Santuário dos Ursos, na Romênia (Libearty Bear Sanctuary Zarnesti)

 

Saiba como visitar o Santuário de Urso, na Romênia, e aprenda por quê eles não devem ficar em cativeiros.

 

Confesso que já cheguei a achar interessante a possibilidade de  “ursos protegendo castelos“. Foi assim em alguns belíssimos castelos que visitamos, onde uma das grandes atrações eram os ursos que ficavam no calabouço, andando entediados de um lado para o outro. Mas isso durou muito pouco até compreender o que estes ursos passam para estarem expostos para nossa admiração. E o mesmo acontece com ursos de circo ou qualquer outra atração que os utiliza para chamar a atenção dos turistas.

Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)

Os Ursos na Romênia

Calcula-se que existam em torno de 8.000 ursos pardos na Romênia, o que representa mais da metade dos ursos da espécie que vivem no Continente Europeu. Ou seja, a Romênia possui muito urso! Foi até por este motivo que não tivemos coragem de sentar nas inúmeras mesas e bancos para piqueniques ao longo das estradas. Imagine você tranquilo descansando e fazendo um lanche no acostamento de uma estrada, e algum urso aparece procurando resto de alimentos? Não gosto nem de imaginar uma situação destas!

E infelizmente é uma triste realidade que a Romênia vem sofrendo. Recentemente algumas cidades do centro do país foram alvo de protestos por moradores que não sabem como lidar com a invasão dos animais nas cidades. Só no ano de 2017, aconteceu o dobro de ataques a humanos comparados com o mesmo período do ano passado. Mas o que acontece é que os ursos da Romênia são protegidos por Lei, e não podem mais ser abatidos.

Forçados por ambientalistas, o país se viu obrigado a editar uma lei que regulamentasse a proteção dos ursos. Isso depois que mais de dois mil ursos já haviam sido abatidos, sem falar da quantidade de animais caçados e presos em jaulas minúsculas, onde muitos deles acabam morrendo de maus tratos e de doenças.

Por outro lado, também, o país se conscientizou da necessidade de proteção a estes animais, inclusive, a romena Cristina Lapis, cansada de ver ursos em situações degradantes, decidiu resgatá-los, fundar um Santuário que fosse um abrigo e um lugar de sua proteção, que foi o lugar que visitamos e relataremos neste post.

Libearty Bear Sanctuary Zarnesti, o Santuário de Ursos na Romênia:

O Libearty Bear Sanctuary começou a ser construído em 2005, quando a romena Cristina Lapis decidiu resgatar e proteger ursos doentes e que sofriam maus tratos no país.

O santuário está localizado em um espaço de 70 hectares (700.000m²) de floresta de carvalho e avelã, em plena montanhas dos Cárpatos, próximo à cidade de Zarnesti, na Transilvânia. Lá, os ursos ficam como se estivessem em um verdadeiro Spa, onde podem escalar árvores, nadar em piscinas, se alimentar na vegetação e até hibernar. Estão sempre protegidos e amparados por pessoas que verdadeiramente amam os animais.

Quando visitamos o Santuário, 88 ursos estavam lá, além de alguns lobos. A maioria destes ursos foram capturados quando ainda eram filhotes, cresceram em jaulas pequenas e enferrujadas, tendo péssima alimentação e sob maus tratos de seus donos. Então, eles ficam encantados com o Santuário!

É importante esclarecer que o Libearty Bear Sancutary não é um zoológico! É um santuário enorme e você tem a certeza disso logo que chega lá!

Localização do Libearty Bear Sanctuary Zarnesti:

No caminho entre Rasnov e Bran, você observa estas placas “Bear Sanctuary Zarnesti”, e então, é só seguir a indicação das placas.

Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)

Como visitar o Santuário de Ursos na Romênia:

Antes de viajarmos para a Romênia, tentei entrar em contato pelo e-mail do site ([email protected] ou [email protected]), mas sem êxito, pois ninguém me respondeu até hoje. Na verdade, não entendi muito bem como era a visita, se tinha que agendar com antecedência, ou pagar algum ticket pela internet. Já tinha até desistido de conseguir realizar esta visita.

