lugar que venta bastante! Então, vá preparado!

Veja mais detalhes e informações sobre o Cape Point, AQUI.

Na hora do retorno para Cape Town, paramos na Simon’s Town, que é uma cidade pequenina e portuária, super fofinha! Na verdade, não era nossa intenção parar lá, porque estávamos bem cansados. Mas acabamos parando obrigatoriamente, pelo fato de que o trânsito estava intenso! Então, optamos esperar o trânsito passar para continuarmos a viagem.

Simon’s Town, na África do Sul

Para ver mais detalhes e informações sobre Simon’s Town, acesse AQUI.

Nossa viagem à África do Sul contou com o apoio do Cape Town Tourism e do Turismo da África do Sul.

Veja os outros posts sobre a África do Sul:

Locações de Game of Thrones e a Calçada dos Gigantes, na Irlanda do Norte

Já pensou em conhecer as locações de Game of Thrones na Irlanda do Norte? Fizemos o Game of Thrones Tour e conhecemos a Calçada dos gigantes, lugares incríveis que compartilhamos aqui.

 

A Irlanda do Norte foi um dos países que mais nos surpreendeu no quesito beleza, tanto que algumas locações incríveis de Game of Thrones, série do HBO que somos fãs, e que ficamos encantados quando assistimos, tiveram a Irlanda do Norte como pano de fundo, apesar das cenas de estúdio terem sido gravadas no Titanic Studios, em Belfast.

Mas infelizmente tínhamos pouco tempo na Irlanda do Norte, gostaríamos muito de visitar algumas das locações do Game of Thrones e de conhecer pelo menos três pontos muito famosos do país, que são: Carrick-a-Rede Rope Bridge (uma ponte de cordas em um lugar de beleza indescritível), Giant´s Causeway (a Calçada dos Gigantes), e a Dark Hedges (uma estrada dramática, bucólica, que com certeza vai te impressionar!).

Mas nós não estávamos de carro, não tínhamos muito tempo, o que ficaria inviável conhecer todos estes lugares em pouco tempo! Até que descobrimos o Game of Thrones and Giant Causeway Tour que passa por todos estes pontos, por várias locações do Game of Thrones e pela Calçada dos Gigantes. Na verdade, apesar do Tour ter o nome do seriado, ele foi uma pequena apresentação da Irlanda do Norte. E acredite: você nem precisa ser amante de cinema para fazer este passeio! Altamente recomendado!

O Game of Thrones and Giant Causeway Tour foi uma cortesia do Visit Britain Shop para o Viagens e Vivências, que nos deu todo o suporte durante este viagem pelo Reino Unido. Veja nosso roteiro AQUI.

Como é o Tour?

Você pode comprar online pelo site do Visit Britain Shop, quando receberá um voucher que deverá ser apresentado ao guia do tour no dia agendado. O Tour parte às 9h em frente ao City Hall Belfast, no 9 Donegall Square (em frente ao escritório do Visit Belfast). Eles pendem para chegar com 15 minutos de antecedência, e em um micro ônibus (ou van) confortável você percorre, ao longo de aproximadamente 8 horas, todos os pontos do tour.

O tour é realizado em inglês, e o guia conta várias curiosidades do seriado Game of Thrones. E em cada lugar você tem tempo para descer, tirar fotos. Já alguns lugares que não estão inclusos no tour, o guia conta curiosidades e mostra o lugar do próprio micro ônibus.

A parada para almoço (não incluso no valor do tour) foi na Calçada dos Gigantes. Antes do Visitor Centre, tem um restaurante com excelente custo benefício, onde você pode tanto ter uma refeição quanto um lanche mais reforçado. É na Calçada dos Gigantes, também, que ficamos mais tempo em todo o tour, ou seja, foi a maior parada do nosso tour.

O valor do tour incluiu o transfer de Belfast em van (micro ônibus) que passa em todos os pontos descritos, retorno à cidade no fim do dia, bem como um guia em inglês.

