Bate-volta em Hiroshima e Miyajima

Hiroshima sofreu por longos anos as consequências de uma bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial e se tornou exemplo de superação. Já Miyajima, uma ilha sagrada, abriga o famoso Torii flutuante. Neste post, veja como visitar Hiroshima e Miyajima em um dia.

Nesta última viagem pela Ásia, onde visitamos o Japão, Singapura e Malásia, um dos lugares que eu estava mais ansiosa para conhecer era Hiroshima, no Japão. Acho muito difícil alguém que não saiba dos acontecimentos das cidades de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial. E devido ao nosso curto tempo de viagem pelo país, e graças à proximidade entre as cidades, conseguimos visitar Hiroshima e Miyajima em um único dia.

Só a possibilidade de ver de perto o progresso e recuperação da cidade depois da bomba atômica, já valeu o dia da viagem! Eu sempre soube da lamentável história da Bomba de Hiroshima e Nagasaki, mas não sabia do seu poder de superação em curto espaço de tempo.

Mas para quem tiver mais tempo no Japão, vale muito a pena (pelo menos) pernoitar em Hiroshima, ou se possível, ficar três dias em Hiroshima e aproveitar para passar um dos dias na Ilha de Miyajima. Isso seria perfeito!

Breve Histórico sobre a bomba atômica em Hiroshima

A Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, era composta pelos países do eixo (Alemanha, Japão e Itália) e os países aliados (União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido e China). A partir de 1939, os Estados Unidos, em conjunto com Reino Unido e o Canadá, começaram as pesquisas sobre uma bomba atômica que seria lançada contra a Alemanha e/ou Japão.

Réplica da Little Boy. Fonte: Wikipedia

Entretanto, com a saída da Alemanha da Segunda Guerra Mundial, em junho de 1945, vendo que o Japão não se renderia, os Estados Unidos decidiram colocar em prática o chamado Projeto Manhattan, que tinha como principal objetivo a construção de material atômico de destruição. Então, a bomba atômica que destruiu Hiroshima, conhecida como Little Boy, foi construída a base de urânio-235, o que fazia com que a mesma fosse um poderoso armamento nuclear.

Hiroshima foi escolhida para ser alvo da Bomba Atômica pelo fato de ser uma importante cidade industrial e militar. Entretanto, mais de 80% da cidade era composta de civis. Por outro lado, os Estados Unidos acreditavam que Hiroshima não mantinha nenhum prisioneiro de Guerra americano na cidade.

Enola Gay e sua equipe. Fonte: Wikipedia

Em um primeiro momento, Hiroshima era o principal alvo dos Estados Unidos, e subsidiariamente, as cidades de Kokura e Nagasaki.

Em 06 de agosto de 1945, um avião B-29, o Enola Gay, decolou com destino a Hiroshima. E às 08:15h, lançou a “Little Boy”, contendo 64kg de Urânio-235, no alvo previamente determinado.

Depois de lançada, “Little Boy” demorou 44,4 segundos para ser detonada a uma distância de 240m do solo, e diante do vento cruzado, explodiu diretamente sobre um hospital.

Apesar da bomba atômica ter sido considerada ineficiente, por ter atingido 1,7% do que era esperado, seu raio de destruição foi de 1,6km, com incêndios subsequentes em 11km², matou cerca de 140 mil pessoas até o final de 1945, e deixou milhares de feridos. Ineficiente????

Que tristeza! Mais de 140 mil pessoas mortas (instantaneamente ou com os efeitos da radiação), sendo que 30% deste número se tratava de soldados, e os demais eram civis que nada tinham a ver com aquela miserável guerra.

Imagem encontrada na Escola Fundamental de Honkawa em 2013 da nuvem atômica. Fonte: Wikipedia

Sobreviventes da Bomba Atômica em Hiroshima alegam ter visto apenas um forte clarão branco no céu seguido de um alto estrondo. Vidros quebrando, paredes caindo, madeiras e papéis sendo queimados em fração de segundos… Hiroshima era literalmente devastada pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial 🙁

As fotos do slide abaixo podem ser perturbadoras, pois mostram alguns dos feridos de Hiroshima depois da bomba atômica:

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Se quiser entender um pouco mais sobre este triste episódio da história do Japão, abaixo há um documentário sobre a bomba de Hiroshima. Recomendo muito que assistam todo o vídeo antes da viagem. Dá para entender tudo o que aconteceu antes, durante e depois da detonação da bomba.

Apesar desta parte triste da história, Hiroshima reergueu-se de maneira triunfal. Você só vai lembrar que está em uma cidade que foi detonada por uma bomba atômica, quando ver a Cúpula da Bomba Atômica, que é o único edifício sobrevivente que restou próximo ao local da detonação.

Hiroshima foi reconstruída após a guerra com a ajuda do governo nacional através da Lei de Construção do Memorial da Paz de Hiroshima, em 1949. Ela fornecia assistência financeira para a reconstrução, juntamente com terrenos doados que pertenciam previamente ao governo e eram usados para propósitos militares (Wikipedia).

Como chegar em Hiroshima a partir de Kyoto:

A primeira dica é ir o mais cedo possível. Como estávamos em Kyoto,  e adquirimos o Japan Rail Pass, saímos bem cedo com direção à estação de Kyoto (olhamos, pelo aplicativo Hyperdia, qual era o horário do trem mais próximo).

Partimos às 07:20am de Kyoto e o trajeto de trem bala (Shinkansen) até Hiroshima durou quase duas horas. E eu particularmente achei uma viagem belíssima! Observei todos os cantinhos pelos quais passava no trajeto, e quando vi, já estava na hora de desembarcar em Hiroshima.

Chegando em Hiroshima, perguntamos aonde era a estação de ônibus (Hiroshima Bus Station) e um senhorzinho nos levou até o local de onde pudéssemos ver a estação – sou apaixonada pela educação e prestatividade dos Japoneses.

De lá, pegamos o ônibus 25 (em torno de 180 ienes), e fui acompanhando pelo Google Maps o local que deveríamos descer, que era o “Genbaku Dome Zen Bus Stop”. Em 15 minutos, já estávamos em frente ao Memorial da Paz.

