Para conhecer no mundo: District Six Museum, em Cape Town

Para entender o District Six Museum, imagine a seguinte situação: você é morador de um bairro que existe desde 1867, considerado por muitos a “vida e a alma” de uma das principais cidades do seu país, e de uma hora para outra, o governo simplesmente decide que a partir daquele momento você simplesmente será “removido” à força dali, por um simples e único motivo: a cor da sua pele.

Pois foi exatamente isso que aconteceu no “District Six”, bairro de Cape Town, na África do Sul, onde residiam ex-escravos, mercadores, artesãos, trabalhadores e imigrantes.

No dia 11 de fevereiro de 1966, o governo Sul-Africano declarou o “District Six” como área exclusiva de brancos, com as remoções tendo início dois anos depois, em 1968.

District Six Museum – Cape Town

Em 1982, mais de 60.000 pessoas já haviam sido transferidas para uma outra área no subúrbio da cidade, cerca de 25 km de distância, sendo que as residências antigas de todos moradores foram simplesmente destruídas, exceção feita a alguns templos religiosos.  

Houve grande pressão internacional, e a construção de uma nova área foi muito difícil para o governo. Resultado: numa coincidência incrível, descobrimos que o hotel ao qual ficamos hospedados em Cape Town está localizado exatamente na região de “District Six”, hoje uma região com muitos terrenos vazios e com poucas construções, consequência deste evento traumático da história da África do Sul.

District Six Museum – Cape Town

Como forma de preservar as memórias do “District Six”, foi criada a “District Six Museum Foundation”, e posteriormente, em 1994, o “District Six Museum”, localizado na 25A Albertus St & Buitenkant Street, Zonnebloem, Cape Town, 8000, África do Sul, bem no centro de Cape Town.

Na minha opinião, o Museu é visita obrigatória para o viajante que estiver em Cape Town, como forma de conhecer e entender um dos absurdos mais marcantes do período do “Apartheid” e da história da África do Sul.

Comparado com outros museus das grandes cidades brasileiras, americanas ou européias, é fácil constatar que trata-se de um museu pequeno e simples, mas o seu grande diferencial é outro: trata-se de museu de história viva, que abriga uma impressionante coleção de materiais históricos, fotografias, pinturas, artefatos, vestígios físicos como placas de rua, bancos e livros, bem como gravações audiovisuais, sendo a maioria do material doado por seus ex-moradores.

District Six Museum – Cape Town

O ticket pode ser adquirido no próprio museu, ao preço de R30, cerca de R$ 8,00, com preços especiais para estudantes. Pagando um pouco mais, R45, ou cerca de R$ 11,00, você terá um guia à sua disposição durante o tour.

A ideia do museu também é propiciar espaço para os ex-moradores do “District Six” compartilharem suas memórias com os visitantes, praticamente obrigando o todos a uma profunda reflexão sobre o passado do Apartheid e suas consequências no presente e no futuro.

Nas fotos abaixo uma visão geral do museu, dividido em dois andares.

Nesta primeira foto, no chão logo na entrada do museu, um mapa que propicia ao visitante uma ideia do tamanho do bairro desocupado. À esquerda ao alto, réplica de um salão de beleza da época, além de dezenas de informações sobre moradores expulsos de suas próprias durante os eventos de remoção.

District Six Museum, Cape Town

Ao fundo placas originais de indicação das ruas do “District Six”.

District Six Museum, Cape Town

Na escada para o segundo andar, mais placas das ruas.

District Six Museum, Cape Town

Tributo aos moradores expulsos do bairro, com histórias e registros do dia a dia.

District Six Museum, Cape Town

Placa explicando os tristes e marcantes acontecimentos.

District Six Museum, Cape Town

Réplica de local onde as crianças brincaram no “District Six”.

District Six Museum, Cape Town

O museu possui ainda uma pequena livraria, onde é possível adquirir exemplares em inglês sobre o “Apartheid” e sobre os terríveis fatos envolvendo o “District Six”

District Six Museum, Cape Town

Réplica de um quarto de uma residência como tanto outras do District Six:

District Six Museum, Cape Town

Banco de praça do auge do período do Apartheid! Para causar ogeriza e indignação!!

District Six Museum, Cape Town

Documentos importantes da história do Apartheid e da África do Sul.

District Six Museum, Cape Town

Espaço com diversas fotos que retratam o período da desocupação do “District Six”.

District Six Museum, Cape Town

Momentos de uma época que ficou no passado…

District Six Museum, Cape Town

Impossível ficar impassível durante a visita, que já adianto, não dura menos de duas horas.

Oportunidade única para conhecer mais um pouco da rica história da África do Sul, e torcer para que fatos como este nunca mais se repitam!

Para mais informações sobre o museu, clique AQUI.

