4 cidades para curtir o carnaval em Minas Gerais

Neste post, compartilho dicas de 4 cidades para curtir o carnaval em Minas Gerais

Se tem uma coisa que o brasileiro e o estrangeiro ama em nosso país é carnaval. Neste ano, ele acontece no dia 05/03 (terça-feira), mas como de costume, acaba se estendendo do dia 01/03 (sexta-feira) até o dia 06/03 (quarta-feira), e já está deixando muita gente com ansiedade.

Em meio a um clima de diversão e fraternidade, com um jeitinho de cidade do interior, inúmeros blocos de carnaval, marchinhas, desfile de fantasias e de escolas de samba, a cada ano, o carnaval de rua em Minas Gerais fica ainda melhor, trazendo turistas de todo o mundo para curtir uma folia diferente da que estão acostumados a ver na televisão.

Para quem não é daqui, é fácil programar sua viagem para curtir o carnaval mineiro aproveitando para conhecer algumas cidades turísticas. Neste artigo, como mineira de BH, compartilho dicas de quatro cidades para você curtir o carnaval em Minas Gerais:

Belo Horizonte: a primeira sugestão é para a capital Mineira, que somente este ano terá mais de 500 blocos de carnaval. Mesmo sendo uma grande cidade, Belo Horizonte mantem um clima de cidade do interior, com aquele jeito mineiro que cativa tanta gente.

O carnaval em Belo Horizonte é de rua, durante o dia e gratuito (não tem separação de cordas, abadás,  camarotes etc.). Aqui, a maioria cria sua própria fantasia, acorda bem cedo, e pula de um bloco para outro, em uma folia que dura todo o dia.

A cidade oferece excelente infraestrutura para turistas, com várias opções de hotéis para todo tipo de bolso e gosto, uma gastronomia de dar água na boca, sem falar da quantidade de cervejarias e micro cervejarias que deixa a capital com a fama de “a Bélgica mineira”.

As dicas gerais para curtir o carnaval em Belo Horizonte são: acorde cedo, pesquise o bloco que mais tem a ver com seu estilo, não se esqueça de protetor solar, e evite carregar ou deixar amostra objetos de valor. Apesar do policiamento na capital mineira estar a cada vez melhor garantindo a diversão dos foliões, o ideal é não dar sopa ao azar.

Se tiver tempo e conseguir desgrudar dos bloquinhos para conhecer alguns pontos da cidade, sugiro que visite pelo menos o complexo arquitetônico da Pampulha, a Praça da Liberdade (que geralmente também é palco de alguma folia), o Palácio da Liberdade, o Mercado Central de Belo Horizonte e o mirante do Parque das Mangabeiras.

Ouro Preto: se você ainda não conheceu uma das cidades históricas mais visitadas no Estado, é uma excelente oportunidade para conhecê-la além de curtir seu carnaval de rua.

Ouro Preto abriga um acervo surpreendente de arte em estilo barroco e rococó. E o interessante é que dá para esquecer o carro (ou melhor, você deve esquecer o carro), e ter pernas para subir e descer ladeira! Mas tudo é tão animado, que você nem vai perceber este esforço – pelo menos durante o dia.

Como a cidade é universitária e abriga inúmeras repúblicas (é cada nome!), são os próprios estudantes que promovem um carnaval muito animado e divertido, que além de tudo é histórico, já que faz parte da cidade desde 1960. A festa fica por conta da de blocos estudantis, que tanto promovem o carnaval, quanto buscam a cada ano melhorar a festa de foliões que está entre as melhores do Brasil. Entretanto, é ideal escolher o bloco que você pretende seguir, comprar com antecedência seu abadá, e entrar na contagem regressiva para este grande dia.

As duas principais dicas para quem quer curtir o carnaval de Ouro Preto são: comprar seu abadá com antecedência, e ir com sapatos que possibilitem subir e descer ladeira com qualidade, segurança e conforto.