Abaixo, mapa de todos os pontos que visitamos durante o tour:

Atenção: Contém spoilers***

Pontos de Parada do Tour 

  • Causeway Coastal Route

A Causeway Coastal Route é uma das mais famosas rotas costeiras do mundo. Ela começa em Belfast e vai até Londonderry, ao longo de 190 km, passando por praias, penhascos brancos, aldeias de pescadores, dentre outras paisagens incríveis! Para fazer todo o percurso da rota, conforme mapa abaixo, seria necessário mais de um dia. Mas durante este tour, passamos só por uma parte desta rota, mais especificamente de Belfast (linha vermelha abaixo) até a linha azul.

Fonte: Discover Northern Ireland
  • Glenarm

Não descemos neste local, a guia nos mostrou a primeira locação de Game Of Thrones na Irlanda do Norte apenas mostrou do interior do ônibus. Trata-se de um planalto chamado “The Valley of The Army”, ou “O Vale do Exército”, que foi o local onde Ned Stark decapitou o desertor Nights Watch em uma das primeiras cenas do episódio 01 da primeira temporada, de Game of Thrones.

Veja a cena do vídeo AQUI.

  • The Cushendun Caves

Este foi o primeiro ponto de parada específico de uma locação de Game Of Thrones na Irlanda do Norte, mais especificamente, na temporada 2, episódio 4, quando Melisandre dá à luz ao bebê sombra em uma caverna. As cavernas de Cushndun foram criadas há mais de 400 milhões de anos, em condições extremas.

Cushendun Caves, cenário de Game of Thrones na Irlanda do Norte

Veja a cena que foi gravada na caverna no vídeo abaixo (não recomendada para menores de 18 anos):

A impressão era de que as cavernas fossem menores. Mas na verdade, elas são bem grandes e altas. E não é só do lado externo, o lado interno também.

Como dá para ver na foto abaixo, em todos os pontos de locação de Game Of Thrones na Irlanda do Norte existe uma placa indicativa e informativa da cena.

Cushendun Caves, cenário de Game of Thrones na Irlanda do Norte
  • The Carrick-a-rede Rope Bridge

Este é um dos pontos mais belos do tour, e o segundo ponto de parada mais longo do dia. O micro ônibus estaciona na porta de entrada do local, que está a uns 25 minutos de caminhada (1,6km) até a ponte de corda. E o trajeto é belíssimo! Trata-se de penhascos brancos que vão margeando o Oceano Atlântico, em uma paisagem de cair o queixo:

Penhascos Brancos da Irlanda do Norte próximo a Carrick-a-Rede

Se você estiver com o grupo deste tour, a guia providenciará o ticket de travessia da ponte (que custa 5,90 Libras, não está incluso no valor do tour), mas se estiver fazendo por conta própria, deverá comprar o ticket logo que estacionar na bilheteria do local. Para ir até a ponte é gratuito, mas se você quiser cruzá-la, deverá pagar o ticket.

Penhascos Brancos da Irlanda do Norte próximo a Carrick-a-Rede

Todo o caminho até a ponte de cordas é de fácil acesso, somente quando está quase chegando que existem algumas escadas. Aproveitamos para fazer mil fotos durante este trajeto espetacular!

A Carrick-a-Rede é uma ponte de cordas suspensas que foi construída, pela primeira vez, há mais de 350 anos por pescadores de salmão, com o objetivo de facilitar que os mesmos alcançassem a ilha sem ser através de barco. Entretanto, com a poluição dos mares e rios, e consequente diminuição do salmão, o último peixe foi pescado no local em 2002, quando a ponte deixou de ser utilizada para este fim, e se tornou um dos pontos turísticos mais visitados na Irlanda do Norte.

E é esta ponte, de 20 metros de extensão, com mais ou menos 30 metros de altura, que liga o continente a uma pequena ilha chamada “Carrick-a-Rede”, dá um medo que vocês nem imaginam!

Carrick-a-Rede Rope Bridge, na Irlanda do Norte

Apesar de pagarmos os ingressos para cruzar a ponte, devido aos fortes ventos, ela estava fechada e não conseguimos atravessá-la (havia pouquíssimos minutos que, por segurança, eles a fecharam para a travessia) 🙁

Ao cruzar a ponte, você pode realizar outra trilha demarcada com paisagens incríveis!

Carrick-a-Rede Rope Bridge, na Irlanda do Norte

Como a ponte estava fechada, no retorno à bilheteria, tivemos a devolução do nosso dinheiro. Mas gostaríamos muito de ter atravessado a ponte, sentir toda a emoção e ver como é do outro lado! Por este motivo, vamos ter que voltar na Irlanda do Norte! 😉

Veja mais detalhes sobre a Carrick-a-Rede Rope Bridge, que está sob os cuidados da National Trust, AQUI.

