Roteiro de 10 dias no Japão

Neste post, compartilho como foi o nosso roteiro de 10 dias no Japão, com a escolha das cidades: Tóquio, Kawaguchiko (Monte Fuji), Kyoto, Hiroshima e Miyajima. 

 

Viagem na primeira semana de maio de 2018

Quando a ficha caiu desta viagem, eu comecei a divagar pela internet em busca de quais cidades visitar no Japão. Mas por mais que um país seja compacto e fácil de se locomover, você NUNCA vai conseguir dizer que realmente o reconheceu em pouco tempo. E sinto em começar este post compartilhando esta informação: mas é impossível conhecer o Japão em apenas 10 dias! Você vai ter uma ideia geral que será suficiente para você afirmar: “quero voltar com mais tempo!

Antes de tudo, você já leu o post “o que você precisa saber antes de viajar para o Japão“? Se ainda não leu, clique AQUI.

Eu queria muito conhecer Tóquio, Kyoto, Osaka, Hiroshima, Miyajima e pelo menos ver o Monte Fuji. Isso é o básico que eu considero que deva entrar em roteiro pelo Japão. Além destas, existem inúmeras outras cidades incríveis que você também deve conhecer um dia no Japão.

Então, em um primeiro momento, nosso roteiro de 10 dias no Japão estava assim:

Tóquio – 4 dias

Kyoto – 3 dias

Osaka – 2 dias

Hiroshima e Miyajima – 1 dia

E o Monte Fuji entrava só na passagem de Shinkansen entre Tóquio e Nagoia (para quem não pode ir até o Monte Fuji, pode reservar ou buscar por um assento do lado direito do trem (D ou E) para avistá-lo do próprio trem. No site do JR Pass também é informado que o expresso entre Nagano e Matsumoto, próximo de Kofu, tem-se uma bela vista do trem para o Monte Fuji).

Mas depois de estabelecido este roteiro prévio, minha amiga Michele Mariano estava viajando pelo Japão, exatos um mês antes da nossa viagem. Ela me deu várias dicas para a viagem, e sabendo que eu só veria o Monte Fuji do Shinkansen de Tóquio a Kyoto, me disse: “Fabi, ir no Japão e não ver o Monte Fuji não dá!” E assim, acabou me convencendo de ficar pelo menos um dia em Kawaguchiko e visitar a Chureito Pagoda (cartão postal do Japão).

Entretanto, isso alteraria a distribuição das cidades e consequentemente os dias da nossa viagem. Assim, nosso roteiro de viagem de 10 dias no Japão definiu-se assim:

Tóquio -5 dias

Kawaguchiko – 1 dia

Kyoto – 3 dias

Hiroshima / Miyajima – 1 dias (bate-volta)

Como dá para ver no mapa abaixo, praticamente cruzamos o Japão na parte inferior do país:

E dentro deste roteiro, nos deslocamos assim:

Tóquio a Kawaguchiko: fomos de ônibus, em uma viagem que durou duas horas. Eu gostei deste meio de transporte, porque foi o horário mais cedo para ir para Kawaguchiko. E como a gente só tinha um dia na cidade, quanto mais cedo chegasse, melhor! Às 09:20h já estávamos desembarcando na estação de Kawaguchiko.

Contei NESTE POST, aonde comprar a passagem e todas as informações necessárias.

Kawaguchiko a Kyoto: fomos de ônibus que partia de Kawaguchiko às 09:20h e chegava às 10:58h, em Mishima. Compramos a passagem diretamente na estação da cidade, no dia anterior. Chegando em Mishima, trocamos nosso voucher do JR Pass na estação e foi o único trecho de toda a viagem que agendamos assentos.

O Shinkansen que saia de Mishima para Kyoto, partia às 11:48h e chegou às 13:45h em Kyoto. Da estação, pegamos um metrô até a estação ao lado do nosso hotel.

Kyoto para Hiroshima: fomos de Shinkansen (Hikari 491) de Kyoto, que partia às 07:20h, e chegava às 09:05h na estação de Hiroshima (1:45h a duração do trajeto). De lá, pegamos a linha 2 (vermelho) do elétrico (tipo um bondinho) até o ponto Genbaku Dome-mae (10 paradas, e custou 200 JPY).

Hiroshima a Miyajima: pegamos um ônibus até a estação de Miyajimaguchi, e de lá, utilizando o JR Pass, pegamos uma barco/balsa até o porto de Miyajima. Mas não recomendo este ônibus que pegamos pois ele passou em inúmeros pontos e demorou muito o trajeto. O melhor que acredito, seja pegar o elétrico verde (linha 7) no ponto Genbaku Dome-mae até Yokogawa Station, e de lá, o trem JR San-yo Line até a estação de Miyajima.

