No primeiro dia da nossa viagem ao Vale do Douro, passamos na Quinta do Pessegueiro, onde conhecemos a adega, realizamos prova de vinhos e depois seguimos para um delicioso almoço no espaço privativo de uma das propriedades da Quinta. Vejam a matéria aqui.
Depois, antes de conhecermos a próxima vinícola, o Oscar, um dos proprietários da Quevedo Port Wine, nos levou para uma experiência única em nossa viagem (e em nossas vidas!): a Pisa das Uvas na Quinta das Aranhas.
A Quinta das Aranhas é uma vinícola bem familiar, inclusive estavam presentes durante nossa visita toda a família, incluindo esposo, esposa, filhos super simpáticos e até cachorro com filhotinhos! Vimos de perto a chegada das uvas e de todo o processo para a fabricação dos vinhos, inclusive do enchimento do local onde faríamos a pisa das uvas, e degustações de Vinho do Porto.
Quem nunca viu ou sempre pensa em uma cena de pisa das uvas quando se fala em fazer vinhos? Portugal ainda mantém a pisa das uvas na produção de vinhos. E não tem nada de estranho nisso! As melhores uvas são amassadas com os pés! Isso por que não existe melhor forma para não agredir as uvas.
No processo de produção de vinhos, é necessário amassar as uvas para separar a casca do sumo e da semente. Nas prensas, que fazem este trabalho de amassar as uvas, em poucos minutos, uma grande quantidade de uvas é amassada. Mas ainda não existe maquinário que não agrida as sementes. Desta forma, amassar as uvas com os pés, é um processo que pode muitas durar horas, mas é realmente eficaz, porque amassa a uva e não quebra a semente.
Antes de entrar no local, você faz uma higienização, e não precisa nem dizer que se a pessoa estiver com algum problema nos pés vai ter o bom senso de não entrar! Mas mesmo que isto aconteça, não existe bactéria que resista ao processo de fermentação das uvas!
No começo, o local é bem frio, e você ainda vê a maioria das uvas inteiras e somente um pouco de sumo, com um cor bem aguada. Mas como o passar do tempo e do trabalho realizado, você vai vendo e sentindo as uvas mais amassadas, e o lugar tomando a cor de suco de uva. Claro! Foi tudo uma festa e um momento de muita diversão entre o grupo da press trip. Mas já parou para pensar que este trabalho ainda é realizado em diversas vinícolas de Portugal, e a equipe fica por mais de três horas, sem parar, apoiando-se um ao outro, com o único objetivo de amassar as uvas? É um trabalho muito sério e difícil!
No dia seguinte, com uma equipe de verdade, pudemos ver de perto como este trabalho acontece. E enquanto a gente fazia prova de vinhos, participávamos do jantar na Ramos Pinto, tomamos mais vinho, batemos papo, eles estavam lá! Trabalhando sério para a produção de um futuro e especial vinho! Não é brincadeira não!
Vejam o vídeo sobre nossa experiência:
Parabéns a todos que ainda realizam este trabalho, e agradecemos especiais ao IVDP, Catavino, Oscar da Quevedo e aos queridos da Quinta da Aranha, por nos proporcionar este momento que, com certeza, será inesquecível e único!
Como falamos anteriormente, tivemos o prazer de conhecer recentemente a única região autorizada a produzir o Vinho do Porto, que é a região demarcada do Douro, onde estivemos para a press trip #Douro15, à convite do IVDP. Antes de ler esta matéria, seria interessante você ler 10 Motivos para você conhecer Portugal e as Dicas Gerais sobre a região do Vinho do Porto.
Para quem não sabe, os Vinhos do Porto são produzidos no Vale do Douro e transportados para envelhecimento nas caves localizadas em Vila Nova de Gaia, localizada do outro lado da cidade do Porto.
Classificado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 2001, a região demarcada do Douro estende-se pelo Rio Douro e seus afluentes em uma região de aproximadamente 250.000 hectares. Começa a partir de Barqueiros e se estende até Bacar d’Alva.