Mesmo saindo de Kyoto às 07:20am, chegamos no Memorial da Paz de Hiroshima um pouco mais das 10am. Infelizmente estava tudo cronometrado para conseguirmos visitar os pontos ligados a bomba de Hiroshima, e depois seguir para Miyajima. Mas ficou tanta coisa que eu não consegui visitar na cidade, como o Castelo de Hiroshima, que é belíssimo!

Parque Memorial da Paz de Hiroshima

O Parque Memorial da Paz de Hiroshima foi construído em uma área de 120.000m² cheia de árvores, gramados e flores. Antes da bomba, o local era o centro político e comercial da cidade, um dos motivos da escolha do local.

No Parque Memorial da Paz de Hiroshima, você verá principalmente:

  • Hiroshima Peace Memorial ou A-Bomb Dome (Memorial da Paz de Hiroshima ou Cúpula da Bomba Atômica)
  • Children´s Peace Monument (Monumento da Paz das Crianças)
  • Rest House (Casa de Descanso)
  • Cenotaph for the A-Bomb Victims (Cenotáfio para as vítimas da bomba atômica)
  • Hiroshima Peace Memorial Museum (Museu do Memorial da Paz de Hiroshima)

Começamos a visita pelo Memorial da Paz de Hiroshima, ou como também é conhecido “Cúpula da Bomba Atômica“.

Cúpula da Bomba Atômica
Cúpula da Bomba Atômica

Antes de tudo, é preciso entender a diferença entre epicentro e hipocentro. O hipocentro de uma explosão é o ponto exato de onde ela se originou (de onde a energia acumulada foi liberada), enquanto o epicentro é a manifestação dela na superfície.

Hipocentro da Bomba Atômica de Hiroshima
Alcance da Bomba Atômica em Hiroshima

Memorial da Paz de Hiroshima (Cúpula da Bomba Atômica)

O “Domo da Bomba Atômica”, ou Cúpula da Bomba Atômica (Genbaku Dome) foi a única construção sobrevivente mais próxima do local do hipocentro (a apenas 160m). Na época, o edifício, de 1915, era o Saguão de Promoção Industrial da Prefeitura de Hiroshima.

Apesar da Cúpula da Bomba Atômica não ter colapsado, todas as pessoas que estavam em seu interior morreram imediatamente. Do edifício, restaram apenas as paredes de concreto e a cúpula de aço. Mais tarde, foi decidido que a área não seria reconstruída, mas sim dedicada a instalações de memorial da paz.

Memorial da Paz de Hiroshima

Mas você deve estar pensando: qual o motivo de manter a Cúpula da Bomba Atômica, já que foi um momento de extrema dor para Hiroshima?

O motivo de manter a cúpula é exatamente para lembrar do sofrimento causado pela bomba, além de simbolizar a luta para acabar com bombas, armas nucleares, e assim, conseguirmos trazer a paz mundial.

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Em 1996, o Memorial da Paz de Hiroshima foi declarado como Patrimônio Mundial da Unesco, apesar de algumas contestações. A China alegava que o memorial poderia ser utilizado como uma forma de minimizar o sofrimento dos países que foram vítimas do Japão durante a Guerra. E os Estados Unidos também questionaram o fato de que o memorial poderia “camuflar” a realidade dos fatos históricos.

Memorial da Paz de Hiroshima

Rest House (Casa de Descanso)

Anteriormente, por volta de 1929, a Casa de Descanso funcionava como uma Loja de Kimonos. Entretanto, na época do bombardeio, já funcionava uma casa de repouso que, infelizmente, teve 36 mortos em seu interior e apenas um sobrevivente. O homem de 47 anos, que estava no porão da casa, somente sobreviveu pelo fato de que o teto de concreto agiu como uma barreira para a radiação.

Rest House (Casa de Repouso) em Hiroshima

Caso tenha interesse em visitar o porão da Casa de Repouso, você deve realizar seu registro na recepção do prédio.

Children´s Peace Monument (Monumento de Paz das Crianças)

O Monumento de Paz das Crianças foi construído para homenagear Sadako Sasaki e as outras milhares de crianças vítimas da Bomba Atômica.

Memorial de Paz das Crianças
Sadako Sasaki, via Wikipedia

A história de Sadako Sasaki ficou mundialmente conhecida pelo fato de que a mesma tinha apenas dois anos quando a bomba foi detonada. Apesar de ter sido exposta a uma grande quantidade de radiação, Sadako não morreu no momento da detonação. Depois de dez anos, Sadako desenvolveu leucemia.

Enquanto estava internada, Sadako começou a dobrar inúmeros Tsurus (ave sagrada que simboliza paz, saúde, fortuna). No Japão, há uma lenda de que se a pessoa dobrar mil Tsurus, ela terá um desejo realizado. Então, Sadako conseguiu atingir sua meta, e dobrou ao todo 1300 Tsurus até a sua morte. No Museu Memorial da Paz de Hiroshima, há a exibição de alguns deles, e um breve relato de sua história (veja mais abaixo no item que falo sobre o Museu).

No topo do monumento construído em sua homenagem e às vítimas da bomba, há a estátua de Sadako segurando um Tsuru, e no pé da estátua se lê: “Este é o nosso choro. Esta é a nossa oração. Paz no mundo.”

Até hoje as pessoas continuam fazendo Tsurus e deixando na base da estátua.

Ganhei um Tsuru de um atendente do Museu Memorial da Paz de Hiroshima, que carinhosamente trouxe com muito cuidado do Japão.

Cenotáfio Memorial

Localizado no centro do Parque Memorial da Paz de Hiroshima há um outro memorial a todas as vítimas da Bomba Atômica. Trata-se de um arco que representa um abrigo para todas as almas do bombardeio, e está alinhado com a Chama da Paz e o Memorial da Paz.

O nome de mais de 290 mil vítimas da bomba estão gravados na pedra central do memorial.

Cenotáfio Memorial, em Hiroshima

Nele, ainda há a inscrição 安らかに眠って下さい 過ちは 繰返しませぬから, que significa “Descansai em paz, pois o erro jamais se repetirá”.

Belíssimo e significativo, mas triste. Muito triste.