  • Larrybane

Ao lado do estacionamento da Carrick-a-Rede Rope Bridge, fica outra locação de Game Of Thrones na Irlanda do Norte. Mas infelizmente não conseguimos visitá-lo, por que ficamos “maravilhados” com o lado oposto, que era a ponte de cordas, e nosso tempo de visita ao local esgotou-se.

Na cena abaixo, que foi apresentada no terceiro episódio da segunda temporada de Game of Thrones, dá para ver nitidamente as falésias brancas, inclusive a Carrick-a-Rede Rope Bridge ao fundo, quando Catelyn Stark foi conhecer um dos novos reis, Renly. Foi neste local que Renly montou um acampamento. Veja o vídeo da cena AQUI.

  • Ballintoy Harbour

Não muito longe dali, está outra locação de Game Of Thrones na Irlanda do Norte, o Porto de Ballintoy. Este foi o cenário em que Theon, filho de Stark, retornou às Ilhas de Ferro (Iron Islands), e onde viu pela primeira vez sua irmã Yara, durante o episódio do 2 da segunda temporada.

Ballintoy Harbour, cenário da segunda temporada de Game of Thrones

Ballintoy é um vila na costa do Condado de Antrim e possui um porto de pesca muito pequeno, que foi o local das gravações de Game of Thrones e ponto da nossa parada no Tour.

Ballintoy Harbour, local de gravações de Game of Thrones na Irlanda do Norte
  • Giant´s Causeway (Calçada dos Gigantes):

Dos lugares mais incríveis e curiosos que já visitamos! A Calçada dos Gigantes foram formadas há mais de 60 milhões de anos!!! A atividade vulcânica nessa área fez a rocha derretida subir através de fendas no calcário, com temperatura média de mais de 1000 °C, e quando esta rocha derretida entrou em contato com o ar, ela se resfriou e se solidificou. São formações vulcânicas de aproximadamente 400 mil colunas prismáticas de balsato, no formato hexagonal, que parecem realmente formar uma calçada de gigantes! É a coisa mais intrigante que se possa imaginar… quando você caminha por ali e vê tudo aquilo encaixado tão perfeitamente, não consegue acreditar que é uma maravilha construída pela própria natureza.

Em 186, foi declarada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, e em 1987, como Reserva Natural.

E foi na Calçada dos Gigantes nosso ponto de parada mais longo do tour, inclusive tivemos tempo para almoçar. O ideal, sugiro, é ir primeiro na Calçada dos Gigantes, e almoçar no retorno.

Mas como chegar até lá? O ônibus parou próximo ao Visitor Centre e de lá seguimos a pé para conhecer a região. Entretanto, o lugar é conhecido como um dos que mais ventam na Irlanda do Norte. Então o ideal é ir com um casaco corta vento e se preparar para uma caminhada sob fortes ventos! Mas você também pode ir de ônibus até o local, pagando um valor irrisório por isso (vamos confirmar o valor e colocar aqui).

Abaixo, dá para ver a perfeição destas formações que mais parecem uma colmeia!

Calçada dos Gigantes, na Irlanda do Norte

Mas por quê este nome “Calçada dos Gigantes”? Conta a lenda irlandesa que um gigante chamado Finn MacCool queria duelar com o gigante Benandonner, que estava do outro lado do mar, na Escócia. Mas como ele era um gigante, não tinha nenhum barco ou embarcação capaz de levá-lo para o outro lado do mar. Então, Finn decidiu utilizar as grandes colunas da costa da Irlanda e fazer uma calçada pelo mar para chegar até o gigante Benandonner. Mas quando ele chegou lá, viu que, na verdade, o gigante Benandonner era muito maior que ele. E assim, voltou correndo para casa e contou à sua mulher para lhe esconder como se fosse o bebê do casal. O gigante Benandonner vendo a calçada construída decidiu ir até a Irlanda e chegando lá perguntou aonde poderia encontrar Finn. Quando a esposa mostrou o “bebê” do casal (que na verdade era o Finn), e disse que Finn não estava, o gigante da Escócia ficou apavorado com o tamanho daquele bebê. Pois se o bebê era daquele tamanho, imaginem o pai? Então, Benandonner voltou correndo pela calçada e foi destruindo o caminho para que o gigante Finn nunca mais fosse lhe procurar. Por este motivo, quando olhamos para a “calçada dos gigantes” vimos uma pequena parte ainda sobre o mar…

Calçada dos Gigantes, Irlanda do Norte

Veja todos os detalhes sobre a Calçada dos Gigantes AQUI.