Mas no dia que fomos visitar o Castelo de Bran (Castelo do Drácula), vimos as indicações das placas e seguimos até lá para ver se era possível realizarmos a visita sem agendamento. Descobrimos que era sim, mas naquele dia as visitas já tinha acontecido (sempre na parte da manhã).

Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)

Então, acabamos voltando no último dia, e quase que a gente não alcança o último passeio! Foi um sufoco! Logo que chegamos na entrada do Santuário, nos dirigimos à casinha à esquerda foto acima (Ticket & Souvenir Shop), compramos nossos tickets, e aguardamos o momento do nosso tour.

O tour pode ser realizado com guia que fala em romeno ou em inglês, sendo que para cada idioma, um horário diferente.

Antes de fazer o passeio, é importante seguir algumas observações:

  • O tour não é permitido para crianças menores de 5 anos (alegam que é para o bem-estar dos ursos – acredito que se dá pelo fato de que as crianças pequenas podem gritar, chorar, etc…, e por este motivo estressar os ursos);
  • Não é aceito carrinhos com crianças;
  • Vá com sapato confortável, pois realizamos algumas caminhadas em estradas de terra;
  • Você só pode tirar fotos se pagar a taxa de fotografias;
  • O lugar é considerado a floresta dos ursos, então devemos respeitá-lo;
  • Não é permitido alimentar os ursos;
  • Não produzir qualquer ruído ou som (como campainha de celular) que possam perturbar os ursos;
  • Não é permitido usar flash nas máquinas;
  • Pedem para não comer ou beber na frente dos ursos;
  • Proibido fumar;
  • Proibido deixar qualquer lixo durante o passeio;
  • Não se aproxime de forma alguma da cerca de proteção e que separa os ursos dos visitantes (trata-se de uma cerca elétrica).

O passeio inicia com o guia contando um pouco sobre o Santuário e apresentando alguns dos animais. Abaixo, vimos um lobo convivendo pacificamente com ursos.

Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)

Quando começamos a ver os ursos, eu estava bem maravilhada com tudo aquilo, porque até então ainda não tinha visto nenhum urso tão de perto. Mas logo tive o primeiro choque com aquela realidade. Abaixo, o “ursão” deitado no chão, à esquerda da foto, é o Max. Ele é cego (uma triste realidade) e foi resgatado do Castelo de Peles 🙁

Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Max, o urso cego do Castelo de Peles

O tour dura em torno de uma hora e finaliza com um vídeo sobre a história do Santuário, sobre a romena que resgatou os ursos e fundou o lugar.

Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)
Libearty Bear Sanctuary Zarnesti (Santuário de Ursos, na Romênia)

Na minha opinião vale a pena visitar o lugar tanto para ver um urso pardo de perto, quanto para nos conscientizarmos da necessidade de proteção aos animais. O que temos visitando? O que temos feito para mudar a atitude dos locais que ainda utilizam animais para atrair turistas? O que podemos fazer para ajudar? São perguntas que você terá em mente depois que visitar o Santuário de Ursos na Romênia.

Funcionamento: 

  • De julho a agosto (verão): terça a domingo, 9:15h, 9:45h, 10:15h, 10:45h e 11:10h. Valor 40 Lei Adulto, 10 Lei Criança. No final de semana, o valor do tour é 50 Lei adulto, 15 Lei criança. (Tour em inglês);
  • De maio a junho (primavera): terça a domingo, 9h, 10h e 11h. Valor 40 Lei Adulto, 10 Lei Criança. No final de semana, o valor do tour é 50 Lei adulto, 15 Lei criança. (Tour em inglês).
  • De 1 de novembro a 1 de abril (inverno): 11h e 12h. Valor 40 Lei Adulto, 10 Lei Criança. No final de semana, o valor do tour é 50 Lei adulto, 15 Lei criança. (Tour em inglês).