Chama da Paz 

A chama da paz foi acesa em 1964, com a esperança de um mundo sem armas nucleares. Ela permanece acesa desde então, e assim continuará até que as armas nucleares sejam abolidas em todo o mundo.

Observe o pedestal da chama que foi projetado para simbolizar a imagem de duas mãos pressionadas e voltadas para o céu.

Chama da Paz, Hiroshima

Museu Memorial da Paz de Hiroshima

O museu, assim como todos os memoriais do Parque Memorial da Paz de Hiroshima, tem o objetivo de homenagear as vítimas, além de reforçar os danos das armas nucleares para o mundo.

Museu do Memorial da Paz de Hiroshima

Nele existe um acervo que conta a história detalhada da Bomba de Hiroshima, mais precisamente sobre o dia 06 de agosto. Há muitos pertences de vítimas 🙁

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Funcionamento do Museu: todos os dias, com exceção do dia 30 e 31 de dezembro, das 08:30am às 6pm (em Agosto, até as 7pm, e de dezembro a fevereiro, até as 5pm). É possível entrar somente até 30 minutos antes do fechamento.

Ticket: 200 ienes

Ground Zero (ou Marco Zero ou Hipocentro)

A 160m da Cúpula da Bomba Atômica está localizado o Marco Zero, o local considerado o ponto abaixo da detonação da bomba de Hiroshima. O endereço do local é “Hiroshima Atomic Bomb Hypocenter”, 1 Chome-5-25 Otemachi, Naka Ward, Hiroshima.

Marco Zero Bomba de Hiroshima
Marco Zero Bomba de Hiroshima

Bem, não preciso nem dizer que é um lugar muito triste para ser visitado. Mas acho necessário! Necessário para a gente lembrar que, infelizmente, existiu, e para desejar que nunca mais volte a acontecer.

Seguindo para Miyajima de Hiroshima

Quando defini que visitaria Hiroshima e Miyajima em um mesmo dia, eu tinha ciência de que seria muito corrido, e que algumas atrações não seriam visitadas. Mas nosso objetivo era visitar o Memorial da Paz de Hiroshima e, depois, finalizar desvinculando da energia negativa na ilha zen de Miyajima, mais especificamente no Santuário Itsukushima.

Torii Flutuante em Miyajima

Já passava das 1pm quando seguimos para Miyajima. E foi aí que eu senti a necessidade de, pelo menos, pernoitar em Hiroshima. Assim, ficaria um dia inteiro em Hiroshima, e outro em Miyajima. Mas era o que os meus dias permitiam, e eu voltaria satisfeita para casa por ter conseguido visitar o Memorial e o Santuário Itsukushima.

Como chegar em Miyajima a partir de Hiroshima

A melhor forma para chegar em Miyajima é utilizando trem, pela Sanyo Line (cinza), que também pode ser utilizado com o JR Pass. Em menos de meia hora, você estará na “Miyajimaguchi Station”, e de lá, pegue a balsa JR (mostre o JR Pass para utilizá-la gratuitamente) e em 10 minutos você estará desembarcando na ilha.

Balsa para Miyajima

Você pode até ficar tentado em ir pelo bonde 2 (linha vermelha) que também possui o destino à Miyajima, e o ponto é em frente ao Memorial. Mas é um percurso extremamente lento e pode atrasar ainda mais o seu dia.

Tem um barco que também realiza o passeio a partir do Parque Memorial da Paz de Hiroshima, em um trajeto de 45 min direto para Miyajima. Entretanto, o JR Pass não é válido para este meio.

O Santuário Itsukushima

A ilha de Miyajima é bastante popular entre os turistas que visitam o Japão, devido ao Santuário Itsukushima, que, junto com o grande Torii parecem flutuar sobre as águas de mar.

O Santuário, assim como Torii, foram construídos no chão, em 593, mas quando a maré está alta, ambos parecem flutuar. O ideal para quem tiver mais dias no país, é chegar a tempo de ver a maré baixa, e depois com a maré alta.

Quando fomos, acompanhei a tábua da maré (para consultar a maré no Santuário, clique AQUI) e vi que na parte da tarde, mais no finalzinho do dia, o Torii já estaria “flutuando”. Então fomos de manhã para Hiroshima, e na parte da tarde para Miyajima.

Chegando na Ilha já tivemos uma maravilhosa impressão do que é este lugar:

Realmente é uma paisagem impressionante, e valeu todo o esforço para visitá-lo.

Torii Flutuante, em Miyajima

Logo que desembarcamos no Porto de Miyajima, já vimos diversos veados passeando naturalmente entre os turistas. Pelo que li e vi antes, a Ilha é um verdadeiro paraíso, com muitas plantas exóticas, fontes termais, além de milhares de peixes e aves.

Veados “domesticados” em Miyajima

De lá, fomos contornando à direita do porto, e logo nos vimos bem próximo do Torii (o Grande Portal do Santuário Itsukushima). Quanto mais nos aproximávamos, mais impressionados com a energia do local ficávamos.

Chegando ao Torii Flutuando em Miyajima

O Santuário Itsukushima é um santuário xintoísta que cultua três deusas da religião, e acredita-se que elas habitam o interior o Santuário. Em 1996, ele foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco, foi considerado um dos lugares mais belos do Japão, e ocupa espaço nos cartões postais do país.

Já o Torii foi construído apenas em 1875, com 16 metros de altura por 24 metros de largura, é o maior portal de madeira do mundo. Diz a lenda que, quem passar pelo Torii terá uma vida próspera e feliz.

Torii Flutuante de Miyajima

Na foto abaixo, a maré estava alta o suficiente apenas para cobrir a base do Torii, assim, o Santuário Itsukushima ainda não parecia flutuar.

Infelizmente, o tempo começou a fechar com uma ameaça de forte chuva. Como a gente tinha que pegar a balsa ainda para o porto Miyajimaguchi, depois o trem para a estação de Hiroshima, e por fim, o Shinkansen para Kyoto, ficamos receosos de que qualquer atraso em razão da chuva culminasse na perda do trem. Então, tomamos a triste decisão de não visitar o interior do Santuário.

Antes de seguir para o porto, uma breve passada na vila ao lado do Santuário de Itsujushima só para ter a certeza de que quero voltar!