  • Dunluce Castle: perto dali, fica a casa de Greyjoy, as ruínas de Dunluce Caste, outra locação de Game Of Thrones na Irlanda do Norte:
Tour Game of Thrones, na Irlanda do Norte
Dunluce Castle, a casa de Greyjoy de Games of Thrones
  • Dark Hedges

Foi um dos pontos que a gente mais esperava deste passeio! Na verdade, esta estrada há muito tempo nos chama atenção, desde que começou a circular fotos nas redes sociais de uma estrada bucólica cheia de árvores, com um ar sombrio, um ar de suspense… e Dark Hedges foi outra locação de Game Of Thrones na Irlanda do Norte, no primeiro episódio da segunda temporada, quando Arya Stark escapou de King’s Landing disfarçada de menino.

Dark Hedges, na Irlanda do Norte

Esta estrada é um dos pontos mais fotografados da Irlanda do Norte, cheia de árvores de faia plantada pela família de Stuart no século XVIII, com o objetivo de impressionar os visitantes que se aproximavam de Gracehill House. E então, vocês acham que impressionou?

Abaixo, a partir do segundo 25 do vídeo, a cena de Game of Thrones na Dark Hedges:

Depois da Dark Hedges, voltamos para Belfast (chegamos por volta das 18h na cidade).

O tour vale muito a pena! Tanto pela questão da comodidade de não precisar dirigir pelas estradas da Irlanda do Norte, quanto pelas curiosidades e informações sobre os lugares que o guia repassa.

Para adquirir o tour, saber o valor atualizado e demais informações, veja diretamente no site do Visit Britain Shop e receba o voucher em seu e-mail.

Veja as dicas do Visit Britain sobre as locações de Game of Thrones no Reino Unido, clicando AQUI.

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Nossa viagem ao Reino Unido teve o apoio do Visit Britain.

 

Presépio do Pipiripau em Belo Horizonte

Após cinco anos fechado para restauração, símbolo centenário volta a funcionar, mais moderno e sustentável

 

Foi reinaugurado hoje, 26 de abril, às 10 horas, no Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) o Presépio do Pipiripau, restaurado pela UFMG em parceria com o Instituto Unimed-BH. A partir de agora, o Presépio estará aberto para visitação às quartas, quintas e sextas, às 11 e às 16 horas, e aos sábados e domingos, às 11h, 12h, 15h e 17 horas.

Instalação construída ao longo de 82 anos (1906-1988) que narra nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo, o Presépio do Pipiripau tem cerca de três mil objetos e 45 cenas que mobilizam 586 figuras, numa área de 20 metros quadrados. Todo o mecanismo é criação do artesão Raimundo Machado Azeredo. Autodidata, “Seu” Raimundo nunca projetou o resultado final da obra, cujos quadros surgem a partir da curiosidade, habilidade e devoção do próprio criador.

Com peças modeladas em argila, papel machê, conchas e outros materiais – e engenhoso maquinário desenvolvido a partir de barbante, carretéis de linha, polias, mecanismos de relógio, radiola, gramofone e todo tipo de maquinário que seu criador fosse conhecendo através das décadas – o Pipiripau é patrimônio cultural e artístico e uma das mais significativas expressões da arte popular de Belo Horizonte.

Em 1984 o Presépio do Pipiripau foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Ele é um dos maiores patrimônios de nossa cultura, a obra da vida de um grande artista popular. As cenas e personagens que ele construiu aliam a religiosidade do povo mineiro, a simplicidade de seu cotidiano e o deslumbre com os engenhos. À medida que ia tendo contato com as tecnologias, que rapidamente se sobrepunham no século XX, foi incorporando-as à instalação, sempre para permitir uma nova representação. Para a UFMG, é um orgulho devolvê-lo restaurado à cidade de Belo Horizonte”, afirma o reitor Jaime Ramirez.