E o que faz desta região tão especial é exatamente a capacidade do homem de produzir um vinho em um lugar tão acidentado e de tamanho declive, com pouquíssimo recurso de água e terra, além de um solo rico em xisto e granito, que, depois de tratado, acaba sendo ideal para a maturação das vinhas.
A melhor forma de conhecer a região é mergulhando no universo único de cada vinícola. E além de existirem em grandes quantidades, todas sob fiscalização do IVDP, também existem da mais familiar às mais profissionais e de um requinte que só se vendo de perto! Você pode fazer desde um tour pela adega com degustações dos vinhos da casa, como participar de um jantar, ou até mesmo pernoitar na casa de hóspede de alguma dessas vinícolas.
Partimos bem cedo de Porto com destino à primeira vinícola do plano apresentado pelo IVDP e Catavino. O trajeto durou em torno de duas horas, porque acabamos parando para fazer um pequeno lanche e fomos por um caminho que, apesar de mais bonito (N101), possui muitas curvas. Para quem costuma enjoar-se em estradas sinuosas, melhor tomar um remédio para enjoo com um pouco de antecedência.
Tel. (+351) 254 422 081 – 5130-114 Everdosa do Douro/Portugal.
E chegando ao nosso primeiro destino, a Quinta do Pessegueiro, o enólogo João Nicolau de Almeida já nos esperava para conduzir a uma agradável visita, que durou cerca de uma hora e meia.
A Quinta do Pessegueiro é de propriedade do francês Roger Zannier, que se apaixonou pela região, e em meados do ano de 1991, decidiu adquiri-la.
Os vinhos produzidos pela Quinta do Pessegueiro saem de três propriedades distintas, situadas na região de Cima Corgo, bem próxima a São João da Pesqueira (Quinta do Pessegueiro, do Teixeira e da Afurada). E a press trip #Douro15 foi preparada para acontecer exatamente em um dos meses mais alegres e divertidos da região, que é a época das vindimas, ou melhor, da colheita das uvas. Então, foi muito comum avistarmos pelas estradinhas do Vale do Douro caminhões transportando caixas de uvas para as adegas onde seria produzido o vinho.
A Adega da Quinta do Pessegueiro foi construída com uma tecnologia avançada, onde o prédio, bem mais novo que as demais adegas que visitamos, possui 5 níveis. Inclusive, apenas como um detalhe, a decoração e objetos de adorno são também de se admirar! Mas esta adega foi construída em níveis, para não utilizar bombas. Assim, todo o processo de produção do vinho é realizado apenas com a força da gravidade.
Outro diferencial da Quinta do Pessegueiro é que as uvas são muito bem selecionadas, e somente as melhores seguem para a produção dos vinhos, o que nem sempre acontece em outras vinícolas. E como podem ver das fotos abaixo, o sistema de limpeza é bem severo. É tudo muito limpo para garantir a qualidade do vinho.
Depois da visita com explicações bem interessantes do enólogo João Nicolau de Almeida, passamos para a prova dos vinhos, que foram no total de 6 Quinta da Pessegueira Tinto, iniciando com o ano de 2008 até 2013. Apreciamos bastante o Quinta do Pessegueiro Tinto 2011, embora seja ainda um vinho jovem.
A Quinta do Pessegueiro também dispõe de uma loja para aquisição de alguns produtos como vinhos, azeite e chocolate, e os preços são bem interessantes!
Depois da visita com prova de alguns vinhos da Casa, fomos para um espaço super aconchegante em uma das propriedades da Quinta do Pessegueiro, onde tivemos um delicioso almoço com uma das vistas mais bonitas da viagem! Caso vocês tenham interesse em uma experiência bem diferente e marcante, eles preparam tudo para que seu momento seja perfeito, desde que previamente ajustado por email ([email protected]).
Observamos que os Portugueses dominam a arte de servir bem! Cada uma das recepções, almoços e jantares, nos surpreendiam mais que a outro. Tudo é sempre muito farto, em muitas variedades e muito bem posto à mesa.