Se tiver tempo para visitar algum ponto turístico da cidade, recomendo que conheça pelo menos: a Igreja São Francisco de Assis, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Pillar e o Museu da Inconfidência (confira os dias de funcionamento durante o carnaval).

São João Del Rei: é um excelente destino para quem pretende conhecer duas cidades históricas que também participam de carnavais de rua, já que sua vizinha, Tiradentes, fica localizada a menos de 15km de São João Del Rei, e você pode facilmente conhecer as duas cidades em uma única viagem.

São João Del Rei é uma das mais importantes, maiores e antigas cidades setecentistas mineiras, com predominância de vários estilos arquitetônicos e não apenas o estilo rococó.

A cidade também é universitária, e neste período de carnaval, fica ainda mais alegre e animada. Os foliões curtem tanto os desfiles das agremiações, quanto curtem os blocos que agradará a todos.

Não deixe de conhecer pontos ligados ao período colonial do Brasil, além de visitar a belíssima Igreja de São Francisco de Assis, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, e andar na Maria Fumaça que liga São João Del Rei a Tiradentes.

Tiradentes: se você escolheu passar o carnaval em São João Del Rei, vai ser ótimo para também curtir o carnaval de Tiradentes, que é uma das cidades históricas mais charmosas de Minas Gerais.

No carnaval de Tiradentes, são vários blocos de rua que alegram os foliões, e o dia se encerra com shows gratuitos que acontecem todas as noites durante todo o período do carnaval.

Um dos blocos que chama atenção em Tiradentes é o Bloco das Domésticas, onde homens saem vistos de mulher, e mulheres vestidas de homem. Diversão frenética, em um clima amistoso que considero um dos carnavais imperdíveis para curtir em Minas Gerais.

O bom de estar em Tiradentes também é que você poderá degustar uma das melhores gastronomias do meu Estado! E aproveite para conhecer o centro histórico de Tiradentes que é fácil de andar e de conhecer… sem pressa!

E a última dica para quem vai viajar no carnaval, é para aproveitar e viajar com uma mala de mão. Geralmente, minhas viagens de cinco dias ou até uma semana, prefiro viajar com mala de mão pela comodidade, segurança e praticidade. Ganho muito tempo quando não espero mala na esteira, sem contar que ela está sempre comigo e não corro o risco com extravios, perda ou furto de objetos.

Para fazer uma viagem com mala de bordo e não ultrapassar o peso limitado pelas companhias aéreas, o ideal é viajar com uma mala leve. Minha sugestão de mala é a Mala De Bordo Turbo Spinner 20″ Preta Caterpillar, que está a venda na Allbags neste LINK.

E você? Já escolheu o seu destino de carnaval em Minas Gerais? Com estas dicas, agora vai ficar bem fácil escolher e preparar a sua viagem!

Programação do Carnaval 2018 – Belo Horizonte

 

A cada ano o carnaval está mais animado por aqui. Então, segue a programação do Carnaval em Belo Horizonte para o ano de 2018, com dias e locais dos blocos.

 

A cada dia que passa, o carnaval em Belo Horizonte fica ainda melhor. Cheio de bloquinhos super divertidos, muita fantasia e gente animada. Fizemos uma lista com todos os desfiles de blocos, incluindo dia, horário e local. Quem vamos?

O carnaval de Belo Horizonte contará com mais de 400 blocos, além de dezenas de eventos privados. Por isso, a Itatiaia Digital criou um aplicativo para celular que centraliza todas as informações na palma da mão do usuário. O app Carnaval Belô, disponível para Android e iOS, possui a programação completa da folia na capital mineira e muitas outras informações!

  • Dia 09/02/2018 (sexta-feira)

15:00h às 22:00h – Bloco La Baderna – Quando Come se Lambuza (Desfile) Esgotados os ingressos 

Local: Rua Antônio de Albuquerque, esquina com Rua Paraíba (Savassi)

Ingresso: é gratuito, mas deve ser retirado pelo site clicando aqui, e deve ser acompanhado de 1 kg de alimento não perecível.