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Libearty Bear Sanctuary Zarnesti 

Transfagarasan Road: uma das estradas mais impressionantes do mundo

Vista da Transfagarasan, na Romênia

 

Já pensou em conhecer a Transfagarasan Road, uma das estradas mais impressionantes do mundo?

 

Quem nos acompanha desde o começo do Blog, sabe que amamos pegar uma estrada. Principalmente quando ela é daquelas estradas de cair o queixo! Já passamos por muitas deste tipo como: a Hwy 1, na California; a Garden Route, na África do Sul; a Niagara-on-the-Lake, no Canadá; também tinha estradas belíssimas entre Salzburgo e Hallstatt, na Áustria, no interior da Inglaterra, Bélgica e Holanda. Mas a Transfagarasan nos hipnotizou de uma tal maneira, a começar pela vontade de conseguir falar corretamente o seu nome.

Onde está localizada a Transfagarasan:

Antes de contar sobre a grandiosidade da construção desta estrada, é importante saber sobre sua localização. A Transfagarasan (7C) está localizada na Romênia, sendo que começa na região de Arges e segue, em quase 92Km, até Sibiu.

No mapa baixo, via satélite, dá para ver nitidamente as montanhas que a Transfagarasan corta, e todo o seu contorno sinuoso que faz com seja uma obra incrível, ou seria uma verdadeira “loucura de Ceaușescu? 

História da Transfagarasan (Transfăgărășan)

A Transfagarasan foi construída no início da década de 1970 até meados de 1974, com o objetivo de ser uma rota militar estratégica, para unir as duas regiões do país: a Transilvânia com a Valáquia. Naquela época, a Romênia era governada pelo comunista Nicolae Ceausescu que, temendo a invasão da então Checoslováquia, queria garantir um acesso militar mais rápido entre as montanhas.

E o mais interessante é que se trata de uma estrada pavimentada que sobe uma altitude de 2.042 metros, cheia de curvas e cortando os Cárpatos, em meio aos picos Moldoveanu e Negoiu, das Montanhas Fagarás. Como a estrada foi construída para ser rota de veículos de guerra (motivo pelo qual é pavimentada), ela é bastante sinuosa, tornando a subida mais branda.

Para a construção da Transfagarasan foram utilizados, na grande maioria, militares, que sem experiência, acabaram morrendo durante a obra 🙁

Mas mesmo com o passar dos anos e com a queda do Comunismo no país, a Transfagarasan ainda continua sendo utilizada como rota, mas acabou se tornando um dos principais destinos para viajantes e aventureiros que pretendem cruzá-la seja através de caminhada, de bicicleta, motos, teleférico, ou como nós dois fizemos, de carro!

Quando visitar a Transfagarasan

Infelizmente a rota não fica aberta durante todos os meses do ano, ao contrário, ela permanece fechada por oito meses, do final de outubro ao final de junho (inverno e primavera), em um trecho de aproximadamente 27km, diante da quantidade de neve, deslizamento de rochas, avalanches, etc., ou seja, por questões de segurança.

Então, se quiser fazer o trajeto caminhando, de bicicleta, moto ou carro, como nós fizemos, você deve ir do final de junho ao final de outubro.

Para ver a data correta do fechamento da Transfagarasan, clique AQUI.

Conhecendo a Transfagarasan

Visitamos a Transfagarasan durante o mês de setembro, ou seja, final de inverno começo de outono. As temperaturas estavam bem amenas, mas mesmo assim, eu já sabia que era obrigatório levar um casaco para a Transfagarasan. No ponto mais alto da rota, que é em Balea Lac, a temperatura cai muito, e mesmo com casaco, eu senti bastante frio.

Então, a primeira coisa que você deve se preparar é: para não sentir frio, leve o agasalho!

Apesar de ser possível fazer toda a rota durante um dia, pois sua extensão é de aproximadamente 90Km, nós optamos por fazer somente a metade do trecho, até por que nem tínhamos muito tempo para fazer toda a rota (claro que a gente não ia ter mesmo! A Romênia possui muitos Castelos, Fortalezas, Igrejas Fortificadas… a cada esquina parávamos para tirar fotos das belíssimas paisagens e construções que avistávamos pelo caminho).

