O Castelo de Windsor é uma das mais famosas residências oficiais da Rainha Elizabeth II, que está localizado na cidade com o mesmo nome, Windsor, o qual tivemos o privilégio de visitar durante nossa viagem ao longo do Reino Unido, no mês de janeiro de 2017, em um bate-volta a partir de Londres. E foi um passeio tão fácil (que fizemos inclusive sem guia), que até nós mesmos ficamos surpreendidos com tamanha facilidade.
Como chegar ao Castelo de Windsor
Você pode fazer o passeio até o Castelo de Windsor sem guia turístico, ou sem agências de turismo sem qualquer problema, ou receio de que algo dê errado. É muito fácil e descomplicado ir até a cidade, e vamos dar todas as explicações para vocês. No post do que fazer em Londres, contamos que utilizamos o London Pass, fornecido pelo Visit Britain e que foi muito útil durante nossa permanência na cidade. E ele também pode ser utilizado tanto para a entrada no Castelo de Windsor, quanto para o trem de ida e volta, que sai da estação de Paddington, em Londres.
Chegando na estação Paddington, em Londres, perguntamos aos atendentes qual era a plataforma onde partiria o trem para Windsor, seguimos até a plataforma, apresentamos os crachás abaixo para os atendentes da estação (que são os do London Pass), passamos pela catraca, e entramos no trem que vai até a cidade de Slough. De Slough, pegamos outro trem até Windsor & Eton Central, depois seguimos a pé, em uma caminhada de uns 10 minutos até a entrada do Castelo, onde apresentamos novamente os crachás do London Pass, retiramos os tickets de entrada e iniciamos nosso passeio.
Mas se você não adquiriu o London Pass, pode comprar a passagem de trem com antecedência por AQUI (London Paddington -> Windsor & Eton Central), ou ir diretamente até a estação de Paddington e comprar diretamente lá (mas melhor garantir com antecedência), em torno de 20,20 Libras (ida e volta). O trajeto de trem dura em torno de 1h e 20, contando as caminhadas).
Dá para ir de ônibus de Londres até Windsor também. É através da linha 702, da Greenline, que parte da London Victoria Station, veja o mapa AQUI. Antes de 12h, custa 18 Libras.
Veja abaixo como chegar ao Castelo de Windsor:
1a etapa: trem de Londres, estação de Paddington até a estação de Slough. Mesmo com o aviso da próxima estação, que acontece nos trens, gosto de acompanhar do Google Maps a locomoção no mapa, para não correr o risco de perder o momento exato de descer do trem (e até por quê o desembarque é muito rápido e agente gosta de ficar preparado).
2a etapa: Quando descer em Slough, na própria estação observe a placa indicativa para Windsor & Eton Central, então é só pegar o outro trem, e continuar a viagem até Windsor:
Mas estes dois trechos são como um único caminho, e não tem qualquer dificuldade! É muito fácil, mesmo! E depois, quando desembarcar em Windsor & Eton Central, você chegará em uma estação que possui o Windsor Royal Shopping, que possui várias lojas, cafeterias e restaurantes (veja AQUI). Inclusive é um excelente local para almoço!
O Castelo de Windsor
O Castelo de Windsor é o maior e mais antigo castelo habitado do mundo, é uma das residências oficiais da monarquia Real inglesa, e conta-se que é uma das preferidas de final de semana da Rainha Elizabeth II. O Castelo foi construído no Século XI, após a conquista normanda da Inglaterra, por Guilherme I. Ele é usado pelas famílias reais desde o Rei Henrique I (no ano 1100) até os dias atuais.
O terreno do Castelo de Windsor ocupa uma área de 5 hectares, e seu objetivo principal era o de proteger o leste da cidade de Londres de invasores, além do rio Tâmisa. Ele mescla uma Cidadela com Fortaleza e Palácio. E é um Castelo belíssimo, digno de uma Rainha, que deve ser incluído na visita de todos que estiverem em Londres. 🙂 Pois realmente vale muito a pena!
Como visitar o Castelo de Windsor
Quando chegar no Castelo Windsor, localizará no outro lado de uma das entradas principais, o Visitor Entrance, onde poderá adquirir os tickets, ou trocar as entradas através do London Pass, que foi o nosso caso (é só apresentá-los e trocá-los pelas entradas do Castelo). No dia que visitamos, que foi no dia dia 05 de janeiro, inverno, um dia antes da retirada dos enfeites de Natal, foi em um dia bem tranquilo e ficamos por menos de dez minutos na fila.