Miyajima a Kyoto: pegamos o JR San-yo Line até a estação de Hiroshima, e depois o Shinkansen que partia às 17:22h e chegava às 18:48h, em Kyoto.

Kyoto a Tóquio: pegamos o Shinkansen no fim do dia, pois assim aproveitamos todo o dia todo em Kyoto, e depois de 1:59h chegamos em Tóquio.

1) Tóquio:

A primeira cidade que visitamos no Japão foi Tóquio, um misto de cidade eletrizante com calmaria. Encontrei os dois pólos nesta megalópole de mais de 9 milhões de habitantes (informação de 2015): o antigo e o novo, tradição e modernidade. É um tipo de lugar que 5 dias (como fizemos) é muito pouco para conhecê-lo. Tóquio é cheia de história, centro econômico e político, além de ser a atual capital do Japão. É um dos destinos indispensáveis para um roteiro no Japão. Esqueça a ideia de ir ao Japão e não conhecer Tóquio.

Shibuya, Tóquio – o cruzamento mais movimentado do mundo
Akihabara, em Tóquio: o paraíso dos eletrônicos, mangás e cosméticos japoneses
A tranquilidade dos templos no Parque Ueno, em Tóquio
Templo de Asakusa, em Tóquio

Ficamos em diferentes hotéis em Tóquio. Em um primeiro momento, ficamos hospedados no Mandarin Oriental, Tóquio (a melhor hospedagem em Tóquio). Vocês vão observar que os hotéis em Tóquio são mais caros. Então, se a hospedagem em Tóquio será mais cara, que seja em um excelente hotel. Veja nosso review clicando AQUI.

Outros hotéis em Tóquio que também ficamos hospedados:

Hotel: APA Hotel Ginza Kyobashi – ficamos por duas noites antes de ir para Kawaguchiko. Mas apesar de ter um preço bem mais em conta para o nível de Tóquio, é bem pequeno (pelo menos o quarto que escolhemos tinha uma cama muito pequena). Mas a localização dele é excelente e muito próxima de uma estação de metrô, e a poucos metros da estação de Tóquio.

Hotel: Relief Premium Haneda Aiport – nosso último dia no Japão, antes de viajar para Singapura, optamos por ficar próximo do aeroporto de Haneda. Então, o Relief foi uma excelente escolha! Mas ele só é bom mesmo se for para ficar próximo ao aeroporto de Haneda. Para os demais pontos turísticos de Tóquio, não vale a pena, pois fica muito distante!

Hotel: Narita Tobu Hotel Aiport – e antes de voltar ao Brasil, optamos por ficar neste hotel já no complexo do Aeroporto de Narita. Também gostamos bastante! Possui excelente custo/benefício. Ele é tão perto do aeroporto, que acaba sendo muito utilizado pela tripulação dos aviões.

Outros hotéis em Tóquio:

Mercure Hotel Gynza Tokyo

Hotel Gracery Ginza

Aproveite para ver outros posts que já foram publicados sobre Tóquio:

Onde comer em Tóquio: Sushi Sora

Produtos, cosméticos e maquiagens que comprei no Japão.

2) Kawaguchiko

Nosso principal objetivo de pernoitar em Kawaguchiko foi para ver mais de perto o Monte Fuji, especialmente visitar o cartão postal do Japão, que é na Chureito Pagoda. E acabou, que tivemos a sorte de ir bem na época do Fuji Shibazakura Festival, um festival com mais de 800 mil flores aos pés do Monte Fuji.

O post com todas as dicas de Kawaguchiko já foi publicado no Blog. Para acessar, clique AQUI.

Fuji Shibazakura Festival
Cartão-postal do Japão: Chureito Pagoda – a melhor vista para o Monte Fuji

Em Kawaguchiko, ficamos hospedados no  Fuji View Hotel, que é super aconchegante e possui uma vista incrível para o Monte Fuji.

Vista do Fuji View Hotel em Kawaguchiko – uma vista super romântica para o Monte Fuji

Veja nossas dicas sobre Kawaguchiko clicando AQUI.

3) Kyoto:

Não tem como imaginar Kyoto sem pensar na essência do Japão. Kyoto mantém tradições e o principal da arquitetura japonesa. Diferente de Tóquio, onde se vê inúmeros arranhas-céus, em Kyoto, as construções não são tão altas e você não encontra tanta modernidade.