Presépio do Pipiripau (Fonte Divulgação: Tati Motta)

“O Presépio está funcionando maravilhosamente. Vamos devolvê-lo com a qualidade e o carinho que a cidade merece. É uma obra ímpar por sua delicadeza, inocência e capacidade de nos transformar”, ressalta o professor da Escola de Belas-Artes da UFMG, Fabrício Fernandino,  coordenador geral do projeto de restauração e professor da Escola de Belas Artes.

O projeto abrangeu a restauração e modernização da obra, aprovado pelo Iphan, com financiamento regulado pela Lei Rouanet. A captação total de R$ 565 mil foi firmada com o Instituto Unimed-BH.

“Além de cuidar das pessoas, também nos dedicamos a espaços que fazem parte da história e da identidade de Belo Horizonte, reforçando nosso compromisso social com a população e a cidade. Por isso, escolhemos participar do restauro do Presépio Pipiripau, um dos nossos patrimônios. “Estamos muito felizes com o resultado e, principalmente, em poder contribuir para esta entrega tão simbólica para os mineiros”, ressalta o diretor-presidente da Unimed, Samuel Flam.

A restauração

O Presépio foi fechado em abril de 2012, quando foi executado o diagnóstico para reparo. A partir daí, foram elaborados os projetos complementares para a nova edificação, como instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção a incêndio, segurança eletrônica, sonorização, sinalização de emergência, entre outros.

A restauração de todas as peças do Presépio foi mapeada e registrada em vídeos e fotografias. O processo foi encerrado em fevereiro de 2017. O projeto, que abrangeu a restauração e modernização da obra, foi aprovado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com financiamento regulado pela Lei Rouanet. A captação total de R$ 565 mil foi firmada com o Instituto Unimed.

A restauração começou em 2014 e ficou a cargo do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da UFMG, com a participação de mais de 50 bolsistas de várias áreas. Além disso, contou com o trabalho voluntário de professores do curso de Engenharia Elétrica e Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, além de outros profissionais e empresas privadas. A construção de uma passarela de acesso para cadeirantes, pintura e reforma do telhado da sede foram executadas pelo Departamento de Manutenção de Infraestrutura (Demai) da UFMG.

“Todas as madeiras estavam completamente atacadas por cupins. No diagnóstico inicial, a equipe nem chegou a ter acesso ao último patamar porque não havia condições de subir. As condições de acesso eram muito precárias”, conta a professora Bethânia Reis Veloso, coordenadora geral da restauração do Presépio e diretora do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis UFMG (Cecor/UFMG). Sua equipe fez muitas análises e raios-x das peças para entender qual a técnica, o modo de fazer, e assim manter a originalidade.

Os riscos da restauração eram relativos à estrutura elétrica e hidráulica. Além disso, os materiais estavam desgastados pelo uso e pelo tempo porque “Seu” Raimundo usou, na construção, os materiais que tinha acesso, como tubos de pasta de dente, papier-mâché, roach dentário, caco de vidro etc. “Todo o chassi, por exemplo, estava severamente comprometido por cupins”, lembra Fabrício Fernandino. O chassi foi trocado e professores e alunos da Escola de Engenharia da UFMG repararam a parte elétrica e hidráulica.

Cada peça do Presépio recebeu uma ficha, como se fosse um ‘prontuário médico’ e foram diagnosticadas todas as patologias e danos. “Os registros fotográficos e pequenos filmes que fizemos foram fundamentais na montagem da cenografia, para localizar a posição de todas as peças e permitir que tudo voltasse ao seu lugar exato”, explicou Thaís Carvalho, coordenadora técnica da restauração do Presépio e especialista em restauração pelo Cecor/UFMG.

Posteriormente, foram feitas as análises químicas de materiais como plásticos, a fim de se conhecer a estabilidade do material e definir a metodologia mais adequada para a recuperação.

Ao retirar as camadas de areia e papel, os restauradores viam que a madeira estava muito mais danificada do que se pensava. Eram coisas que superficialmente não apareciam. “Havia fios encapados com tecidos e reatores que poderiam ter causado um incêndio e também graxa impregnada nos eixos. Muitos bonequinhos já não funcionavam adequadamente”, lembra Thaís.