Miyajima

E depois disso, começou a chover e senti muito frio para atravessar na Balsa. Chegamos a tempo para pegar o Shinkansen na estação de Hiroshima, e logo logo chegamos em Kyoto (com tempo suficiente para curtir um pouco do Pontocho).

Bate-volta às Highlands e Lago Ness, na Escócia

Fazer um passeio bate-volta às Highlands e ao Lago Ness é a melhor escolha para quem está com pouco tempo na Escócia, como nós dois estávamos.

Nosso tempo era curto na Escócia. E como a maioria dos viajantes inveterados, nosso desejo era de conhecer tudo, ou quase tudo, o que jamais seria possível. Escolhemos conhecer apenas Edimburgo e Glasgow, duas das principais cidades da Escócia, e tentar encaixar um passeio bate-volta às Highlands e ao Lago Ness. Depois de escolher as cidades, começamos a questionar de onde era o melhor lugar para realizar o bate-volta às Highlands e ao Lago Ness. E será que o melhor seria alugar um carro ou fechar o passeio com alguma empresa? Mas qual empresa escolher? Ou será que existe algum transporte público? Chegando lá, teríamos tempo para fazer o passeio de barco pelo Lago Ness?

São estas e outas informações que vamos compartilhar neste post, mas antes vamos falar um pouco sobre as Highlands e o famoso Lago Ness.

As Highlands ou Terras Altas da Escócia

Pensar nas Highlands e não pensar no Filme Coração Valente (Braveheart) é quase impossível! Sugiro muito que todos vejam o filme antes da viagem. No filme, retrata as Highlands como paisagem dramáticas com muitas montanhas, um tempo nublado e mais cinzento, vacas (lindas e de franja) pastando em campos verdes, escoceses com kilt, e claro, tudo ao bom som de uma gaita de foles.

De tudo isso, só não vimos o tempo ruim. Apesar do dia começar com muita neblina e de estar um dia frio, tivemos sol e céu azul, o que deixou ainda mais bonito e cênico o nosso passeio.

Mas afinal, o que são as Highlands? As Highalands, ou Terras Altas, são uma região montanhosa da Escócia, que antigamente era povoada pelo povo gaélico (Celtas que vinham da Irlanda) e Pictos, enquanto a outra parte, as Terras Baixas (ou Lowlands) já era povoada pelos Scots. De certa forma, ainda existem algumas diferenças da cultura e língua entre as Highlands e as Lowlands, mas coisas que nós, turistas, não conseguimos nem perceber.

O que percebemos por ali foi um lado místico das Highlands que só estando lá para entender ou sentir.

Por toda sua beleza, as Highlands já foram palco de vários filmes como “Coração Valente“, “Highlander“, atualmente, um seriado que vem fazendo bastante sucesso “Outlander“, o fofo desenho da menina ruiva “Valente”, dentre outros:

E a região acabou se tornando, também, palco para casamentos, já que possui belíssimos e românticos castelos.

Lago Ness, ou Loch Ness

Ir na Escócia e não conhecer este famoso lago, estava fora de cogitação! Foi um dos primeiros lugares que esbocei e fiz questão de incluir em nosso roteiro. E confesso que depois disso, fiquei ainda mais curiosa sobre a veracidade da história.

Acredito que a maioria das pessoas já ouviu falar no monstro do Lago Ness, ou Nessie, como também é chamado! Desde pequena, ouvia a história de um desconhecido e sombrio monstro que ocupava (ou será que ocupa?) as profundezas do Lago Ness. E ficava muito curiosa, se aquela história era ou não realidade.

O Monstro do Lago Ness é uma espécie de serpente ou réptil marinho que foi visto pela primeira vez em 565, através de relatos de um missionário. Mas foi somente em 1880, o primeiro relato autêntico da aparição de Nessie, quando um mergulhador foi procurar por um navio naufragado perto do Fort Augustus. Logo depois de iniciar seu trabalho e encontrar o navio, viu uma estranha criatura que estava sobre uma rocha, o que fez com que o mergulhador tomasse um susto e voltasse imediatamente para a superfície.

Depois deste relato, outras aparições foram divulgadas em 1923 e 1933, mas somente em 1934, foi que se teve a mais famosa fotografia do monstro tirada pelo cirurgião R.K. Wilson, e acabou ficando conhecida como Surgeon’s photo

Monstro do Lago Ness (Fonte: Wikipedia – Surgeon’s photo)

Entretanto, em que pese o fato deste registro ter se tornado a fotografia mais divulgada do monstro do Lago Ness, mais tarde, em 1993, foi divulgado que a imagem foi falsificada a partir de um pescoço de um submarino de plástico.

Mais tarde, em 2007, o técnico de laboratório Gordon Holmes fez um vídeo de uma criatura com cerca de 14 metros que deslizava sobre a água de uma maneira bem rápida. E mesmo sendo considerado verdadeiro, não pode ser considerado como prova da existência do monstro. Veja o vídeo abaixo:

Mas até hoje o monstro do Lago Ness levanta debates sobre sua existência ou não. Há várias histórias da turma que acredita, e há várias hipóteses e explicações para a turma que não acredita.

Tour pelo Lago Ness e Terras Altas da Escócia

Como mencionamos anteriormente, a gente não tinha muito tempo para conhecer melhor as Highlands, motivo pelo qual optamos por fazer um passeio bate-volta a partir de Edimburgo. E também escolhemos Edimburgo, pelo fato de que não encontramos passeios a partir de Glasgow (se alguém tiver feito algum, compartilhe conosco nos comentários abaixo).

Nosso Tour foi fornecido pelo Visit Britain, órgão que apoiou nossa viagem na Grã-Bretanha, mas que encontra-se disponível para venda no site do Visit Britain Shop (clique AQUI). O tour inclui ida e volta a partir Edimburgo em micro-ônibus, guia (idioma inglês) que ao longo do trajeto compartilha histórias e informações sobre os locais, além de um pequeno lanche durante o retorno.