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District Six Museum

25A Albertus St & Buitenkant Street, Zonnebloem, Cape Town

Ticket 30R adulto – compre online AQUI

Funcionamento: Segundo a sábado – 09h às 16h

Conheça em BH: Museu das Minas e do Metal

Com este post inauguramos mais uma seção no Blog Viagens e Vivências: “Conheça em BH“, que tem como principal finalidade compartilhar com nossos leitores dicas e experiências envolvendo gastronomia, eventos, festivais e pontos turísticos na própria cidade de origem do Blog, nossa cidade de Belo Horizonte.

O que fazer em Belo Horizonte em um final de semana, veja AQUI.

Começaremos pelo Museu das Minas e do Metal, que visitei na semana passada quase que por acaso, quando caminhava para outro compromisso nas proximidades da Praça da Liberdade (tanto que as fotos foram tiradas do celular, por isso estão em baixa resolução). Confesso que o assunto abordado pelo Museu (Minas e Metal) nunca me interessou e que a visita foi uma grata e agradável surpresa!

O Museu está localizado no famoso “Prédio Rosa” da Praça da Liberdade, prédio este que foi construído juntamente com a capital mineira e a própria Praça da Liberdade, em 1897, e projetado para ser a Secretaria do Interior.

Em 1930 passou a abrigar a Secretaria de Educação de Minas Gerais até a década de 90, sendo que em 2010, com a transferência das Secretarias de Governo para a Cidade Administrativa, o Museu foi inaugurado, possuindo atualmente no seu acervo uma gama enorme de  informações históricas, exposições e exemplos de materiais envolvendo principalmente mineração e metalurgia, que sempre foram duas das principais atividades econômicas do Estado de Minas Gerais.

Separe pelo menos uma hora para uma rápida visita, como foi o meu caso, ou um tempo um pouco maior, caso seja adepto da proposta abordada pelo Museu.

Logo na entrada, você é recebido por atendentes muito solícitos, que explicam de forma bem resumida os atrativos do Museu, dividido nas seções “Minas” e “Metais“, localizados em andares distintos.

No início da visita, apreciar a decoração do museu já é um espetáculo à parte, lembrando que a entrada é gratuita!

Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte – Bela decoração!
Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte

Na seção específica sobre “Minas”, o Museu nos leva a um verdadeiro passeio pelas principais minas do Estado, mostrando a localização, história, particularidades, processo de fusão de materiais, semelhanças, além de informações interessantes como o processo de exploração das minas e sua recuperação quando desativada, tudo com a utilização de muita tecnologia e interatividade.

Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte

Neste corredor temos uma excepcional exposição, que conta com parte do acervo do “Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães“, além das mais recentes aquisições do Museu.

Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte

Na seção específica sobre os “Metais”, temos a abordagem sobre a importância do metal para a humanidade, a importância da água no processo de mineração, a relação da humanidade com os metais existentes, diversos vídeos sobre os metais do passado e presente e até uma balança que apresenta uma estimativa da quantidade de substâncias minerais presentes no nosso corpo, levando-se em conta inclusive o peso da pessoa.

Muito interessante!!

Nas próximas 3 fotos, exemplos dos metais que fazem parte da exposição, tudo muito bem organizado e com informações detalhadas.

Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte
Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte
Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte

Abaixo, uma pequena maquete  interativa, que apresenta o caminho percorrido pelo minério, desde sua extração na lavra até sua chegada ao porto.

Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte

Na próxima foto, tubos metálicos que projetam no chão “símbolos” dos elementos químicos, cortesia do Professor Mendeleev, que conta sua história e fala sobre a criação da Tabela.

Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte

Ao final de 1 hora e 15 minutos de uma visita muito proveitosa, parada obrigatória para um delicioso café.

Na verdade, fiquei bastante impressionado com a qualidade do Museu, tudo muito bem organizado, limpo, sinalizado, com excelente ar condicionado (que faz uma diferença danada!!) e atendentes atenciosos em todos os andares, não perdendo em nada para os melhores museus do mundo.

Um Museu que merece ser visitado e divulgado!!

Interior do Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte

O “Museu das Minas e do Metal” possui uma programação eclética, que é possível acompanhar em um mural localizado na parte externa, ou pelo site oficial AQUI.

Museu das Minas e do Metal – Belo Horizonte
  • Informações básicas:
  • Para acessar o site do museu, clique AQUI
  • Gratuito
  • E-mail: [email protected]
  • Horário de Funcionamento: 3ª a dom. das 12h às 18h, 5ª das 12h às 22h
  • Visitas de grupos agendados acontecem de terça a sexta, a partir de 8h, e aos sábados, em horário especial.
    Outras informações: (31) 3516-7200

Onde se hospedar em BH: Mercure BH Lourdes

Onde se Hospedar em BH: Promenade Toscanini

Onde se Hospedar em BH: Radisson Blu Belo Horizonte

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