Nosso trajeto foi a partir do cruzamento entre a DN1 e Sibiu (que é considerado o final da rota, mas que a gente acreditava que era o começo), de onde seguimos até Balea Lac, o ponto que proporciona uma vista incrível da estrada e sua sinuosidade. Abaixo, a foto do começo do nosso passeio pela Transfagarasan:

Início da Transfagarasan, na Romênia
Início da Transfagarasan, na Romênia

Como dá para ver da foto acima, o viajante que começa a rota não tem muita noção de sua grandiosidade. No ponto da foto, e com a nebulosidade, não conseguíamos entender como a Transfagarasan poderia cortar as montanhas e fazer aquela forma que vimos nas fotos. Tentava enxergar e nada! Com uns 10 minutos de trecho, começamos a ver somente árvores e muitos pinheiros!

Para terem um pouco da ideia do quanto a Transfagarasan sobe pelas montanhas, observe as fotos acima e veja que começamos bem aos pés das montanhas, e na foto à direita, já tínhamos subido bastante, mas ainda não tínhamos chegado nem na Balea Cascada.

Ao longo da estrada tem alguns poucos pontos para observatório (lembre-se que ela foi construída para ser uma rota militar), e algumas mesas para piquenique. Na verdade, vimos estas mesas em vários pontos da Romênia.

Balea Cascada:

Foi o primeiro ponto que paramos, e até então, eu não entendia aonde poderia ter a paisagem daquelas fotos que via na internet. Confesso que achei que poderia estar na rota errada, já que a internet (e consequentemente o GPS) pegava muito mal durante o trajeto (para dizer que não pegou).

Pela Transfagarasan quase chegando em Balea Cascada
Pela Transfagarasan quase chegando em Balea Cascada

Estacionamos nosso carro logo que vimos o estacionamento, e tentamos ver a possibilidade de andar no teleférico (telecabine) que vai de Balea Cascada até Balea Lac, em torno de 3.700m. Gente, sério! É um trecho muito alto e longo! E como não tinha a quantidade de pessoas necessária para fazermos o passeio naquele momento, e a gente não podia esperar por mais visitantes (e eu também não queria!), acabamos não fazendo.

Teleférico na Transfagarasan, na Romênia
Teleférico na Transfagarasan, na Romênia

Ocorre que em maio deste ano (2017) teve um acidente com os dois teleféricos que acabou machucando alguns turistas, e desde então, não tenho certeza da data exata, mas os teleféricos estão fechados.

Olhando na foto acima, vocês devem pensar que nem parece tão alto, mas do ponto alto da Transfagarasan, na Balea Lac, vocês vão entender a extensão deste teleférico.

A partir dali, você pode fazer uma curta caminhada até a Balea Cascada, uma cachoeira que dá para ver ao fundo da foto acima. Preferimos não ir até lá, por que já estava ficando tarde, e não teríamos muito tempo para chegar até o topo.

Depois de não conseguir fazer o passeio no teleférico, continuamos nosso trajeto, e o clima foi ficando péssimo. Eu não conseguia acreditar que o tempo estava tão ruim, que tinha tanta neblina, e que eu não ia conseguir ver a estrada como tinha visto tantas fotos na internet. Estava arrasada!

Observe na foto abaixo, à esquerda, dá para ver a altura que já tínhamos subido, pois lá em baixo, aonde tem umas casinhas, é ponto do teleférico da foto acima! Lembrando que a gente já tinha subido muito antes de chegar na Balea Cascada.

Depois da foto acima, à direita, eu já não tinha mais qualquer esperança de que veria algo, o “tal do trecho da foto” não chegava e já considerava nosso dia como “perdido”, pois não teria mais nenhum dia disponível para voltar ali.

E como um passe de mágica, depois daquela neblina forte (que tivemos que redobrar o cuidado), a visibilidade retornou, e ficamos diante do começo da estrada sinuosa que via nas fotos. Lembrando que a Transfagarasan não é somente este trecho, ela tem quase 92 km, mas este era o trecho mais cênico e incrível que queria visualizar.