Logo depois da entrada, retiramos nosso multimídia, que é incluso na entrada, e iniciamos nossa visita. Mas o dia da nossa visita (lembrando que era dia 05 de janeiro) o Castelo estava bem restrito, e muitas de suas dependências estavam fechadas.
Então, dentro do que era permitido, fomos ouvindo e visitando no Castelo de Windsor.
Não deixe de visitar no Castelo de Windsor:
Casa de Boneca da Rainha Mary (Queen Marry´s Dolls House): trata-se da maior casa de bonecas e a mais famosa do mundo! E é impressionante a riqueza de seus detalhes!
Capela de São Jorge (St. George Chapel): belíssimo exemplo de arquitetura gótica da Inglaterra. É o lar espiritual da Ordem de “Garter”, a ordem mais antiga da Cavalaria Britânica estabelecida em 1348, por Eduardo III.
As Salas Semi-Estatais (The Semi-State Rooms): abertos de setembro a março, os ambientes mais ricamente decorados no Castelo e utilizados para entretenimento pela Rainha. Belíssimos!!!!!
Se tiver disponibilidade, assista à troca de guarda que também acontece no Pátio do Palácio. Para maiores informações sobre dias, horários, etc., acesse AQUI.
Confesso a todos vocês: nessas “andanças” pelo mundo, talvez a nossa visita ao Campo de Concentração de Dachau, localizado nas imediações de Munique/Alemanha, tenha sido uma das experiências mais tristes e marcantes da nossa vida. Conhecer de perto um dos locais onde ocorreram os piores horrores do Holocausto é uma experiência nada agradável, mas necessária para entender os absurdos que eventualmente são registrados na história da humanidade.
Lembrar que Hitler ordenou a construção desse campo de concentração em 1933 e ao longo dos 12 anos seguintes, tornou-se o lar de mais de 200.000 prisioneiros de 34 nações, é simplesmente revoltante. E o pior: a história registra inclusive que tudo começou com o aprisionamento de judeus, aos quais se juntaram homossexuais, passando para aqueles que simplesmente divergiam politicamente, como socialistas e comunistas.
Mesmo sabendo que as câmaras de gás de Dachau não foram utilizadas, conhecer de perto o local onde os prisioneiros eram amontoados em beliches, visitar aquele complexo onde seres humanos se tornavam esqueletos ambulantes e ver de perto o crematório usado inúmeras vezes para dispor dos caídos é de embrulhar o estômago, literalmente!!
Como Chegar:
Dachau está localizada no subúrbio de Munique, cerca de 19 Km ao norte da cidade.
Sugerimos duas maneiras para chegar ao local: caso prefira utilizar o trem S2, são 22 minutos a partir da estação central de Munique, saindo a cada 10 minutos durante o dia e cada 30 minutos durante a noite. Já o trem RB de alta velocidade leva apenas 11 minutos. Em ambos os casos, chegando na estação de Dachau, são apenas 15 minutos após pegar o ônibus nº 726.
Como alugamos um carro e estávamos hospedados na cidade de “Landsberg am Lech“, localizada cerca de 40 Km de Munique, foram 30 minutos dirigindo por um verdadeiro “tapete” rodoviário, muito bem sinalizado e fácil de chegar.
Ao chegar nas imediações do campo de concentração, a primeira impressão ao visualizar aqueles muros rodeados com arame farpado, é que estamos ao lado de um quartel do exército, totalmente isolado e com guaritas espalhadas por todo o complexo. O coração até bate mais forte, pois estamos diante de um local que se tornou sinônimo de sofrimento, opressão, miséria e morte, tudo sob a vigilância brutal de Heinrich Himmler SS.
Logo na chegada em Dachau
Logo na chegada em Dachau
O memorial possui um estacionamento amplo. Caso esteja de carro, como era o nosso caso, é cobrada uma taxa de € 3,00 por carro e € 5,00 para ônibus. Entre novembro e fevereiro o estacionamento é gratuito.
O Memorial de Dachau possui um “Visit Center” de excelente qualidade, que oferece aos turistas visitas guiadas individuais, “Áudio Guide” em diversas línguas, inclusive português, ao preço de 3,50 Euros, e ainda o Documentário “The Dachau Concentration Camp 1933-1945”, de 1969. É possível ainda reservar visitas guiadas para grupos e turmas escolares, mediante reserva antecipada.