O tour que se chama “Loch Ness and Scottish Highlands Tour – 1 Day (Highland Explorer) custa 44 Libras, valor por adulto, e pode ser adquirido clicando AQUI. Ao adquirir o passeio, você recebe um voucher por e-mail, e deve chegar com antecedência de 15 minutos do horário previsto, e apresentá-lo ao pessoal da empresa. A empresa fica na 60 Hight Street (na Royal Mile, em Edimburgo).

E este tour começa bem cedo e vai até o final do dia (8h às 20h). Passa por alguns pontos de interesse aonde é possível apenas avistá-los de dentro do ônibus, e depois faz duas pequenas paradas antes de chegar ao Lago Ness: uma parada para café-da-manhã e outra no famoso Glencoe. E ao final do dia, no retorno a Edimburgo, faz mais duas pequenas paradas, uma no The Commando Memorial e depois, outra parada para um pequeno lanche.

Pontos de interesse do Tour:

    • Stirling Castle (Castelo de Stirling)
    • Rannoch Moor
    • Glencoe (parada)
    • Ben Nevis
    • Fort Augustus (parada)
    • Loch Ness (é possível fazer um passeio de barco à parte no Lago Ness)
    • Loch Laggan
    • Drumochter Pass
    • Forth Rail Bridge

No mapa abaixo, é possível ver o nosso trajeto de passeio, mas pela rota que passa por Stirling:

Dica importante: Para quem costuma sentir mal ao realizar viagens terrestres, é ideal tomar um medicamente que evite enjoos. Pois a viagem de ônibus é bem longa, em torno de 4 horas na ida e mais 4 horas na volta. Infelizmente, esquecemos de levar o remédio e não compramos quando chegamos lá, então o Fábio acabou se sentindo muito mal durante o trajeto de ida, o que consequentemente prejudicou nosso passeio de barco no Lago Ness. Pois quando chegamos lá, o objetivo maior era comprar um remédio para ele se recuperar e se preparar para o retorno a Edimburgo.

No caminho para o Lago Ness, paramos depois de um pouco mais de um hora e meia para fazermos um lanche reforçado em um restaurante já nas Highlands. A paisagem já era extasiante, apesar de ainda estar com um pouco de neblina.

Passeio bate-volta às Highlands e Lago Ness (Primeira parada para o lanche)

Abaixo, o micro-ônibus que fizemos o passeio, e um pouco das paisagens ao longo do trajeto (observe que no começo do dia, o tempo estava bem encoberto. Mas depois de um tempo, o céu estava completamente aberto e sem nuvens).

Um fato interessante é que você fica muito tempo dentro do ônibus e às vezes pode ficar um pouco entediado. Mas conhecer as Highlands é curtir o caminho. Por este motivo acredito que alugar um carro e curtir com mais calma seja o ideal. Mas para quem não tem tempo na Escócia, como foi o nosso caso, o melhor é fazer este passeio bate-volta, pois possibilita que o turista conheça um pouco das Highlands, além do Lago Ness, e até faça um passeio de barco pelo Lago, se quiser.

A paisagem dramática das Highlands, na Escócia
A paisagem dramática das Highlands, na Escócia

Um dos pontos altos da viagem foi quando paramos em Glencoe, ou Vale Encantando, como também é conhecido, que é considerado um dos lugares mais famosos, cênicos e históricos das Highlands. Pois em 1692, foi palco de um grande massacre, onde muitas pessoas morreram. Mas, apesar deste triste fato, atualmente, Glencoe foi considerado um dos vales mais românticos da Escócia, sem falar que é um excelente lugar para prática de atividades na montanha.

O lugar é de uma beleza tão incrível e indescritível que foi escolhido para ser cenário tanto do Filme Coração Valente, quanto para algumas cenas do terceiro filme de Harry Potter, Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban. Quem se lembra de Hermione dando um soco no Malfoy? A paisagem de Glencoe aparece ao fundo da cena, que pode ser vista no vídeo abaixo:

Glencoe foi o segundo ponto de parada do nosso tour e tivemos a oportunidade de curtir um pouco desta paisagem estonteante, em um dia que o frio estava de até machucar as bochechas!!! Ou seja, trincando!

Glencoe, nas Highlands, foi palco de filmes como Coração Valente e Harry Potter
Glencoe e sua energia indescritível! Só vendo e sentindo para entender o que estamos falando!

Se tiver com mais tempo na Escócia, e deseja fazer mais passeios em Glencoe, clique AQUI.

Nosso tour continuou passando por paisagens dramáticas e marcantes das Highlands, onde tivemos a oportunidade de avistar belíssimos lagos, e até mesmo as vacas escocesas, com todo o seu charme esboçado em sua “franja” jogada sobre a cabeça.

Paisagens das Highlands, na Escócia
Paisagens das Highlands, na Escócia
As vacas escocesas nos pastos das Highlands
As vacas escocesas nos pastos das Highlands

O terceiro ponto de parada do nosso tour foi no Fort Augustus, já às margens do Lago Ness. Chegando lá, você pode dirigir-se imediatamente para o ponto de onde partem os passeios de barcos. Para tanto, é ideal que avise ao seu guia que pretende fazer o passeio.

O passeio de barco pelo Lago Ness não está incluído no Tour pelas Highlands e Lago Ness. Mas custa entre 14 e 16 Libras por pessoa, e dura cerca de uma hora.

Fort Augustus, à margem do Lago Ness, na Escócia
Fort Augustus, à margem do Lago Ness, na Escócia

Como comentamos acima, o Fábio não se sentiu bem durante o trajeto de Edimburgo até Fort Augustus. Então, logo que chegamos lá, fomos a um posto com uma loja de conveniência e farmácia, para comprar algum remédio, e esperamos um pouco até que ele melhorasse um pouco. E isso acabou fazendo com que a gente não tivesse tempo para fazer o passeio de barco. Mas vale muito a pena e nós ficamos muito chateados por não termos conseguido fazê-lo!

Então, como não fizemos o passeio de barco pelo Lago Ness, aproveitamos para caminhar até às margens e quem sabe encontrar ou fazer um belo registro de Nessie! Mas minha emoção foi tamanha, que logo que cheguei na beira do Lago e tirei meu celular para fazer um vídeo, ele saltou da minha mão como se tivesse vida própria indo cair no fundo do Lago Ness! Isso mesmo que leu! Meu celular caiu dentro do Lago Ness!