Lembra o teleférico que vimos lá em Balea Cascada? Olhe ele aí na foto! É ou não é alto?

Vista da Transfagarasan, na Romênia
Vista da Transfagarasan, na Romênia

Neste trecho da Transfagarasan, existem alguns pontos de parada e observação. Na verdade, alguns deles são feitos pelos próprios turistas que estacionam fora da pista para tentar tirar a melhor foto!

A vista é realmente impressionante!

Selfie na Transfagarasan, na Romênia
Selfie na Transfagarasan, na Romênia

Optamos por deixar o carro no estacionamento do Balea Lac (pagamos em torno de 5 Reais), e caminhamos um pouco pelo entorno ao lago. É lá que existe, durante o inverno, o Hotel de Gelo, mas que também funciona (sem ser de gelo) em outras temporadas do ano, veja AQUI. Não ficamos lá, mas acho que vale a pena pensar na possibilidade! Veja mais sobre o Cabana Balea Lac clicando AQUI.

Estacionamento do Balea Lac, na Transfagarasan
Estacionamento do Balea Lac, na Transfagarasan

O Balea Lac um lago glaciar belíssimo!! Estonteante! Nem dá para acreditar na altitude em que este lago foi formado. Mas como falamos acima, é possível apenas visitá-lo em algumas épocas do ano pelo risco de acidente com avalanches, deslizamento, etc. Então, para chegar lá durante o inverno, somente através do Teleférico, que está temporariamente fechado (pelo menos na data deste post, novembro/17). É bom checar a informação  antes de viajar ([email protected]).

Balea Lac, na Transfagarasan
Balea Lac, na Transfagarasan (e ao fundo o Chalé Balea)

Então, a nossa visita à Transfagarasan foi entre Sibiu até Balea Lac. Mas você pode continuar a rota e visitar outras partes consideradas muito bonitas também, como a barragem, que por sinal, é altíssima. Você só vai precisar de um pouco mais de tempo!

Gosta de road trip? Veja nosso post sobre a Hwy 1, na California.

Bate-volta às Highlands e Lago Ness, na Escócia

Fazer um passeio bate-volta às Highlands e ao Lago Ness é a melhor escolha para quem está com pouco tempo na Escócia, como nós dois estávamos.

Nosso tempo era curto na Escócia. E como a maioria dos viajantes inveterados, nosso desejo era de conhecer tudo, ou quase tudo, o que jamais seria possível. Escolhemos conhecer apenas Edimburgo e Glasgow, duas das principais cidades da Escócia, e tentar encaixar um passeio bate-volta às Highlands e ao Lago Ness. Depois de escolher as cidades, começamos a questionar de onde era o melhor lugar para realizar o bate-volta às Highlands e ao Lago Ness. E será que o melhor seria alugar um carro ou fechar o passeio com alguma empresa? Mas qual empresa escolher? Ou será que existe algum transporte público? Chegando lá, teríamos tempo para fazer o passeio de barco pelo Lago Ness?

São estas e outas informações que vamos compartilhar neste post, mas antes vamos falar um pouco sobre as Highlands e o famoso Lago Ness.

As Highlands ou Terras Altas da Escócia

Pensar nas Highlands e não pensar no Filme Coração Valente (Braveheart) é quase impossível! Sugiro muito que todos vejam o filme antes da viagem. No filme, retrata as Highlands como paisagem dramáticas com muitas montanhas, um tempo nublado e mais cinzento, vacas (lindas e de franja) pastando em campos verdes, escoceses com kilt, e claro, tudo ao bom som de uma gaita de foles.

De tudo isso, só não vimos o tempo ruim. Apesar do dia começar com muita neblina e de estar um dia frio, tivemos sol e céu azul, o que deixou ainda mais bonito e cênico o nosso passeio.