Como tira-gosto antes do almoço, inúmeras delícias como risoles de peixe, croquetes, alheiras (que é um embutido com vários tipos de carne, pão e condimentos, e se parece muito com linguiças defumadas), melão com um tipo especial de presunto e tomatinhos cereja. Os vinhos escolhidos pelo enólogo João para harmonizar com os pratos foram um Tinto Quinta da Pessegueira 2008 e 2013, um Vinho Branco Aluzé 2014, e por último o Quinta da Pessegueira Porto Vintage 2003.
Para o almoço, de entrada tivemos cogumelo com creme de queijo, servido em uma torrada, e como prato principal, um delicioso Bacalhau gratinado! O Bacalhau está quase presente nos pratos portugueses.
Iniciamos muito bem nossa viagem ao Douro!!! Deu fome por aí?
Outra tradição, em Portugal, é servir ao final de cada refeição um Vinho do Porto acompanhados de queijos. E depois disso, ou na mesma sequência uma sobremesa. Geralmente são dois Vinhos do Porto, queijos e sobremesa. E só para entender um pouco, existem os Vinhos Portugueses de mesa (os que comumente tomamos durante nossas refeições), e o Vinho do Porto, que é servido como aperitivo, digestivo ou de sobremesa. Este último é um vinho mais fortificado, com maior teor alcoólico e mais doce. Portanto, servido em pequenas quantidades.
E assim, terminou nossa visita à Adega Quinta do Pessegueiro! Seguimos, então, para a experiência mais marcante da nossa viagem: a pisa das uvas, que será compartilhada em outro post!
Não precisamos repetir sobre a excelente culinária portuguesa, não é mesmo? Portugal é mundialmente conhecido por seu Vinho do Porto e pela deliciosa gastronomia. O Instituto de Vinhos do Douro e Porto nos apresentou três maravilhosos restaurantes, sendo que dois deles estão localizados em Porto, e um em Matosinhos, cidade bem próxima a Porto, que também vale a pena dar uma esticadinha.
A Gastronomia Portuguesa sofreu influência de diversos lugares, especialmente depois que os navegadores partiam em busca do descobrimento de outras regiões, e aí, retornavam ao país com comida, especiarias, temperos, etc., que iam somando aos pratos portugueses. A comida portuguesa é sempre muito bem temperada com pimenta do reino, alho, coentro, salsa… Você observará que os portugueses fazem muito uso de pães, azeite, de queijo, vinho, bacalhau, especialmente de peixes e frutos do mar devido à extensão do país que é banhada pelo mar. Geralmente, ou quase sempre, no final de cada refeição, é servido queijo com um delicioso Vinho do Porto, seguido de uma sobremesa doce, e do café ou chá. Tudo sempre muito farto! É uma deliciosa tradição portuguesa!
O primeiro restaurante que visitamos foi tipicamente Português. Conheça um pouco sobre ele agora, e não perca tempo em incluí-lo em seu roteiro quando estiver em Porto.
O o Jantar de Boas-vindas ao #Douro15 foi no renomado O Paparico, recomendado pelo Guia Michelin 2015, o que é uma grande honra para qualquer estabelecimento. Paparico significa “carícia, afago, presente dedicado a pessoa querida, iguaria saborosa, guloseima“. Ele realmente é tudo isso! E nossa primeira surpresa do dia foi que para anunciar sua chegada ao restaurante, você deve bater à porta. Para isso uma delicada Aldrava em bronze “mãos de dama”.
Bem intimista, com salões e salas em decoração clássica, o restaurante o Paparico está localizado em um imóvel antigo que foi recuperado e recebe em torno de 40 pessoas. Enquanto eles preparam os detalhes finais de sua mesa, você aguarda no bar, pensando no que está por vir e bebericando uma bebida qualquer.
Logo, Sergio Cambas, um homem jovem e muito simpático, apresenta-se para acompanhá-lo até a mesa. Para nossa sua surpresa, ele é o proprietário do local!
A mesa estava muito bem posta, com o menu impresso “Sampling Portugal” e exposto sob a mesa. Viveríamos ali uma pequena e intensa amostra de Portugal.