  • Dia 09/02/2018 (sexta-feira)

16:00h – Bloco do Pijama Padre Eustáquio (Desfile)

Local: Rua Geraldo Torres, s/n, Padre Eustáquio

Ingresso: Gratuito

  • Dia 09/02/2018 (sexta-feira)

18:00h às 23:00h – Sexta, ninguém sabe (Desfile)

Local: Ninguém sabe! Brincadeira… Rua Alvarenga Peixoto, 1000, Lourdes.

Ingresso: Gratuito

  • Dia 09/02/2018 (sexta-feira)

18:00h – Tchanzinho Zona Norte (Desfile)

Local: Rua Sebastião de Brito, esquina com Rua Irmã Efigênia, no Bairro Dona Clara.

Ingresso: Gratuito

  • Dia 09/02/2018 (sexta-feira)

21:00h – Carnaval do Mercado – Chama o Síndico (vários blocos)

Local: Avenida Olegário Maciel, 742, Centro

Ingressos: R$ 15,00/R$ 60,00/R$ 35,00 (+ taxas), compre clicando aqui.

  • Dia 10/02/2018 (sábado)

A partir das 07h* – Então, Brilha! (Desfile)

*Não entendi bem o horário deles não… alguns lugares falam 5h, outros 7h, e eles falam “quando o sol sair”. Confira mais informações clicando aqui.

Local: encontro na Rua Guaicuruz, Centro.

Ingresso: diversos valores para o apoio do folião. Confira aqui.

  • Dia 10/02/2018 (sábado)

11h concentração, saída às 11h – Bloco Quando Come se Lambuza (Desfile)

Local: Avenida Afonso Pena, s/n, Centro.

Ingresso: Gratuito

  • Dia 10/02/2018 (sábado)

12h – CarnaRock Santê (Desfile)

Local: Rua Dores do Indaiá, 162, Bairro Santa Tereza.

Ingresso: Gratuito

  • Dia 10/02/2018 (sábado)

12h – Unidos da Estrela da Morte (Desfile)

Local: Rua José Pedro Drumond, 100, Floresta

Ingresso: Gratuito

  • Dia 10/02/2018 (sábado) a 13/02/2018 (terça-feira)

12h – Circuito Eletrônico de Carnaval (Desfile)

Local: saída da Avenida dos Andradas, próximo ao Parque Municipal

Ingresso: gratuito.

Confira todas as informações de dia-a-dia, clicando aqui.

  • Dia 10/02/2018 (sábado)

12:00h – Bloco Volta Belchior (Desfile)

Local: Rua Marmoré esquina com Rua Gabro, s/n, Santa Tereza

Ingresso: gratuito.

  • 10/02/2018 (sábado)

13:00h – Aki Cê Dança (Desfile)

Local: Av. João Pinheiro, 100, Centro

Ingresso: gratuito

  • 10/02/2018 (sábado)

14h – Sambalaço (Desfile)

Local: Avenida Augusto de Lima, 1400, Barro Preto

Ingresso: gratuito

  • 10/02/2018 (sábado)

14h – Bloco do Pijama Praça da Liberdade

Local: Praça da Liberdade, s/n, Funcionários

Ingresso: gratuito

  • 10/02/2018 (sábado)

21h – Carnaval do Mercado – Quem é essa aí papai

Local: Avenida Olegário Maciel, 742, Centro

Ingresso: R$ 15,00/35,00/60,00 (+ taxas), compre clicando aqui.