Ainda no “Visit Center”, temos uma bela livraria e uma pequena mas deliciosa cafeteria.
Lembrando que a entrada é gratuita e o memorial está aberto diariamente de 9:00 às 17:00, fechando apenas no dia 24 de dezembro. O arquivo e a biblioteca do memorial estão abertos para visitas somente com hora marcada entre as 9h e as 17h de terça a sexta-feira. Para mais informações, clique AQUI.
Informações
AudioGuide
Início da Visita:
Entre o “Visit Center” e a entrada do campo de concentração, é possível apreciar, numa rápida caminhada de menos de 5 minutos, belas paisagens, com muito verdade e ar fresco, talvez o prelúdio do paraíso para a entrada ao inferno.
Logo na entrada do campo, o famoso portão com os dizeres “Arbeit Macht Frei” (O trabalho liberta), slogan nazista na década de 30.
Para facilitar a montagem de um roteiro individualizado para aqueles que desejam visitar o Memorial, clique AQUIe visualizar o croqui detalhado do local. E abaixo, vamos compartilhar um pouco da nossa experiência.
Separe pelo menos 3 horas para uma visitar completa e sem pressa, e prepare-se, pois cada pedaço deste lugar é um verdadeiro chute na “boca do estômago”.
Primeira constatação: As instalações são muito bem preservadas, e nas próximas fotos é possível ter uma pequena noção dos locais onde os prisioneiros eram mantidos, chamados de “barracões”.
É possível visualizar a chamada “estrada de acampamento”, que forma o eixo principal de Dachau, que continha 34 barracões ao longo de tal estrada, tanto ao lado direito como no lado esquerdo.
A partir de 1944, com a decisão de colocar o maior número possível de prisioneiros no acampamento, construído para 6.000 pessoas e que chegou a possuir 30.000, as condições de vida e saúde pioraram drasticamente, com fome, doenças das mais diversas e mortes diárias, sendo que no dia 29 de abril de 1945, Dachau foi libertado pelas tropas americanas.
É possível conhecer a parte interna das instalações, bem como os armários, beliches, pias, banheiros, onde dezenas de prisioneiros permaneciam literalmente “amontoados” uns em cima dos outros.
Armários dos barrações em Dachau
Beliches dos barracões em Dachau
Pias dos barracões em Dachau
Instalações sanitárias dos barracões em Dachau
A foto abaixo retrata bem o dia a dia dos prisioneiros: simplesmente revoltante!!
Para evitar a possível fuga de prisioneiros, as instalações possuíam guaritas com guardas, cerca elétrica e arame farpado. Aqueles que tentavam fugir eram literalmente “fuzilados”, conforme se vê numa das fotos abaixo.
Guaritas de Comando em Dachau
Arame farpado e cerca elétrica de Dachau
Na foto abaixo, o Monumento “Jourhau“, ou “International Memorial“, desenhado pelo artista iugoslavo Nandor Glid, em 2007, sobrevivente do campo de concentração. Tem como principal finalidade mostrar ao turista que o caminho traçado por ele naquela visita é o mesmo que milhares de prisioneiros fizeram durante o nazismo, no entanto sem a certeza que ao final estariam “livres”.
Ao lado do monumento, uma inscrição em muitas línguas, que diz mais ou menos o seguinte: “O exemplo dos exterminados aqui entre 1933 e 1945 devido sua luta contra o nazismo, une os vivos em sua defesa da paz, da liberdade e na reverência da dignidade humana.”(tradução deste escriba).
Na foto abaixo, um resumo da sua obra: postes, valas e arame farpado, objetos obrigatórios nas instalações de segurança em torno do acampamento. O esqueleto humano representa aqueles que, em um ato de desespero, tentaram fugir pela cerca de arame farpado.
A morte no campo de concentração era comum e certa!
Mais um chute na boca do estômago!
Agora duas fotos emblemáticas: a primeira representa uma urna com as cinzas do “prisioneiro desconhecido” e o lembrete “Nunca mais” nas costas.
A segunda, um relevo com uma série de triângulos unidos a uma corrente, que representa cada prisioneiro que passou por Dachau a partir de 1937, diferenciados pelas cores, como o triângulo rosa que representa os presos homossexuais ou o verde que representa os “prisioneiros criminosos”, dentre outras categorias perseguidas pelo regime nazista, seja por razões políticas, raciais ou religiosas.