Andar por Gion, um dos bairros históricos da cidade, é mergulhar no mundo das Gueixas e na cultura de um Japão antigo, que ainda insiste em manter as tradições. Kyoto vai ganhar seu coração!

Pontocho, em Gion – bairro das Gueixas em Kyoto
Kinkaku-ji, ou como é conhecido Pavilhão Dourado, em Kyoto
Fushimi Inari, em Kyoto, e Torii até perder de vista

Em Kyoto, ficamos hospedados no Daiwa Roynet Hotel Kyoto Shijo Karasuma, e super recomendamos o hotel! O quarto é confortável, super limpo, possui excelentes tarifas, e está a um minuto da estação de metrô Shijo. Ao lado dele tem Starbucks, farmácias, lojas e restaurantes.

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Veja nosso post sobre como ver Gueixas no Japão clicando AQUI.

Arashiyama Bamboo Grove – uma pequena e impactante floresta de bambu

4) Hiroshima

Hiroshima foi uma cidade devastada por uma bomba atômica em 06 de agosto de 1945. Quando ouvia falar sobre a cidade, estudava sobre a história, jamais imaginaria que veria tudo de perto, com meus próprios olhos. A cidade não só foi reconstruída, como se tornou simbolo de superação! Não foi fácil visitá-la! O sentimento de incapacidade e frustração tomou conta, e e fiquei com o coração partido por ver o lado negro da humanidade.

Quem tiver com mais tempo, vale muito a pena pelo menos pernoitar na cidade e conhecer tudo com mais calma. Em um mesmo dia visitamos o Memorial da Paz de Hiroshima e fomos até Miyajima. Apesar de termos visto com calma tudo no memorial, acho que poderia ter sido ainda melhor se tivéssemos pernoitado na cidade. Mas com apenas dez dias de viagem no Japão, não dá para fazer tanta coisa!

Memorial da Paz em Hiroshima

5) Miyajima:

Nosso último destino visitado no Japão. Ir em Hiroshima e não visitar a ilha de Miyajima é praticamente fora de cogitação! É aquele casadinho que combina super bem para quem tem apenas um dia na região.

O principal ponto turístico em Miyajima, que traz tantos turistas à ilha, é o Torii que parece flutuar quando a maré está alta. Daqueles lugares impressionantes, de uma energia incrível, e que definitivamente vale a pena curtir ao longo de um dia.

Torii do Santuário Itsukushima, em Miyajima

Este foi nosso roteiro de dez dias no Japão. Aos poucos vamos acrescentando dicas de todas as cidades e atualizando neste post.

Outras cidades para conhecer no Japão:

  • Yamanouchi (Shibu Onsen): famosa pelos macacos que, durante o inverno japonês, curtem as fontes termais para se aquecerem do frio;
  • Osaka: terceira cidade mais populosa do Japão, e além de possuir muita história, também é conhecida por seu entretenimento;
  • Nara: a cidade dos cervos que caminham lado a lado com os visitantes;
  • Hakone: além dos inúmeros ryokans, também é considerada um belíssimo ponto para avistar o Monte Fuji;
  • Nagasaki: não ficou tão turística como Hiroshima. Mas todo mundo já ouviu falar em “Hiroshima e Nagasaki”. Infelizmente, foi a outra cidade que sofreu com a consequência da bomba atômica.
  • Gokayama e Shirakawa-go: aldeias rurais que se tornaram patrimônio mundial da Unesco.

Veja todos os posts sobre o Japão clicando AQUI.

 

Kawaguchiko: vista para o Monte Fuji, bate-volta na Chureito Pagoda e Fuji Shibazakura Festival

Kawaguchiko é um excelente ponto base para ver o Monte Fuji, visitar a Chureito Pagoda (cartão postal do Japão) e dependendo do mês, conhecer o Festival Shibazakura, também conhecida como Sakura rasteira.

 

Data da viagem: primeira quinzena de maio/2018

 

O principal motivo que decidimos visitar Kawaguchiko foi para ter uma das melhores vistas para o Monte Fuji, que é na Chureito Pagodacartão postal do Japão e que estampa quase todas as propagandas que se vê do país. Mas depois que definimos incluir a cidade no roteiro, descobrimos que além da Chureito Pagoda poderíamos ficar em um hotel tipicamente japonês (com quarto, café-da-manhã e banhos públicos), e ainda, tivemos a maior surpresa de todas: estávamos indo exatamente no mês do Fuji Shibazakura Festival, que consegue deixar o Monte Fuji ainda mais fotogênico.