Mas afinal, o que são as Highlands? As Highalands, ou Terras Altas, são uma região montanhosa da Escócia, que antigamente era povoada pelo povo gaélico (Celtas que vinham da Irlanda) e Pictos, enquanto a outra parte, as Terras Baixas (ou Lowlands) já era povoada pelos Scots. De certa forma, ainda existem algumas diferenças da cultura e língua entre as Highlands e as Lowlands, mas coisas que nós, turistas, não conseguimos nem perceber.

O que percebemos por ali foi um lado místico das Highlands que só estando lá para entender ou sentir.

Por toda sua beleza, as Highlands já foram palco de vários filmes como “Coração Valente“, “Highlander“, atualmente, um seriado que vem fazendo bastante sucesso “Outlander“, o fofo desenho da menina ruiva “Valente”, dentre outros:

E a região acabou se tornando, também, palco para casamentos, já que possui belíssimos e românticos castelos.

Lago Ness, ou Loch Ness

Ir na Escócia e não conhecer este famoso lago, estava fora de cogitação! Foi um dos primeiros lugares que esbocei e fiz questão de incluir em nosso roteiro. E confesso que depois disso, fiquei ainda mais curiosa sobre a veracidade da história.

Acredito que a maioria das pessoas já ouviu falar no monstro do Lago Ness, ou Nessie, como também é chamado! Desde pequena, ouvia a história de um desconhecido e sombrio monstro que ocupava (ou será que ocupa?) as profundezas do Lago Ness. E ficava muito curiosa, se aquela história era ou não realidade.

O Monstro do Lago Ness é uma espécie de serpente ou réptil marinho que foi visto pela primeira vez em 565, através de relatos de um missionário. Mas foi somente em 1880, o primeiro relato autêntico da aparição de Nessie, quando um mergulhador foi procurar por um navio naufragado perto do Fort Augustus. Logo depois de iniciar seu trabalho e encontrar o navio, viu uma estranha criatura que estava sobre uma rocha, o que fez com que o mergulhador tomasse um susto e voltasse imediatamente para a superfície.

Depois deste relato, outras aparições foram divulgadas em 1923 e 1933, mas somente em 1934, foi que se teve a mais famosa fotografia do monstro tirada pelo cirurgião R.K. Wilson, e acabou ficando conhecida como Surgeon’s photo

Monstro do Lago Ness (Fonte: Wikipedia – Surgeon’s photo)

Entretanto, em que pese o fato deste registro ter se tornado a fotografia mais divulgada do monstro do Lago Ness, mais tarde, em 1993, foi divulgado que a imagem foi falsificada a partir de um pescoço de um submarino de plástico.

Mais tarde, em 2007, o técnico de laboratório Gordon Holmes fez um vídeo de uma criatura com cerca de 14 metros que deslizava sobre a água de uma maneira bem rápida. E mesmo sendo considerado verdadeiro, não pode ser considerado como prova da existência do monstro. Veja o vídeo abaixo:

Mas até hoje o monstro do Lago Ness levanta debates sobre sua existência ou não. Há várias histórias da turma que acredita, e há várias hipóteses e explicações para a turma que não acredita.

Tour pelo Lago Ness e Terras Altas da Escócia

Como mencionamos anteriormente, a gente não tinha muito tempo para conhecer melhor as Highlands, motivo pelo qual optamos por fazer um passeio bate-volta a partir de Edimburgo. E também escolhemos Edimburgo, pelo fato de que não encontramos passeios a partir de Glasgow (se alguém tiver feito algum, compartilhe conosco nos comentários abaixo).

Nosso Tour foi fornecido pelo Visit Britain, órgão que apoiou nossa viagem na Grã-Bretanha, mas que encontra-se disponível para venda no site do Visit Britain Shop (clique AQUI). O tour inclui ida e volta a partir Edimburgo em micro-ônibus, guia (idioma inglês) que ao longo do trajeto compartilha histórias e informações sobre os locais, além de um pequeno lanche durante o retorno.