  • 11/02/2018 (domingo)

12h – Bloco Baianeiros Castelo (Desfile)

Local: Rua Romualdo Lopes Cançado, 170, Castelo

Ingresso: Grauito

  • 11/02/2018 (domingo)

12h – Bloquinho Dubem (Desfile)

Local: Rua Professor Costa Chiabi, 333 , Cidade Nova

Ingresso: Gratuito

  • 11/02/2018 (domingo)

13h – Carnaval com Baianas Ozadas

Local: Avenida Antônio Abrahão Caram, 1000

Ingresso: gratuito

  • 11/02/2018 (domingo)

14h – Bloco Carnarap (Desfile)

Local: Viaduto Santa Tereza

Ingresso: Não consegui entender se é gratuito, ou se é mediante o pagamento do Kit Oficial Carnarap. Veja mais informações clicando aqui.

  • 11/02/2018 (domingo)

14h – Bloco Avizalá Beagá – Pimenta com Folia

Local: Av. Assis Chateaubriand, 809, Centro

Ingresso: R$ 40,00/R$ 50,00, compre clicando aqui.

  • 11/02/2018 (domingo)

14:30h – Samba Queixinho (Desfile)

Local: Praça da Liberdade

Ingresso: Gratuito

  • 11 /02/2018 (domingo)

16h – Enche meu copo (Desfile)

Local: Rua 7 de abril, Esplanada

Ingresso: Gratuito

  • 11/02/2018 (domingo)

16h – Carnaval do Mercado – Beiço do Wando

Local: Av. Olegário Maciel, 742, 3o andar, Centro

Ingresso: R$ 15,00/R$ 35,00/R$ 60,00, compre clicando aqui.

  • 12/02/2018 (segunda-feira)

9h – Baianas Ozadas (Desfile)

Local: Avenida Afonso Pena, 1394, Centro (em frente ao Palácio das Artes)

Ingressos: gratuito

  • 12/02/2018 (segunda-feira)

10h – Bloco Não Acredito que Te Beijei (Desfile)

Local: Avenida Sinfrônio Brochado, 245, Barreiro

Ingresso: gratuito

  • 12/02/2018 (segunda-feira)

12h – Bloco do Jiló

Local: Avenida Contagem, Bairro Santa Inês

Ingresso: Gratuito

  • 12/02/2018 (segunda-feira)

14h – Corte Devassa (Desfile)

Local: Rua Sapucaí, 571, Floresta

Ingresso: gratuito

  • 12/02/2018 (segunda-feira)

14h – Funk You (Desfile)

Local: Av. Brasil, Funcionários

Ingresso: Gratuito

  • 12/02/2018 (Segunda-feira)

15h – Garotas Solteiras (Desfile)

Local: a confirmar

Ingresso: gratuito

  • 12/02/2018 (segunda-feira)

21h – Carnaval do Mercado – Quando come se lambuza

Local: Av. Olegário Maciel, 742, Centro

Ingressos: R$ 15,00 / R$ 35,00 / R$ 60,00, clique comprando aqui.

  • 13/02/2018 (terça-feira)

10:30h – Baile do Secreto e Noite Maravilhosa (bom para crianças)

Local: Mercado Distrital do Cruzeiro

Ingresso: a partir de R$ 20,00, crianças até 6 anos não pagam. Compre clicando aqui.

  • 13/02/2018 (terça-feira)

10:30h – Baile Magnólia (Desfile)

Local: Rua Catumbi esquina com Rua Magnólia, Caiçara

Ingresso: gratuito.

  • 13/02/2018 (terça-feira)

12h – Bloco Baianeiros Buritis (Desfile)

Local: Avenida Aggeo Pio Sobrinho, 401, Buritis

Ingresso: gratuito

  • 13/02/2018 (terça-feira)

16h – Bloco Baque de Mina (Desfile)

Local: Praça Afonso Arinos, Centro

Ingresso: gratuito

  • 13/02/2018 (terça-feira)

16h – Monobloco (Desfile) 

Local: Avenida Coronel Oscar Paschoal, s/n, São Luiz

Ingresso: gratuito

  • 13/02/2018 (terça-feira)

17h – Pisa na Fulô (Desfile)

Local: Avenida Nossa Senhora de Fátima, 1650, Carlos Prates

Ingresso: gratuito

  • 13/02/2018 (terça-feira)

19h – Desfile das Escolas de Samba de Belo Horizonte

Local: Avenida Afonso Pena, s/n, Centro

Ingresso: gratuito

  • 13/02/2018 (terça-feira)

21h – Carnaval do Mercado – Funk You

Local: Avenida Olegário Maciel, 742, Centro

Ingresso: R$ 15,00/R$ 35,00/R$ 60,00, para comprar clique aqui.