Então, matamos três coelhos com uma cajadada só, como diz o ditado. Conseguimos visitar a Pagoda Chureito, conhecer o Fuji Shibazakura Festival e, ainda, pernoitamos em um hotel tipicamente japonês.

Quando visitar Kawaguchiko

Sem sombra de dúvidas, a primavera é uma excelente época para visitar Kawaguchiko. Mas provavelmente, você terá que escolher se pretende ver a Chureito Pagoda rodeada por cerejeiras, que geralmente é no começo de abril, ou se pretende visitar o Fuji Shibazakura Festival, que acontece no mês de maio.

Mas se você é do tipo aventureiro que pretende escalar o Monte Fuji, isso somente será possível de julho a meados do mês de setembro.

No outono, a partir de setembro, as cores das folhas ficam belíssimas na região.

Como ir de Tóquio a Kawaguchiko

De ônibus: quando estava fechando os detalhes da viagem, não vi informações sobre trem de Tóquio a Kawaguchiko. Mas descobri um ônibus que sai da Estação de Tóquio com destino à Estação de Kawaguchiko, e conseguimos comprar os tickets pela internet, clicando neste site.

O percurso de ônibus de Tóquio a Kawaguchiko dura exatamente duas horas, e custa 1.800 JPY por pessoa o trecho, e optamos pelo horário das 07:20h, para chegarmos bem cedo na cidade (09:20h) e conseguir fazer todo o planejado.

Na confirmação por e-mail, recebemos um mapa com a localização da partida na Estação de Tóquio, além dos dados do nosso bilhete/viagem. O único inconveniente foi confirmar se estávamos no local correto, pois os atendentes não falavam inglês. Mas nada que gestos e simpatia não resolvessem o pequeno problema.

O ônibus possui espaço suficiente para acomodar bolsa e mochilas em seu interior, e as malas de mão deixamos para acomodar no compartimento lateral do ônibus.

Em quase todo o percurso do ônibus é possível avistar o Monte Fuji. E foi uma excelente oportunidade para apreciarmos a beleza do interior e das paisagens do Japão. Como falei no post com Dicas Gerais sobre o Japão, eu gosto sempre de acompanhar o trajeto pelo GPS do celular, pois além de saber o local exato em que estou, não corro o risco de descer em lugar errado.

Ônibus de Tóquio a Kawaguchiko

Este mesmo ônibus faz parada no Fuji Q Highland, um parque temático de brinquedos radicais no Japão, vizinho a Kawaguchiko.

De trem: uma seguidora compartilhou que foi de JR  Rapid Train, que parte de Shinjuku Station, em Tóquio, com destino a Kawaguchiko, em um trajeto que dura em torno de 2 horas também. Para quem tiver o JR Pass, dá para utilizá-lo neste trem. O único inconveniente é que ele parte apenas uma vez por dia, às 10:39h, com retorno às 16:26h para Tóquio.

Tem esta outra linha de trem, também, que faz Tóquio/Kawaguchiko, duas vezes por dia.

Como o JR Pass pode ser utilizado neste trem, vale a pena ir de trem para Kawaguchiko.

Quanto tempo ficar em Kawaguchiko

Ficamos apenas um dia em Kawaguchiko e me arrependi muito. Mas infelizmente era o que eu dispunha de dias naquele momento. Mas um período razoável para ficar em Kawaguchiko é três dias, que podem ser divididos assim:

  • 1º Dia: Fuji Q Highland, parque com brinquedos radicais;
  • 2º Dia: conhecer Kawaguchiko, Chureito Pagoda e se possível visitar o Fuji Shibazakura Festival, que acontece em abril e maio;
  • 3º Dia: curtir o hotel, que é muito romântico com aqueles colchões estilo futon, banhos públicos (apesar de eu não gostar deste estilo de banheiro), vista para Monte Fuji, café-da-manhã tipicamente japonês, jantar japonês…

Se você ainda pretende escalar o Monte Fuji, pode acrescentar um ou dois dias na cidade, de acordo com a programação da subida.

Mas também é possível ficar apenas um dia, como foi o nosso caso, e conhecer o Fuji Shibazakura Festival, a Chureito Pagoda e curtir o fim do dia no hotel. À noite, ainda conseguimos sair e jantar em um restaurante de Tempura. Mas não conhecemos nada além disso na cidade!!