Apesar do banho inesperado que meu celular teve, foi com a mesma rapidez com que ele caiu, que eu consegui tirá-lo do Lago. Sequei como consegui, e até hoje ele ainda está vivo e em funcionamento! 🙂

Lago Ness, em Fort Augustus
Lago Ness, em Fort Augustus

Ficamos ali por um bom tempo, em torno de uns 40 minutos, curtindo e tirando muitas fotos do Lago. Abaixo, o barco que realiza o passeio pelo Lago Ness:

Passeio de Barco pelo Lago Ness, na Escócia

Para fazer o passeio de barco no Lago Ness, clique AQUI.

Logo que voltamos para nosso micro-ônibus, o guia forneceu um sanduíche natural (tinha alguns sabores disponíveis para escolha) e uma garrafa de água. E depois, continuamos nossa viagem para o terceiro ponto de parada.

The Commando Memorial é um um monumento dedicado aos homens da Forças de Comando Britânicas originais criadas durante a Segunda Guerra Mundial, e acabou se tornando um dos monumentos mais conhecidos do Reino Unido.

The Commando Memorial, Escócia
The Commando Memorial, Escócia
The Commando Memorial, Escócia
The Commando Memorial, Escócia

Por fim, tivemos mais uma parada para um lanche, antes de seguirmos para Edimburgo, aonde finalizou nosso tour.

Este tour vale muito a pena para quem não gosta de dirigir em mão-inglesa, e para quem estiver com pouco tempo como nós dois estávamos. Mas se você tiver com mais tempo, sugiro que conheçam melhor a região das Highlands, especialmente a de Glencoe, que possui muitas atividades de montanha, e em Inverness, que é um excelente ponto para explorar o Lago Ness.

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Tour pelas Highlands e pelo Lago Ness, na Escócia

Roteiro de um dia em Bath, na Inglaterra

Pulteney Bridge, em Bath

Desde a primeira vez que estivemos no Reino Unido, em 2015, nossa vontade era de conhecer todas as cidades possíveis a partir de Londres. Mas é claro que isso não é possível em um curto espaço de tempo, motivo pelo qual não foi possível conhecer Bath daquela vez. Mas a boa notícia é que conseguimos retornar no Reino Unido em janeiro de 2017 para uma viagem de um mês, e então tivemos tempo para incluí-la em nosso roteiro (para ver mais detalhes sobre nosso roteiro de trem no Reino Unido, clique AQUI). Então, resumimos neste post todas as dicas para conhecer Bath, além de onde se hospedar e o que fazer na cidade com um roteiro de um dia.

Pelas Ruas de Bath, na Inglaterra
Pelas Ruas de Bath, na Inglaterra

Bath é uma cidade do sudoeste de Inglaterra, localizada no Condado de Somerset, e fica em torno de uma hora e meia de trem a partir de Londres. É uma cidade que, apesar de ser possível  fazer um bate-volta a partir de Londres, vale a pena pelo menos pernoitar na cidade, especialmente para quem deseja conhecer Cotswold, já que é um excelente ponto de partida.

A cidade de Bath não ficou famosa somente pelo complexo de banhos termais construído pelos Romanos, mas também por todo o charme de uma cidade tipicamente inglesa, e pelo fato de que Jane Austen, autora de “Orgulho e Preconceito”, viveu por longos anos ali, aonde teve grande influencia para escrever seu romance.

Conta a história que Bath foi criada depois que os romanos, apaixonados pela cidade, decidiram aproveitar as termais naturais existentes na região e construíram um complexo de banhos com águas que acreditavam ser de propriedade milagrosa e curativa. Mas a história de Bath parece ser bem mais antiga do que isso.

Pelas Ruas de Bath, no Reino Unido
Pelas Ruas de Bath, no Reino Unido

Bath é um verdadeiro charme, um lugar que mescla história com arquitetura neoclássica palladiana, uma cidade que merecidamente foi declarada como Patrimônio Mundial da UNESCO, em 1987.

Pelas Ruas de Bath, no Reino Unido
Pelas Ruas de Bath, no Reino Unido

Breve histórico sobre Bath

Conta-se que Bath foi fundada pelos romanos no século I d.C., diante do interesse em aproveitar as águas termais da região. Portanto, construíram banhos termais que possuem atualmente mais de 2.000 anos, que estão ainda muito bem preservados! Mais tarde, durante a Idade Média, a cidade tornou-se um importante centro para a indústria de lã, mas somente no Século 18 passou a ser considerada uma charmosa e elegante cidade de Spa, literatura e arte.

Como chegar em Bath a partir de Londres:

Apesar de existirem alguns passeios a partir de Londres que incluem Bath e outras cidades no mesmo dia, como este Tour, a cidade merece pelo menos um dia. Acredito que estes passeios devem ser considerados apenas para quem tem pouco tempo na região, especialmente em Londres, e gostaria de conhecer um pouco do interior da Inglaterra.

Mas nós optamos por pernoitar em Bath, assim como em Oxford. E para quem quer facilidade, mais liberade e não curte estes passeios em grupo, pode realizar o passeio por conta própria, de trem, a partir de Londres.

Compramos os tickets de trem pela Virgin Trains, e em janeiro foi bem barato o trecho de Oxford/Bath Spa (11 Libras por pessoa). Entretanto, no verão costuma ficar um pouco mais caro o ticket. Os trens partem de Paddington Station, em Londres, com destino a Bath Spa, possuem duração de 1:30h, e custam em torno de 27,80 Libras para o horário de 09:20h, e 25,00 Libras o retorno para às 20:43h no mesmo dia.

Mas você pode pernoitar na cidade e voltar para Londres, no outro dia, depois das 9h (27,80 Libras). O horário das 6h às 09:00h, tem muita gente que está se deslocando entre as cidades por motivo de trabalho, então, coincidentemente, costuma ser mais caro. Opte por depois das 9h. Mas ser viajar como nós fizemos em janeiro, que é inverno e os dias são mais curtos, melhor ir bem cedo mesmo, para aproveitar mais o dia, já que o deslocamento estará ainda escuro (o sol nasce por volta das 08:40h no inverno).