 

Antes de sair, confira no site do BH|Sou Eu, ou nas redes sociais, para ver se teve alguma mudança dos dias, horários e locais dos eventos em Belo Horizonte. Sempre pode mudar! 🙂

Aproveite para ver nossa matéria o que fazer em Belo Horizonte, clicando aqui.

 

Presépio do Pipiripau em Belo Horizonte

Após cinco anos fechado para restauração, símbolo centenário volta a funcionar, mais moderno e sustentável

 

Foi reinaugurado hoje, 26 de abril, às 10 horas, no Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) o Presépio do Pipiripau, restaurado pela UFMG em parceria com o Instituto Unimed-BH. A partir de agora, o Presépio estará aberto para visitação às quartas, quintas e sextas, às 11 e às 16 horas, e aos sábados e domingos, às 11h, 12h, 15h e 17 horas.

Instalação construída ao longo de 82 anos (1906-1988) que narra nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo, o Presépio do Pipiripau tem cerca de três mil objetos e 45 cenas que mobilizam 586 figuras, numa área de 20 metros quadrados. Todo o mecanismo é criação do artesão Raimundo Machado Azeredo. Autodidata, “Seu” Raimundo nunca projetou o resultado final da obra, cujos quadros surgem a partir da curiosidade, habilidade e devoção do próprio criador.

Com peças modeladas em argila, papel machê, conchas e outros materiais – e engenhoso maquinário desenvolvido a partir de barbante, carretéis de linha, polias, mecanismos de relógio, radiola, gramofone e todo tipo de maquinário que seu criador fosse conhecendo através das décadas – o Pipiripau é patrimônio cultural e artístico e uma das mais significativas expressões da arte popular de Belo Horizonte.

Em 1984 o Presépio do Pipiripau foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Ele é um dos maiores patrimônios de nossa cultura, a obra da vida de um grande artista popular. As cenas e personagens que ele construiu aliam a religiosidade do povo mineiro, a simplicidade de seu cotidiano e o deslumbre com os engenhos. À medida que ia tendo contato com as tecnologias, que rapidamente se sobrepunham no século XX, foi incorporando-as à instalação, sempre para permitir uma nova representação. Para a UFMG, é um orgulho devolvê-lo restaurado à cidade de Belo Horizonte”, afirma o reitor Jaime Ramirez.

Presépio do Pipiripau (Fonte Divulgação: Tati Motta)

“O Presépio está funcionando maravilhosamente. Vamos devolvê-lo com a qualidade e o carinho que a cidade merece. É uma obra ímpar por sua delicadeza, inocência e capacidade de nos transformar”, ressalta o professor da Escola de Belas-Artes da UFMG, Fabrício Fernandino,  coordenador geral do projeto de restauração e professor da Escola de Belas Artes.

O projeto abrangeu a restauração e modernização da obra, aprovado pelo Iphan, com financiamento regulado pela Lei Rouanet. A captação total de R$ 565 mil foi firmada com o Instituto Unimed-BH.

“Além de cuidar das pessoas, também nos dedicamos a espaços que fazem parte da história e da identidade de Belo Horizonte, reforçando nosso compromisso social com a população e a cidade. Por isso, escolhemos participar do restauro do Presépio Pipiripau, um dos nossos patrimônios. “Estamos muito felizes com o resultado e, principalmente, em poder contribuir para esta entrega tão simbólica para os mineiros”, ressalta o diretor-presidente da Unimed, Samuel Flam.