Onde ficar em Kawaguchiko:

Tive um pouco de dificuldade para escolher o hotel em Kawaguchiko, porque eu não queria um que fosse longe da estação de Kawaguchiko, para não não correr qualquer risco de não saber como chegar no hotel (também é tudo prático quando está perto da estação de trem, não é mesmo). Mas também queria um que tivesse vista para o Monte Fuji, especialmente que o nosso quarto fosse com vista para o Monte Fuji.

Em um primeiro lugar, optamos por um hotel que tinha apenas banheiro público compartilhado. Mas o Fábio tem algumas diretrizes na escolha de hotel e uma deles é que o banheiro deve ser privado. Então, acabei cancelando a reserva, porque, mesmo querendo muito ter uma experiência nos banhos públicos no Japão, tanto eu, quanto ele não sentiríamos confortáveis.

Foi ai que encontrei o Fuji View Hotel, que como o próprio nome diz é com vista para o Monte Fuji. O hotel possui quartos tradicionais e quartos no estilo japonês (que são aqueles com colchões futon), com Yukatas para os hóspedes, que você não pode entrar de sapato, etc…

Ele está localizado a 10 minutos da estação de Kawaguchiko e oferece transfer gratuito todos os dias. Só aguardar na parada nº 10, da estação, e no horário previsto, o ônibus com a placa do hotel estaciona para buscar os hóspedes. (No mapa abaixo, dá para ver como ele está estrategicamente localizado em frente ao Monte Fuji).

Parada dos ônibus dos hotéis em Kawaguchiko (mas é bom checar se a parada do seu hotel também é no 10.

A diária do Fuji View Hotel ficou em torno de R$ 800,00 (café-da-manhã por R$ 96,00), para o mês de maio deste ano, sem café-da-manhã. Lembrando que em maio, por causa do Festival Shibazakura, em abril, por causa das cerejeiras, e em janeiro, por causa do inverno, as diárias costumam ser mais caras.

Fuji View Hotel: parece uma pintura! Eu só acredito nesta foto, por que fui eu mesma que tirei! E é assim mesmo! Com as cerejeiras e no outono, o cenário do hotel costuma ficar ainda mais lindo!

Nosso quarto foi o tipicamente japonês com vista para o Monte Fuji e banheiro privado. No check in, eles entregam uma cartilha com regras do hotel, incluindo regras para acesso aos banhos públicos que foram reformados e reabertos em março de 2018.

Já no quarto, logo que chegamos, tinha apenas a mesa com cadeiras e a cama ainda não tinha sido montada. Mais tarde, eles voltaram para montar a cama, que é em futon e super confortável! Sem falar que achei tão romântico a cama em estilo futon, com vista para o Monte Fuji… tipo de situação ideal para casais em lua-de-mel.

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O quarto possui, ainda, várias comodidades para o hóspede: TV tela plana com canais a cabo, ar condicionado/aquecedor, amenities, secador de cabelo, chaleira, geladeira. Tem uma pequena sala de estar que fica separada do quarto.

Fuji View Hotel, em Kawaguchiko (maio de 2018)
Fuji View Hotel, em Kawaguchiko (maio de 2018)

Para realizar uma pesquisa ou reserva no Fuji View Hotel, clique aqui.

Fuji Shibazakura Festival

Não fizemos check in no hotel logo que chegamos em Kawaguchiko. Na verdade, como chegamos por volta das 09:30h e o check in só seria possível à tarde, deixamos nossas malas no locker da estação de Kawaguchiko (deve ser pago em moedas, mas há uma máquina de trocar moedas na estação). Então, compramos o bilhete do ônibus de ida e volta para o local do Festival, além da entrada, que custou 2.000 ienes para cada. Agora, pode ser adquirido o bilhete de entrada para o Festival pelo próprio site do evento.

O percurso da estação de Kawaguchiko até o local do Fuji Shibazakura Festival dura cerca de 30min. E o interessante é que os ônibus de lugares turísticos no Japão, geralmente tem uma poltrona que pode ser colocada no corredor do ônibus.

Chegamos lá (atenção para o lugar de retorno do ônibus), e seguimos para a entrada do Festival. Quando compramos o bilhete do ônibus e de entrada no Festival, eles já deram um panfleto com o mapa, horário do ônibus e com a informação das comidas do Mt. Fuji Gourmet, que também acontece durante o Festival. O único problema é que o mapa é em japonês! Espero que mudem isso no próximo ano, já que o lugar recebe tantos turistas.