Onde se Hospedar em Bath:

Ficamos hospedados no Holliday Inn Express Bath, com excelente custo benefício. As diárias em janeiro (inverno) são em torno de 80 Libras para casal, com café-da-manhã incluso. O hotel está localizado a uns 20 minutos de caminhada do centro de Bath, possui estacionamento e é bem confortável.

Holliday Inn Express, em Bath
Holliday Inn Express, em Bath

Para outros hotéis em Bath, clique AQUI. Ao realizar as reservas através de nossos links, vocês não pagam nada a mais por isso, e nós recebemos uma pequena comissão que ajuda na manutenção do blog 🙂

O que fazer em Bath:

Bath é uma cidade que dá para conhecer a pé, mas para quem não gosta muito de andar, existe a possibilidade de passar por todos os pontos turísticos da cidade através dos red bus, City Sightseeing Bath. O ticket custa 19,50 Dólares por adulto. Ou se preferir andar a pé, pode seguir nossa sugestão de roteiro de um dia em Bath, conforme o mapa abaixo:

  • Termas romanas de Bath;
  • Abadia de Bath;
  • Parede Gardens;
  • Pulteney Bridge;
  • The Jane Austen Centre;
  • The Circus;
  • Royal Crescent;
  • Thermae Bath Spa

Antes de começar seu passeio, o ideal é passar no Visitors Information Centre, ao lado das Termas Romanas e Abadia de Bath (Abbey Chambers, Abbey Churchyard, Bath BA1 1LY). Lá você adquire mapas e algumas informações essenciais para desbravar a cidade.

Termas Romanas de Bath (Roman Baths)

Conta-se que os Romanos, encantados com as águas termais de Bath e cientes das suas propriedades medicinais e de cura, decidiram realizar a instalação de banhos públicos, por volta dos anos 70 d.C., na cidade que, até então, era chamada de Aquae Sulis. O que eles não imaginavam é que aqueles banhos se tornariam uma das atrações mais visitadas no Reino Unido.

Na foto abaixo, dá para ver sua entrada que fica bem ao lado da Abadia de Bath:

Vista para a Abadia e para os Termas Romanos de Bath, na Inglaterra
Vista para a Abadia e para os Termas Romanos de Bath, na Inglaterra

Depois de adquirido o ticket para visitar as Termas Romanas (você pode adquirir pelo site clicando AQUI, ou diretamente no local – aceitam cartões de crédito), você recebe um mapa para poder aproveitar melhor sua visita. Você também pode utilizar um audioguia, disponível em 16 idiomas inclusive em português, que descreve todos os pontos do local. Foi muito fácil visitar as Termas Romanas utilizando o mapa e audioguia que recebemos logo na entrada. Para ver o mapa e ter ideia de toda a extensão destes banhos romanos, clique AQUI.

Termas Romanas, em Bath
Termas Romanas, em Bath

Você pode visitar todos os pontos das Termas Romanas, só não é possível entrar na água. A visita começa pelo Terraço, de onde é possível ter uma bela vista para o “Grande Baía” ou “Grande Banho”, ao longo de um belíssimo caminho com várias estátuas de imperadores romanos, que, inclusive, possuem vista para a Abadia de Bath. As estátuas datam 1894, e estão lá desde a inauguração dos banhos, que se deu em 1897.

Durante a visita, é possível ver alguns personagens circulando pela área que foram baseados em pessoas reais que viveram e trabalharam na Aquae Sulis, como era chamada Bath há 2.000 anos. É tudo muito real e te faz realmente voltar no tempo. Para ler mais informações sobre todos os pontos visitados nas Termas Romanas, clique AQUI.

Termas Romanas, em Bath
Águas a 46ºC nas Termas Romanas, em Bath

Todos os dias são 1.170.000 de litros de água a uma temperatura de 46ºC que saem dali há milhares de anos. Antigamente, o povo não entendia este fenômeno mais conhecido como “sistemas geotérmicos aprimorados”, e acreditava que se tratava de obra dos deuses. Imaginem como o lugar era místico!

Vale muito a pena uma visita no interior das Termas Romanas de Bath, e ao final, você ainda pode tomar um gole da água do Spa que possui 42 minerais e acredita ter poderes de cura, no Pump Room (está incluído no preço de entrada). Você pode ainda ter refeições no local como café-da-manhã, almoço, jantar e até mesmo chá-da-tarde. Veja mais detalhes sobre as refeições nas Termas Romanas de Bath clicando AQUI.

Endereço: Stall St, Bath BA1 1LZ, Reino Unido / Horário de Funcionamento: Janeiro – Fevereiro: 09:30 – 17:00, saída 18:00 – Março – 16 Junho: 09:00 – 17:00, saída 18:00 – 17 Junho – 31 Agosto: 09:00 – 21:00, saída 22:00 – Setembro – Outubro: 09:00 – 17:00, saída 18:00  – Novembro – Dezembro: 09:30 – 17:00 , saída 18:00 – Valor do Ticket: 15,50 Libras (os preços variam durante as estações do ano, o valor de 15,50 Libra é de setembro a dezembro de 2017. Confira sempre os preços atualizados clicando AQUI).

Para visitar o site oficial das Termas Romanas de Bath clicando AQUI.

Abadia de Bath (Bath Abbey):

Há mais de 1.200 anos, era um lugar de adoração cristã. E o que é mais curioso é que, desde 757 d.C., três igrejas diferentes ocuparam o  lugar. Primeiro, foi uma igrejinha anglo-saxônica, mas que foi derrubada pelos normandos da Inglaterra por volta do ano de 1.066. Depois disso, em 1.090, começaram a construção de uma catedral normanda, mas que, infelizmente, seu mosteiro não conseguia sustentá-la financeiramente, e, no final do século XV, a catedral já estava em ruínas. E somente em 1499, foi fundada a atual Abadia, uma das últimas grandes igrejas medievais da Inglaterra. Leia mais sobre a história da Abadia clicando AQUI.

Interior da Abadia de Bath
Interior da Abadia de Bath

Além de seu interior belíssimo, é possível fazer um “Tower Tour“, disponível todos os dias, com exceção do domingo, que oferece vistas deslumbrantes da cidade, e de ver de perto vários detalhes dos bastidores da Abadia de Bath. Infelizmente não foi possível fazer este passeio pelo fato de termos visitado Bath exatamente em um domingo.