A restauração

O Presépio foi fechado em abril de 2012, quando foi executado o diagnóstico para reparo. A partir daí, foram elaborados os projetos complementares para a nova edificação, como instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção a incêndio, segurança eletrônica, sonorização, sinalização de emergência, entre outros.

A restauração de todas as peças do Presépio foi mapeada e registrada em vídeos e fotografias. O processo foi encerrado em fevereiro de 2017. O projeto, que abrangeu a restauração e modernização da obra, foi aprovado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com financiamento regulado pela Lei Rouanet. A captação total de R$ 565 mil foi firmada com o Instituto Unimed.

A restauração começou em 2014 e ficou a cargo do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da UFMG, com a participação de mais de 50 bolsistas de várias áreas. Além disso, contou com o trabalho voluntário de professores do curso de Engenharia Elétrica e Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, além de outros profissionais e empresas privadas. A construção de uma passarela de acesso para cadeirantes, pintura e reforma do telhado da sede foram executadas pelo Departamento de Manutenção de Infraestrutura (Demai) da UFMG.

“Todas as madeiras estavam completamente atacadas por cupins. No diagnóstico inicial, a equipe nem chegou a ter acesso ao último patamar porque não havia condições de subir. As condições de acesso eram muito precárias”, conta a professora Bethânia Reis Veloso, coordenadora geral da restauração do Presépio e diretora do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis UFMG (Cecor/UFMG). Sua equipe fez muitas análises e raios-x das peças para entender qual a técnica, o modo de fazer, e assim manter a originalidade.

Os riscos da restauração eram relativos à estrutura elétrica e hidráulica. Além disso, os materiais estavam desgastados pelo uso e pelo tempo porque “Seu” Raimundo usou, na construção, os materiais que tinha acesso, como tubos de pasta de dente, papier-mâché, roach dentário, caco de vidro etc. “Todo o chassi, por exemplo, estava severamente comprometido por cupins”, lembra Fabrício Fernandino. O chassi foi trocado e professores e alunos da Escola de Engenharia da UFMG repararam a parte elétrica e hidráulica.

Cada peça do Presépio recebeu uma ficha, como se fosse um ‘prontuário médico’ e foram diagnosticadas todas as patologias e danos. “Os registros fotográficos e pequenos filmes que fizemos foram fundamentais na montagem da cenografia, para localizar a posição de todas as peças e permitir que tudo voltasse ao seu lugar exato”, explicou Thaís Carvalho, coordenadora técnica da restauração do Presépio e especialista em restauração pelo Cecor/UFMG.

Posteriormente, foram feitas as análises químicas de materiais como plásticos, a fim de se conhecer a estabilidade do material e definir a metodologia mais adequada para a recuperação.

Ao retirar as camadas de areia e papel, os restauradores viam que a madeira estava muito mais danificada do que se pensava. Eram coisas que superficialmente não apareciam. “Havia fios encapados com tecidos e reatores que poderiam ter causado um incêndio e também graxa impregnada nos eixos. Muitos bonequinhos já não funcionavam adequadamente”, lembra Thaís.

Detalhes

Todo o material usado na restauração foi compatível com o original. “Tudo teve que ficar idêntico”, diz Bethânia. Segunda ela, os processos tiveram qualidade de ponta, desde a fotografia, passando pelo diagnóstico, identificação de materiais, análise química e higienização, assim como tintas, vernizes, tecidos, vegetação sintética e resinas. “Visamos uma longevidade ainda maior do Presépio”, salientou a professora.

Presépio do Pipiripau (Fonte Divulgação: Tati Motta)

O tratamento dos tecidos das roupas foi feito nos próprios bonecos. “Se desmontasse, perderia o registro da costura. A ideia foi preservar o modo de fazer, a história”, disse Bethânia. Fabrício Fernandino relatou que os bonequinhos de plástico estavam frágeis como casca de ovo. Além disso, eram feitos de celulose, material altamente combustível. Alguns foram reproduzidos usando resina de poliéster, que não é inflamável.