Bilhetes de ônibus e entrada no Fuji Shibazakura Festival

O Fuji Shibazakura Festival acontece todo ano, no mês de abril e maio (deve conferir a data correta de cada ano do evento no site), onde 800.000 flores de Shibazakura (ou moss phlox) são plantadas com vista para o Monte Fuji. O lugar é surreal de lindo e tivemos a sorte do dia estar espetacular!

Fuji Shibazakura Festival com vista para o Monte Fuji

O Festival acontece de meados de abril até maio. E não sei precisar qual o período que existem mais flores abertas. Quando fomos, apesar de estar lindo, tinha muito espaço vago das flores que ainda não tinham florido. Tinha visto algumas fotos onde as flores estão completamente abertas, parecendo um tapete colorido aos pés do Monte Fuji.

 

Ao fundo deste cenário surpreendente, o Monte Fuji que é um vulcão ativo, mas com baixo risco de erupção.

Monte Fuji ao fundo do Fuji Shibasakura Festival, em maio de 2018
Fuji Shibazakura Festival, em maio de 2018
Fuji Shibazakura Festival, em maio de 2018
Fuji Shibazakura Festival, um tapete de flores coloridas aos pés do Monte Fuji

Durante o Festival de Shibazakura, também acontece o Mt. Fuji Delicious Food Festival, com várias tendas de comidas regionais. Tudo muito prático e no estilo dos Festivais de comida do Brasil: você compra o ticket da comida e retira no local indicado. Para ajudar na escolha, eles colocam um cardápio impresso com foto, valores e informações. Acabamos pedindo um Yakisoba dos mais comuns… em face de tanta coisa diferente, como carne de cavalo!

Fuji Shibazakura Festival, um tapete com mais de 800.000 flores aos pés do Monte Fuji

Também tem um espaço só para sobremesas e sorvete. Não perdi a oportunidade de tomar um sorvete de sakura (flor de cerejeira)! Delicioso como eu esperava que fosse!

Sorvete de Sakura (flor de cerejeira) no Fuji Shibazakura Festival, em maio de 2018

Mais informações sobre como chegar no Fuji Shibazakura Festival.

Ficamos em torno de duas horas no local e depois voltamos para o ponto de ônibus até a Kawaguchiko Station. De lá, seguimos para Chureito Pagoda.

Chureito Pagoda

A Chureito Pagoda é um dos cartões postais do Japão! Quantas vezes vimos fotos desta pagoda vermelha de cinco andares, em contraste com o céu azul, cerejeiras e o topo nevado do Monte Fuji! Mas ela não fica em Kawaguchiko, mas na vizinha Fujiyoshida. Entretanto, para ir lá, usei como ponto base Kawaguchiko.

Como falei anteriormente, depois do Festival, voltamos para Kawaguchiko Station, compramos um ticket de trem pela linha Fujikyuko Line com destino a Shimoyashida Station (foram quatro paradas, em torno de 16 minutos, 300 JYP). Tem como ir de ônibus também, a partir da estação de Kawaguchiko, mas é bem mais demorado, em torno de 45minutos.

Trem até Shimoyashida Station (Chureito Pagoda)

Depois que chegamos na Shimoyashida Station, andamos mais uns 10 minutos a pé, sempre seguindo as placas indicativas (não tem qualquer risco de perder-se no caminho).

Chegando na Chureito Pagoda

A Chureito Pagoda foi construída em 1963 como um memorial de paz do Santuário Sengen de Arakura. Para chegar lá, necessário subir quase 400 degraus (398 degraus para ser exata), ou ir por uma estrada sinuosa paralela às escadas. Mas quando chegar lá, verá o quanto vale a pena: é a melhor vista para o Monte Fuji!

Escada para a Chureito Pagoda, cartão postal do Japão

Se tiver oportunidade para ir durante a floração das cerejeiras, invista nisso! O lugar verdinho, como nós fomos em maio, já era lindo! Imagine todo florido de cerejeiras? Mas também deve ser bem mais cheio do que quando fomos!

Na Chureito Pagoda não pode utilizar tripé em câmeras, e é gratuita sua entrada no entorno da Pagoda. Mas não vi nada que informasse que o interior da Pagoda é aberta aos turistas, somente o Santuário Sengen de Arakura, que fica mais abaixo.

Pontos de Observação na Chureito Pagoda
Parece uma pintura de tão lindo! Mas não é! É somente um dos observatórios no caminho para a Chureito Pagoda
Chegando na Chureito Pagoda – cartão postal do Japão

Quando chegar próximo da Chureito Pagoda, você deve seguir à direita, que é no sentido da visitação. Logo a diante, você vira à esquerda, de onde é possível fazer a foto típica da Pagoda com o Monte Fuji ao fundo.