O tour que se chama “Loch Ness and Scottish Highlands Tour – 1 Day (Highland Explorer) custa 44 Libras, valor por adulto, e pode ser adquirido clicando AQUI. Ao adquirir o passeio, você recebe um voucher por e-mail, e deve chegar com antecedência de 15 minutos do horário previsto, e apresentá-lo ao pessoal da empresa. A empresa fica na 60 Hight Street (na Royal Mile, em Edimburgo).

E este tour começa bem cedo e vai até o final do dia (8h às 20h). Passa por alguns pontos de interesse aonde é possível apenas avistá-los de dentro do ônibus, e depois faz duas pequenas paradas antes de chegar ao Lago Ness: uma parada para café-da-manhã e outra no famoso Glencoe. E ao final do dia, no retorno a Edimburgo, faz mais duas pequenas paradas, uma no The Commando Memorial e depois, outra parada para um pequeno lanche.

Pontos de interesse do Tour:

    • Stirling Castle (Castelo de Stirling)
    • Rannoch Moor
    • Glencoe (parada)
    • Ben Nevis
    • Fort Augustus (parada)
    • Loch Ness (é possível fazer um passeio de barco à parte no Lago Ness)
    • Loch Laggan
    • Drumochter Pass
    • Forth Rail Bridge

No mapa abaixo, é possível ver o nosso trajeto de passeio, mas pela rota que passa por Stirling:

Dica importante: Para quem costuma sentir mal ao realizar viagens terrestres, é ideal tomar um medicamente que evite enjoos. Pois a viagem de ônibus é bem longa, em torno de 4 horas na ida e mais 4 horas na volta. Infelizmente, esquecemos de levar o remédio e não compramos quando chegamos lá, então o Fábio acabou se sentindo muito mal durante o trajeto de ida, o que consequentemente prejudicou nosso passeio de barco no Lago Ness. Pois quando chegamos lá, o objetivo maior era comprar um remédio para ele se recuperar e se preparar para o retorno a Edimburgo.

No caminho para o Lago Ness, paramos depois de um pouco mais de um hora e meia para fazermos um lanche reforçado em um restaurante já nas Highlands. A paisagem já era extasiante, apesar de ainda estar com um pouco de neblina.

Passeio bate-volta às Highlands e Lago Ness (Primeira parada para o lanche)

Abaixo, o micro-ônibus que fizemos o passeio, e um pouco das paisagens ao longo do trajeto (observe que no começo do dia, o tempo estava bem encoberto. Mas depois de um tempo, o céu estava completamente aberto e sem nuvens).

Um fato interessante é que você fica muito tempo dentro do ônibus e às vezes pode ficar um pouco entediado. Mas conhecer as Highlands é curtir o caminho. Por este motivo acredito que alugar um carro e curtir com mais calma seja o ideal. Mas para quem não tem tempo na Escócia, como foi o nosso caso, o melhor é fazer este passeio bate-volta, pois possibilita que o turista conheça um pouco das Highlands, além do Lago Ness, e até faça um passeio de barco pelo Lago, se quiser.

A paisagem dramática das Highlands, na Escócia
A paisagem dramática das Highlands, na Escócia

Um dos pontos altos da viagem foi quando paramos em Glencoe, ou Vale Encantando, como também é conhecido, que é considerado um dos lugares mais famosos, cênicos e históricos das Highlands. Pois em 1692, foi palco de um grande massacre, onde muitas pessoas morreram. Mas, apesar deste triste fato, atualmente, Glencoe foi considerado um dos vales mais românticos da Escócia, sem falar que é um excelente lugar para prática de atividades na montanha.

O lugar é de uma beleza tão incrível e indescritível que foi escolhido para ser cenário tanto do Filme Coração Valente, quanto para algumas cenas do terceiro filme de Harry Potter, Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban. Quem se lembra de Hermione dando um soco no Malfoy? A paisagem de Glencoe aparece ao fundo da cena, que pode ser vista no vídeo abaixo:

Glencoe foi o segundo ponto de parada do nosso tour e tivemos a oportunidade de curtir um pouco desta paisagem estonteante, em um dia que o frio estava de até machucar as bochechas!!! Ou seja, trincando!