Conforme destacou Thaís Carvalho, as substituições de materiais, como a vegetação natural, foram procedidas com o objetivo de se preservar a obra. “Além de ser coletado em local perigoso, a vegetação de musgos era úmida, continha terra, insetos e cupim de solo. Ainda tinha que ser molhada, o que favorecia o crescimento fúngico e a oxidação das bases metálicas”, observou. A vegetação cenográfica artificial, adquirida em São Paulo, foi costurada em uma tela, para que fosse dispensado o uso de cola. Essa tela foi amarrada com náilon em alguns pitões. “Isso tornará fáceis as substituições futuras. Pequenas adaptações como essas são justificáveis em função da conservação”, reforçou.

Assim como a vegetação, a nuvem de algodão também foi amarrada sem uso de cola, material que, com o passar do tempo, se torna áspero e ajuda na deterioração. O algodão convencional foi substituído por um similar de silicone, que não pega fogo. As lâmpadas incandescentes, que ao aquecer poderiam queimar o papelão e a madeira, foram trocadas por lâmpadas de led.

A parte metálica passou por um processo muito semelhante à lanternagem que é feita em carros, com remoção da ferrugem e laminação. A cenografia foi toda reintroduzida, “boneco a boneco, parafuso a parafuso, fio por fio”. “Tudo muito delicado e sutil”, pontua Bethânia.

Detalhes como o rótulo de uma lata de cera inglesa foram preservados. O Pipiripau contém também peças feitas com tampinhas de perfume, e outras com tubos de pasta de dente, como as capas dos reis magos. “Seu” Raimundo usou conchinhas com 1 milímetro de diâmetro para fazer olhos dos bonecos, peculiaridade que só foi percebida com o uso de uma microcâmera. “A princípio, achávamos que eram miçangas”, relata a professora.

Digitalização


Idealizado pela bibliotecária Laibe Batista em 2015, o projeto de restauração e digitalização dos documentos do Presépio do Pipiripau foi concluído no começo de abril em parceria com o Centro de Museologia e Conservação do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (MHNJB). Laibe explica que “o acervo documental do presépio se confunde com o acervo pessoal do seu criador”, já que é composto, entre outros itens, por jornais, livros, catálogos, correspondências, fotografias, diplomas e medalhas de Raimundo Machado.

O conservador e restaurador Mário Sousa orientou os procedimentos de restauração do acervo documental do presépio.  Ele enfatiza que “realizar esse trabalho possibilitou se envolver com a memória da cidade de Belo Horizonte, que passou por rápidas transformações vislumbradas por um cidadão simples, do povo, apaixonado pelo movimento, esse mesmo movimento que o impulsionou na empreitada pela consecução de sua obra mestra”.

Todo o acervo documental do presépio foi digitalizado em DVDs que serão disponibilizados, em breve, para consulta local na Biblioteca do Museu.

Obra centenária

No ano de 1906, o Presépio do Pipiripau começou a ser construído por Raimundo Machado de Azevedo, ainda criança, em sua própria casa. A obra teve início com uma pequena imagem do Menino Jesus numa caixa de papelão, forrada com cabelo de milho, musgo e folhas. Ao longo das décadas, o Presépio ganhou outros personagens feitos de barro, papier-mâché e gesso.

O Pipiripau cresceu à medida que cenas do cotidiano e passagens da Bíblia foram sendo incorporadas. Entre os mecanismos usados para prover movimento aos personagens, o autor usou pedais de antigas máquinas de costura, sistema de cordas de gramofone e uma caldeira a vapor, substituída posteriormente por um motor elétrico.