Chureito Pagoda – o mais belo cartão postal do Japão
Existe um pequeno observatório acima da Chureito Pagoda, e um turista coopera com o outro para a foto (já que não é permitido tripé).
Chureito Pagoda vista do lado contrário

Quando retornamos, paramos no Santuário Arakura Sengen que também merece uma visita.

Como ficamos apenas um dia em Kawaguchiko, nosso tempo foi para ir ao Festival de Shibazakura e ir à Chureito Pagoda. Mas a gente também queria curtir um pouco do hotel, que era super charmoso e aconchegante. Mas se tiver mais tempo na cidade, dá para visitar outros pontos como: o Tenjo Yama Ropeway pelo Kachi Kachi Yama Cable Car – teleférico (outra foto belíssima para o Monte Fuji), e principalmente dar uma volta pelos cinco lagos no entorno ao Monte Fuji: KawaguchikoSaikoYamanakakoShojiko e Motosuko. Inclusive há um passeio de ônibus que você pode escolher a rota e conhecer alguns destes lagos, ou dependendo do tempo, todos eles. Mas o Kawaguchiko é o mais turístico e estruturado.

Onde comer em Kawaguchiko

Não tivemos tanto tempo em Kawaguchiko como gostaríamos. Mas depois que descansamos um pouco no hotel, pedimos um taxi e fomos até um dos restaurantes recomendados por oferecer boas “Tempuras” na cidade. Tempura, segundo o Wikipedia, “é um prato clássico da culinária portuguesa e exportada para o Japão que a popularizou. Consiste de pedaços fritos de vegetais ou mariscos envoltos num polme fino.”

Seguimos a sugestão do hotel e fomos no Fuji Tempura Idaten, especializado em Tempura. Pedi um Fuji Ten (800 JPY), com três tipos de legumes. O bacana é que eles montam o prato na sua mesa, e você recebe uma vasilha para colocar arroz ou sopa para acompanhar seu Tempura. Veja o menu de Tempuras clicando aqui. Mas não é o tipo de prato que eu gosto 🙁

Tempura “Fuji Ten” do Fuji Tempura Idaten, em Kawaguchiko

O Fábio preferiu uma espécie de sopa, que estava bem saborosa:

Sopa no Fuji Tempura Idaten, em Kawaguchiko

Endereço: Japão, 〒401-0301 Yamanashi Prefecture, Minamitsuru District, Fujikawaguchiko, 船津3486−4

Outro  lugar que vale muito a pena para para refeições rápidas é na própria estação de Kawaguchiko: tinha vários lanches gostosos (mais turísticos), além de souvenirs.

Estação de Kawaguchiko

Estas são as dicas para você conhecer Kawaguchiko em um dia, como foi o nosso caso! Mas o mais importante é que conseguimos cumprir nossa meta de ver a Chureito Pagoda, o Festival de Shibazakura e curtir o quarto japonês do nosso hotel.

Se tiver alguma dica extra que não falamos neste post, por favor, deixe nos comentários e vamos ajudar outros viajantes!

 

 

Onde ver gueixas em Kyoto | Japão

Um dos maiores desejos do turista no Japão é de ver uma gueixa! E eu tive o privilégio de ver mais de trinta! Neste post, compartilho as dicas de como ver uma gueixa em Kyoto, no Japão.

Gueixa é uma palavra que fascina, encanta e desperta inúmeras curiosidades. Gueixa (em português), Gueisha (em inglês) Geiko (em Kyoto) e Hangyoku (em Tóquio). Gueixa significa artista, artesã (o que está longe de ser cortesã). Mas infelizmente seu conceito foi desvirtuado ao longo dos anos e muitos acreditam que gueixas são prostitutas! As gueixas não vendem seus corpos, elas vendem seus talentos, suas habilidades, suas companhias.

“Ser gueixa é ser uma obra de arte ambulante”.

Um pouco sobre a História das Gueixas:

Mineko Iwasaki (Fonte: Good Reads)

Minha curiosidade por Gueixas começou quando assisti ao filme “Memórias de uma Gueixa“, de 2005, que conta a história da jovem Chiyo vendida para a uma casa de chá (Okiya), quando ainda era criança. Chiyo cresceu e se tornou Sayuri, uma das gueixas mais belas e desejadas do japão.