Outro ponto muito interessante do O Paparico é que cada prato servido era apresentado por Sergio Cambas (ele faz questão que todos se sintam como se estivessem em casa), e as refeições geralmente servem duas pessoas. O bacana disso é que você entra em um ambiente intimista, requintado e elegante, e esta forma de partilhar as refeições quebra aquela impressão de “muito chique”, e torna mais suave e simples seu momento.
No Menu, alguns itens com a informação de DOP (Denominação de Origem Protegida), que significa que se trata de produtos únicos, que não há no mundo outro igual, e por isso são protegidos por uma Lei da União Europeia. Geralmente são protegidos por esta Lei os Vinhos, Queijos, Presuntos, Embutidos, Azeites e Cervejas. No nosso menu, tinham três destes produtos! E realmente a impressão que tivemos era de que aquela refeição seria um momento único, e que jamais experimentaríamos outro sabor igual.
Entradas:
Queijo Cremoso “Azeitão” DOP (em torno de 5 Euros), produzido a base de leite de ovelha e produzido na região de Azeitão, em Portugal. Este queijo possui uma casca amarelada e seu interior é bem pastoso. É um tipo de queijo de aroma e gosto mais forte;
Terrina de Vitela Arouquesa, vinho do Porto e erva doce (5,50 Euros por pessoa)!
Salada de bacalhau com crocante de broa de Avintes, cebola e salsa (em torno de 7,50 Euros)
Um delicioso Ceviche de Polvo com coentro, e um ceviche de Bacalhau.
Salsicha defumada de Porco Preto da região de Barrancos DOP;
Prosciutto (um tipo de presunto curado e seco) de Porco Preto de Barrancos DOP.
**Couver por pessoa (azeitona, pães e azeite, em torno de 2,50 Euros por pessoa)
Entrada Quente:
Scallop grelhada com manteiga coral. Scallop é um tipo de frutos do mar, chamado “Vieira”, e estava extremamente macia e carnuda. Esta entrada foi a única servida individual (em torno de 5 Euros).
Pratos Principais:
Arroz “Malandrinho” de Tamboril (Monkfish, em torno de 40 Euros), um peixe muito saboroso que às vezes é comparado com a carne de lagosta, que foi servido com um Lombo de Vitela com molho de Tutano e cogumelos (32 euros por pessoa). O molho de Tutano era de uma textura extremamente suave, e era simplesmente perfeita esta combinação! Como dizem “de comer rezando!”
Pré-sobremrsa/Sobremesa
Como pré-sobremesa foi servido um sorvete de cereja com uma cama de cereja seca. Delicioso!!!!!!!!! Depois, como a grand finale, foi servido uma Tart de Amêndoa com sorvete de limão e Toucinho do Céu, um delicioso doce Português, a base de ovos e açúcar.
Os vinhos do jantar foram levados e apresentados pelo Paulo Russell-Pinto, do IVDP:
Quinta de Cidrô Rufete 2011– Douro: vinho fresco, leve e aroma marcante.
Vinho Meruge Branco 2011– Douro: adoramos este vinho! Super delicioso! Bem frutado e de acidez equilibrada! Aquele tipo de vinho para degustar batendo papo!
Quinta do Porta Grande Reserva 2000 – DOC– Douro: o Vinho de 2003! É um vinho mais complexo, para paladares mais experientes como o de nossos amigos Tom, Bill, Marie ou Ryan. Mas mesmo sem sabermos caracterizá-lo, apreciamos muito seu paladar.
Quinta da Gaivosa – Vinha de Lordelo – 2005 – DOC – Douro.
Por fim, Vinhos do Porto.
Mas a casa possui uma excelente carta de vinhos, com um grande destaque para os vinhos portugueses. Além de vinhos, oferece coquetéis, Gins, Vodkas e Whisky.
Durante o agradável momento em que passamos no O Paparico, constamos a eficiência no atendimento de todos da casa, com o sempre tratar bem do Português. A comida muito saborosa, criativa e estritamente ligada à culinária portuguesa. Apesar de não ser um restaurante barato, acredite que será uma experiência memorável!
Já assistiram ao primeiro vídeo da nossa viagem?
Agradecemos ao IVDP por nos presentear e proporcionar este momento único!