Vendido para a UFMG em 1976, o Presépio foi transferido para o Museu, mas a manutenção continuou a ser feita por “Seu” Raimundo até sua morte, em 1986. Desde 1984, o Presépio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Linha do tempo

1906 – Aos 12 anos, Raimundo Machado inicia a construção do presépio. Quatrocentos réis conseguidos com a venda de garrafinhas patrocinam a compra da primeira peça: o Menino Jesus.

1912 – Seu Raimundo começa a movimentar as peças por um sistema de pedal. O primeiro personagem a se mover é o pescador, que pesca sempre o mesmo peixe.

1919 – Por comando movido à água, a lagoa se enche e se esvazia. Seu Raimundo começa a trabalhar como mecânico da Central do Brasil, onde fica até 1923.  A Estrada de Ferro Central do Brasil foi uma das principais ferrovias do Brasil, ligando as então províncias do Rio de Janeiro, São Paulo,Minas Gerais e a então capital do país.

1920 – Seu Raimundo casa-se com Dona Ermenegilda e inicia-se uma década de investimentos no presépio. Aproveitando o movimento de um gramofone, a procissão pode entrar e sair da igreja, os sinos tocam e o lenhador corta a lenha. Esse mecanismo é substituído por uma caldeira a vapor (1923/1924) e depois pela eletricidade (1927).

1921 – O presépio ganha iluminação a gás (lampião) e um incêndio destrói a obra de arte. A reconstrução começa imediatamente.

1922 – Registro da primeira fotografia do presépio, tirada pelo Sr. Junqueira, funcionário da então Escola Livre de Engenharia.

1924 – As figuras do presépio começam a ganhar roupas, produzidas por Dona Ermenegilda.

1925 – Para dar continuidade à montagem do presépio, Seu Raimundo recorre ao financiamento patrocinado por amigos.

1927 – O presépio é descoberto pela imprensa. A primeira notícia foi publicada no Jornal Tribuna. Em seguida, no Diário de Minas. O então jornalista Carlos Drummond de Andrade, sob pseudônimo de Antônio Chrispim, escreve: “Meus olhos mineiros namoram o Presépio e dizem alegremente: mas que bonito!” O poema Pipiripau batiza o presépio.

1939 – A frente do Presépio do Pipiripau começa a ser ornada com cristais, sucata e pedraria.

1950 – Seu Raimundo começa a utilizar conchas para representar novas figuras.

1960 – Seu Raimundo aposenta-se na Imprensa Oficial (onde ingressou em 1927) e continua trabalhando na montagem do presépio em um galpão montado no quintal da sua casa, no bairro Sagrada Família. O presépio chega a 20 metros quadrados, 580 peças e 45 cenas. Pipiripim, a versão miniatura do Pipiripau, é criada.

1971 – Seu Raimundo recebe a Medalha da Ordem dos Pioneiros, em reconhecimento à sua significativa atuação na construção da história e da cultura de Belo Horizonte.

1976 – Primeira exposição pública do Pipiripau, no Parque de Exposições da Gameleira.

1976 – Transferência do Pipiripau para o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, que o adquiriu formalmente em 1983. Seu Raimundo continuou oferecendo manutenção e supervisão ao presépio até falecer.

1984 – O Presépio do Pipiripau é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional .

1986 – O Pipiripim, versão miniatura do Pipiripau, também é transferido para a UFMG.

1988 – Em 27 de agosto, aos 93 anos de idade, Seu Raimundo falece.

2012 – O presépio é fechado para diagnóstico e elaboração de projetos de reparo.

2014 – Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da UFMG inicia os trabalhos de restauração.

2017 – Reinauguração do Presépio do Pipiripau.

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Release: Rede Comunicação de Resultado

(31) 2555-5050 / 242 | (31) 9.88923987www.redecomunicacao.com

Localização:

Presépio do Pipiripau – Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

R. Gustavo da Silveira, 1035 – Santa Ines, Belo Horizonte – MG, 31080-010

 

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