A Abadia de Bath não cobra para a entrada de visitantes, apenas é sugerido alguns valores para doações para cada visitante. Já para o “Tower Tours” é cobrado o valor de 6 Libras por pessoa (adulto), veja os horários para cada época AQUI.

Endereço: Bath BA1 1LT, Reino Unido

Parede Gardens (Gardens Bath):

Bem próximo das Termas Romanas e da Abadia de Bath está localizado o Parede Gardens que é um complexo de belíssimos jardins às margens do Rio Avon, e de onde se tem a melhor vista para a Pulteney Bridge. O nosso objetivo de ir até o Parede Gardens era para tirar uma foto do rio e da famosa ponte da cidade. Mas nos encantamos pelo jardim, e acabamos ficando um pouco mais por lá.

Gardens Bath, em Bath
Parede Gardens, em Bath

Apesar de ser anunciada uma taxa de entrada de 1,50 Libras, no dia que visitamos a taxa não foi cobrada (janeiro/17). No verão, acredito que este jardim seja ainda mais belo, até por que é permitido aos visitantes fazerem piqueniques.

Para ler mais sobre o Parede Gardens, clique AQUI.

Endereço: Grand Parade, Bath, Avon, BA2 4DF

Pulteney Bridge:

Sabe aquele lugar que você gosta tanto que você volta novamente para ver como fica à noite? A Pulteney Bridge, assim como a Ponte Vecchio, em Florença, é uma das poucas pontes do mundo que possui lojas por toda sua extensão. Trata-se de uma ponte em arco, construída sobre o Rio Avon, e finalizada no ano 1773. Vale a pena apreciá-la tanto do Parede Gardens, quanto do outro lado do Rio Avon. Para ir até lá, é só atravessar a ponte e aproveitar para observar todas as suas charmosas lojinhas.

Pulteney Bridge, em Bath
Pulteney Bridge, em Bath

Endereço: Bridge Street, Bath, Avon, BA2 4AT

The Circus:

A caminho da Royal Crescent, você passará pela famosa The Circus, também conhecida como The King´s Circus, que é composta por três segmentos curvos de casas dispostas em forma circular. Infelizmente o arquiteto responsável pelo projeto, John Wood the Elder, faleceu pouco tempo depois de ter começado sua construção. Mas seu filho finalizou o projeto do pai iniciado pelo pai, em 1768.

The Circus, em Bath
The Circus, em Bath

Aproveite para olhar atentamente os detalhes do trabalho, onde é possível ver muitas curiosidades como emblemas, serpentes, símbolos náuticos, maçônicos, dentre outros. São casas belíssimas que inclusive tiveram algumas celebridades residindo em algumas delas, como o ator Nicholas Cage.

Casas no The Circus, em Bath
Casas no The Circus, em Bath

Infelizmente, durante o Bath Blitz, que foi um bombardeio alemão que teve na cidade em 1942, parte do The Circus foi bombardeada, e consequentemente muitas casas foram demolidas. Entretanto, as que foram danificadas já foram reconstruídos e restaurados no estilo original.

Endereço: The Circus, Bath BA1 2ET, Reino Unido

Royal Crescent:

É um dos melhores lugares para observar a arquitetura georgiana no Reino Unido. Royal Crescent foi foi construída e desenhada por John Wood the Younger, entre 1767 e 1775, em formato de uma semi-elipse de casas organizadas em torno de um grande gramado. Já foi lar de muitas personalidades importantes, e hoje, abriga um luxuoso hotel 5 estrelas, um museu de arquitetura georgiana e algumas casas privadas.

The Royal Crescent, em Bath
The Royal Crescent, em Bath

Endereço: Royal Crescent, BATH, BA1 2LS.

E foi ali, ao lado da Royal Crescent que vimos a primeira cabine telefônica cinza no Reino Unido. É muito comum avistarmos as famosas cabines vermelhas. Mas esta foi bem curiosa e diferente!

Uma das famosas Cabines Telefônicas do Reino Unido, na versão cinza, em Bath
Uma das famosas Cabines Telefônicas do Reino Unido, na versão cinza, em Bath

The Jane Austen Centre

A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós. Jane Austen (em “Orgulho e Preconceito”)

Para os fãs de Jane Austen, a famosa autora do romance “Orgulho e Preconceito“. The Jane Austen Centre é situado em uma casa de arquitetura georgiana original, e é uma exposição permanente, onde conta a história do tempo em que a mesma viveu em Bath, de 1801 a 1806, incluindo o efeito que a vida na cidade teve sobre ela e sua escrita.

The Jane Austen Centre, em Bath, na Inglaterra
The Jane Austen Centre, em Bath, na Inglaterra

Para a visita ser ainda mais completa, você pode tomar um chá-da-tarde no local, além de adquirir produtos da loja que se identificam com a autora.

Endereço: 40 Gay St, Bath BA1 2NT, Reino Unido

Para adquirir os tickets, clique AQUI.

Thermae Bath Spa

Nosso desejo era ter finalizado nosso dia em Bath no Thermae Bath Spa, um Spa muito elegante nas águas naturais e minerais da região, com vista para as belezas da cidade. Mas infelizmente, no inverno, os dias são muito curtos. Por volta das 16h já estava de noite. Então, optamos por aproveitar para conhecer a cidade, e não tivemos tempo de aproveitar um Spa no Thermae Bath. Mas quem tiver possibilidade, vale muito a pena!

Endereço: The Hetling Pump Room, Hot Bath St, Bath BA1 1SJ, Reino Unido

Faça também em Bath:

Audio Walking Tour

Veja onde comer em Bath:

O Visit Bath sugeriu alguns lugares para refeições em Bath. Veja clicando AQUI. Nosso fim do dia foi no The Bath Brew House, uma cervejaria bem bacana da cidade.

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Gostaríamos de agradecer ao apoio que tivemos do Visit Bath e do Visit Britain durante nossa visita à cidade. Tanto as informações quanto os passes concedidos ajudaram muito!

🙂

 

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