Detalhes

Todo o material usado na restauração foi compatível com o original. “Tudo teve que ficar idêntico”, diz Bethânia. Segunda ela, os processos tiveram qualidade de ponta, desde a fotografia, passando pelo diagnóstico, identificação de materiais, análise química e higienização, assim como tintas, vernizes, tecidos, vegetação sintética e resinas. “Visamos uma longevidade ainda maior do Presépio”, salientou a professora.

Presépio do Pipiripau (Fonte Divulgação: Tati Motta)

O tratamento dos tecidos das roupas foi feito nos próprios bonecos. “Se desmontasse, perderia o registro da costura. A ideia foi preservar o modo de fazer, a história”, disse Bethânia. Fabrício Fernandino relatou que os bonequinhos de plástico estavam frágeis como casca de ovo. Além disso, eram feitos de celulose, material altamente combustível. Alguns foram reproduzidos usando resina de poliéster, que não é inflamável.

Conforme destacou Thaís Carvalho, as substituições de materiais, como a vegetação natural, foram procedidas com o objetivo de se preservar a obra. “Além de ser coletado em local perigoso, a vegetação de musgos era úmida, continha terra, insetos e cupim de solo. Ainda tinha que ser molhada, o que favorecia o crescimento fúngico e a oxidação das bases metálicas”, observou. A vegetação cenográfica artificial, adquirida em São Paulo, foi costurada em uma tela, para que fosse dispensado o uso de cola. Essa tela foi amarrada com náilon em alguns pitões. “Isso tornará fáceis as substituições futuras. Pequenas adaptações como essas são justificáveis em função da conservação”, reforçou.

Assim como a vegetação, a nuvem de algodão também foi amarrada sem uso de cola, material que, com o passar do tempo, se torna áspero e ajuda na deterioração. O algodão convencional foi substituído por um similar de silicone, que não pega fogo. As lâmpadas incandescentes, que ao aquecer poderiam queimar o papelão e a madeira, foram trocadas por lâmpadas de led.

A parte metálica passou por um processo muito semelhante à lanternagem que é feita em carros, com remoção da ferrugem e laminação. A cenografia foi toda reintroduzida, “boneco a boneco, parafuso a parafuso, fio por fio”. “Tudo muito delicado e sutil”, pontua Bethânia.

Detalhes como o rótulo de uma lata de cera inglesa foram preservados. O Pipiripau contém também peças feitas com tampinhas de perfume, e outras com tubos de pasta de dente, como as capas dos reis magos. “Seu” Raimundo usou conchinhas com 1 milímetro de diâmetro para fazer olhos dos bonecos, peculiaridade que só foi percebida com o uso de uma microcâmera. “A princípio, achávamos que eram miçangas”, relata a professora.

Digitalização


Idealizado pela bibliotecária Laibe Batista em 2015, o projeto de restauração e digitalização dos documentos do Presépio do Pipiripau foi concluído no começo de abril em parceria com o Centro de Museologia e Conservação do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (MHNJB). Laibe explica que “o acervo documental do presépio se confunde com o acervo pessoal do seu criador”, já que é composto, entre outros itens, por jornais, livros, catálogos, correspondências, fotografias, diplomas e medalhas de Raimundo Machado.

O conservador e restaurador Mário Sousa orientou os procedimentos de restauração do acervo documental do presépio.  Ele enfatiza que “realizar esse trabalho possibilitou se envolver com a memória da cidade de Belo Horizonte, que passou por rápidas transformações vislumbradas por um cidadão simples, do povo, apaixonado pelo movimento, esse mesmo movimento que o impulsionou na empreitada pela consecução de sua obra mestra”.

Todo o acervo documental do presépio foi digitalizado em DVDs que serão disponibilizados, em breve, para consulta local na Biblioteca do Museu.

Obra centenária

No ano de 1906, o Presépio do Pipiripau começou a ser construído por Raimundo Machado de Azevedo, ainda criança, em sua própria casa. A obra teve início com uma pequena imagem do Menino Jesus numa caixa de papelão, forrada com cabelo de milho, musgo e folhas. Ao longo das décadas, o Presépio ganhou outros personagens feitos de barro, papier-mâché e gesso.