Glencoe, nas Highlands, foi palco de filmes como Coração Valente e Harry Potter
Glencoe e sua energia indescritível! Só vendo e sentindo para entender o que estamos falando!

Se tiver com mais tempo na Escócia, e deseja fazer mais passeios em Glencoe, clique AQUI.

Nosso tour continuou passando por paisagens dramáticas e marcantes das Highlands, onde tivemos a oportunidade de avistar belíssimos lagos, e até mesmo as vacas escocesas, com todo o seu charme esboçado em sua “franja” jogada sobre a cabeça.

Paisagens das Highlands, na Escócia
Paisagens das Highlands, na Escócia
As vacas escocesas nos pastos das Highlands
As vacas escocesas nos pastos das Highlands

O terceiro ponto de parada do nosso tour foi no Fort Augustus, já às margens do Lago Ness. Chegando lá, você pode dirigir-se imediatamente para o ponto de onde partem os passeios de barcos. Para tanto, é ideal que avise ao seu guia que pretende fazer o passeio.

O passeio de barco pelo Lago Ness não está incluído no Tour pelas Highlands e Lago Ness. Mas custa entre 14 e 16 Libras por pessoa, e dura cerca de uma hora.

Fort Augustus, à margem do Lago Ness, na Escócia
Fort Augustus, à margem do Lago Ness, na Escócia

Como comentamos acima, o Fábio não se sentiu bem durante o trajeto de Edimburgo até Fort Augustus. Então, logo que chegamos lá, fomos a um posto com uma loja de conveniência e farmácia, para comprar algum remédio, e esperamos um pouco até que ele melhorasse um pouco. E isso acabou fazendo com que a gente não tivesse tempo para fazer o passeio de barco. Mas vale muito a pena e nós ficamos muito chateados por não termos conseguido fazê-lo!

Então, como não fizemos o passeio de barco pelo Lago Ness, aproveitamos para caminhar até às margens e quem sabe encontrar ou fazer um belo registro de Nessie! Mas minha emoção foi tamanha, que logo que cheguei na beira do Lago e tirei meu celular para fazer um vídeo, ele saltou da minha mão como se tivesse vida própria indo cair no fundo do Lago Ness! Isso mesmo que leu! Meu celular caiu dentro do Lago Ness!

Apesar do banho inesperado que meu celular teve, foi com a mesma rapidez com que ele caiu, que eu consegui tirá-lo do Lago. Sequei como consegui, e até hoje ele ainda está vivo e em funcionamento! 🙂

Lago Ness, em Fort Augustus
Lago Ness, em Fort Augustus

Ficamos ali por um bom tempo, em torno de uns 40 minutos, curtindo e tirando muitas fotos do Lago. Abaixo, o barco que realiza o passeio pelo Lago Ness:

Passeio de Barco pelo Lago Ness, na Escócia

Para fazer o passeio de barco no Lago Ness, clique AQUI.

Logo que voltamos para nosso micro-ônibus, o guia forneceu um sanduíche natural (tinha alguns sabores disponíveis para escolha) e uma garrafa de água. E depois, continuamos nossa viagem para o terceiro ponto de parada.

The Commando Memorial é um um monumento dedicado aos homens da Forças de Comando Britânicas originais criadas durante a Segunda Guerra Mundial, e acabou se tornando um dos monumentos mais conhecidos do Reino Unido.

The Commando Memorial, Escócia
The Commando Memorial, Escócia
The Commando Memorial, Escócia
The Commando Memorial, Escócia

Por fim, tivemos mais uma parada para um lanche, antes de seguirmos para Edimburgo, aonde finalizou nosso tour.

Este tour vale muito a pena para quem não gosta de dirigir em mão-inglesa, e para quem estiver com pouco tempo como nós dois estávamos. Mas se você tiver com mais tempo, sugiro que conheçam melhor a região das Highlands, especialmente a de Glencoe, que possui muitas atividades de montanha, e em Inverness, que é um excelente ponto para explorar o Lago Ness.

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Tour pelas Highlands e pelo Lago Ness, na Escócia

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