É simplesmente de arrepiar!
Never Again, em Dachau
Perseguidos pelo Nazismo, em Dachau
São vários os monumentos religiosos em Dachau: na foto abaixo o “Memorial Judaico“, inaugurado em 7 de maio de 1967, projetado pelo arquiteto Zvi Guttmann e feito de basalto preto, que inclina-se para baixo como uma rampa.
Ao descer a rampa, é possível visualizar o filtro de luz que ilumina seu interior saindo do teto. A grade do lado de fora simboliza o arame farpado que fazia parte da rotina dos prisioneiros judeus, e a rampa tem o simbolismo que visa lembrar a todo momento o extermínio dos judeus europeus.
O seguinte verso está estampado na entrada do Memorial: “Ponha-os em temor, ó Senhor, para que as nações se saibam que são apenas homens. (9, 21)
Impossível não se emocionar!
Ao fundo na foto abaixo, o “The Mortal Agony of Christ Chapel”, primeiro monumento religioso erguido em Dachau, em 1960. A posição da capela e a forma circular aberta foi projetada pelo arquiteto Josef Wiedemann, para simbolizar a libertação do cativeiro por Cristo.
Outro fato interessante: Em 1972, os sacerdotes poloneses sobreviventes de Dachau colocaram uma placa na parte de trás da capela para lembrar o sofrimento dos prisioneiros daquele país no campo de concentração.
É possível visitar ainda o “Carmelite Convent”, projetado na forma de uma cruz, a “Protestant Church of Reconciliation”, com seu portão de aço com as seguintes palavras do salmo 17: ” “Hide me under the shadow of thy wings”, ou algo como “”Esconda-me sob a sombra de suas asas” e a “Russian-Orthodox Chapel”, localizada ao longo de um caminho entre o antigo campo de prisioneiros e a área dos crematórios, sendo o mais novo dos monumentos religiosos.
Talvez o lugar mais “impactante” da visita: você terá a oportunidade de assistir um pequeno filme/documentário de cerca de 15 minutos que relata a vida dos prisioneiros no dia a dia em Dachau, que me abstenho de relatar os detalhes aqui.
Confesso que fiquei com o estômago embrulhado e saí do local totalmente revoltado com aquilo: será que o ser humano não possui limites para tanta crueldade com seus semelhantes?
O campo de concentração possui um belo museu, muito bem montado e detalhista, onde é possível conhecer pormenores sobre o dia a dia naquele inferno, bem como peças, utensílios e materiais diversos daquela época, e claro, fotos que irão mexer com o mais frio dos homens, como esta abaixo.
Existe ainda um painel de exposição, com fotografias de ex-prisioneiros, com informações e fotos.
Pratos utilizados pelos Judeus na época (Dachau)
Utensílios da época (Dachau)
Exposição em Dachau
Exposição em Dachau
Pois é, meus amigos, Dachau também possuía um crematório, mais conhecido como “Barracão X”, que servia para destruir as centenas de cadáveres daqueles que morriam todos os dias no campo de concentração.
E acredite se quiser: ao final do ano de 1944, sua capacidade já não era suficiente para incinerar a quantidade de mortos diária, sendo que em 1945, quando o campo foi libertado pelos americanos, os soldados encontraram inúmeros cadáveres amontoados no crematório.
Ao lado do “Barracão X”, você poderá admirar o Memorial “O prisioneiro desconhecido”, com a inscrição “Para honrar a morte, para advertir os vivos”.
Abaixo, “Brausebad”, em alemão, que significa “Ducha”. Neste local os prisioneiros simplesmente tomavam um banho, que era o último passo para admissão no campo de concentração. Os prisioneiros recém-chegados tinham a cabeça raspada, eram “desinfetados”, limpos e depois enviados para o quartel, vestidos com suas roupas de prisioneiro.
Para encerrar o post, o mais cruel dos cômodos de Dachau: a Câmara de Gás, que no entanto, não há registros que realmente foi utilizada durante o funcionamento do Campo de Concentração.
Câmara de Gás
Câmara de Gás
Enfim, trata-se de uma visita imperdível, tanto para entendermos mais um pouco sobre esse lado negro da humanidade que foi o nazismo, quanto para constatar que o ser humano, quando deseja, não possui limites para o verdadeiro MAL.