O Pipiripau cresceu à medida que cenas do cotidiano e passagens da Bíblia foram sendo incorporadas. Entre os mecanismos usados para prover movimento aos personagens, o autor usou pedais de antigas máquinas de costura, sistema de cordas de gramofone e uma caldeira a vapor, substituída posteriormente por um motor elétrico.

Vendido para a UFMG em 1976, o Presépio foi transferido para o Museu, mas a manutenção continuou a ser feita por “Seu” Raimundo até sua morte, em 1986. Desde 1984, o Presépio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Linha do tempo

1906 – Aos 12 anos, Raimundo Machado inicia a construção do presépio. Quatrocentos réis conseguidos com a venda de garrafinhas patrocinam a compra da primeira peça: o Menino Jesus.

1912 – Seu Raimundo começa a movimentar as peças por um sistema de pedal. O primeiro personagem a se mover é o pescador, que pesca sempre o mesmo peixe.

1919 – Por comando movido à água, a lagoa se enche e se esvazia. Seu Raimundo começa a trabalhar como mecânico da Central do Brasil, onde fica até 1923.  A Estrada de Ferro Central do Brasil foi uma das principais ferrovias do Brasil, ligando as então províncias do Rio de Janeiro, São Paulo,Minas Gerais e a então capital do país.

1920 – Seu Raimundo casa-se com Dona Ermenegilda e inicia-se uma década de investimentos no presépio. Aproveitando o movimento de um gramofone, a procissão pode entrar e sair da igreja, os sinos tocam e o lenhador corta a lenha. Esse mecanismo é substituído por uma caldeira a vapor (1923/1924) e depois pela eletricidade (1927).

1921 – O presépio ganha iluminação a gás (lampião) e um incêndio destrói a obra de arte. A reconstrução começa imediatamente.

1922 – Registro da primeira fotografia do presépio, tirada pelo Sr. Junqueira, funcionário da então Escola Livre de Engenharia.

1924 – As figuras do presépio começam a ganhar roupas, produzidas por Dona Ermenegilda.

1925 – Para dar continuidade à montagem do presépio, Seu Raimundo recorre ao financiamento patrocinado por amigos.

1927 – O presépio é descoberto pela imprensa. A primeira notícia foi publicada no Jornal Tribuna. Em seguida, no Diário de Minas. O então jornalista Carlos Drummond de Andrade, sob pseudônimo de Antônio Chrispim, escreve: “Meus olhos mineiros namoram o Presépio e dizem alegremente: mas que bonito!” O poema Pipiripau batiza o presépio.

1939 – A frente do Presépio do Pipiripau começa a ser ornada com cristais, sucata e pedraria.

1950 – Seu Raimundo começa a utilizar conchas para representar novas figuras.

1960 – Seu Raimundo aposenta-se na Imprensa Oficial (onde ingressou em 1927) e continua trabalhando na montagem do presépio em um galpão montado no quintal da sua casa, no bairro Sagrada Família. O presépio chega a 20 metros quadrados, 580 peças e 45 cenas. Pipiripim, a versão miniatura do Pipiripau, é criada.

1971 – Seu Raimundo recebe a Medalha da Ordem dos Pioneiros, em reconhecimento à sua significativa atuação na construção da história e da cultura de Belo Horizonte.

1976 – Primeira exposição pública do Pipiripau, no Parque de Exposições da Gameleira.

1976 – Transferência do Pipiripau para o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, que o adquiriu formalmente em 1983. Seu Raimundo continuou oferecendo manutenção e supervisão ao presépio até falecer.

1984 – O Presépio do Pipiripau é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional .

1986 – O Pipiripim, versão miniatura do Pipiripau, também é transferido para a UFMG.

1988 – Em 27 de agosto, aos 93 anos de idade, Seu Raimundo falece.

2012 – O presépio é fechado para diagnóstico e elaboração de projetos de reparo.

2014 – Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da UFMG inicia os trabalhos de restauração.

2017 – Reinauguração do Presépio do Pipiripau.

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Release: Rede Comunicação de Resultado

(31) 2555-5050 / 242 | (31) 9.88923987www.redecomunicacao.com

Localização:

Presépio do Pipiripau – Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

R. Gustavo da Silveira, 1035 – Santa Ines, Belo Horizonte – MG, 31080-010

 

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