Apesar de rumores que o filme conta a história de uma verdadeira gueixa, na verdade, ele é somente inspirado na vida real de Mineko Iwasaki (ou a anterior Masako Tanaka), que realmente foi a gueixa mais famosa e desejada por todo o Japão (veja foto ao lado).

A verdadeira história de Mineko Iwasaki é um pouco diferente. Inicialmente, ela se chamava Masako Tanaka, e com apenas 5 anos foi morar em uma Okyia, em Gion (fala-se Guiôn) – bairro das gueixas em Kyoto. Mais tarde, Masaka foi adotada pela dona da Okya e recebeu o nome de sua família (Iwasaki). Aos 15 anos, se tornou uma Maiko (aprendiz de Gueixa), e então recebeu o nome de Mineko Iwasaki. E apenas com 16 anos, um ano depois de se tornar uma Maiko, já tinha a reputação de ser a Maiko mais famosa no Japão. Entretanto, passando a fase de preparação, somente aos 21 anos, se tornou uma Gueixa. Mineko se aposentou da vida como gueixa aos 29 anos, e durante sua curta trajetória, ficou muito conhecida entre as celebridades e até mesmo perante a realeza.

O mundo das gueixas sempre foi muito reservado, o que motivou muitas suposições e curiosidades. Mas em 1997, Mineko (a Gueixa mais famosa do Japão) resolveu dar uma entrevista a um escritor americano, Arthur Golden, que estava escrevendo o livro “Memórias de uma Gueixa“, que mais tarde se tornou um filme. Naquela época, ele prometeu manter sigilo sobre a identidade da Gueixa. Entretanto, quebrando seu acordo, Arthur compartilhou o nome de Mineko Iwasaki nos agradecimentos do livro, o que consequentemente criou um grande inconveniente à mesma, já que a entrevista fez com que Mineko quebrasse sua confidencialidade da profissão. O caso foi parar em um Tribunal e deu muito o que falar, tanto fora quanto dentro do mundo das Gueixas.

Mineko Iwasaki ainda é viva (nascida em 1949) e reside com seu marido em Kyoto. Até tentei descobrir seu endereço em Kyoto, mas sem nenhum êxito. Também não ia adiantar muito se descobrisse!

Conta-se que tanto o livro quanto o filme, que foi lançado em 2005, teve muita história destorcida. É possível ver claramente isso quando é realizado o Mizuage, uma cerimônia para “oferecer” a virgindade de Sayuri. Isso é rebatido pelas Gueixas, já que não há qualquer contato sexual com os clientes (um homem, não pode nem tocar em uma Gueixa). Acredito que o livro e o filme tenham ajudado muito a negativar a imagem das Gueixas. Pois quem não conhece a verdadeira história das Gueixas, pode ser influenciado pelas inverdades divulgadas nele.

Quem quiser assistir ao filme, que inclusive eu recomendo muito para ser visto antes da viagem ao Japão, segue o link pelo YouTube Filmes (aluguel). Ah! E só mais um detalhe: Mineko não tem os olhos azuis como Chiyo/Sayuri tem no filme. Isso foi outra distorção de Arthur Golden sobre a Gueixa mais famosa do Japão.

 

As Gueixas são mulheres japonesas que praticam a arte milenar da dança e do canto, caracterizadas por suas roupas e maquiagens tradicionais. Elas demoram cerca de duas horas para se arrumarem, e as joias utilizadas em seus cabelos são caríssimas! Também, como seus cabelos são muito trabalhosos para serem arrumados, elas dormem com a cabeça em um apoio (como mostrado no filme Memórias de uma Gueixa) ou um travesseiro especial.

Durante a preparação para se tornar uma Gueixa, elas são chamadas de Maiko. E enquanto Maikos, elas precisam aprender a tocar instrumentos, geralmente Shamisen (um instrumento que lembra bastante um violão, mas apenas com três cordas) e flautas, além de cantar e dançar. Também aprendem a arte de encantar: todos seus movimentos são planejados e realizados para seduzir seu cliente. Este tempo de preparo de uma Maiko dura, geralmente, cinco anos, ou até que a dona da Okiya entenda que ela está pronta para ser uma Gueixa.

Mas infelizmente, as Gueixas encontram-se em declínio, e atualmente, estima-se que não existem nem duas mil Gueixas no Japão.

Nem toda mulher de kimono é uma Gueixa. Fique atento!

Nem toda mulher vestida de kimono que você encontrar no Japão será uma Gueixa. Assim como nem toda mulher que encontrar nas características de uma Gueixa será propriamente uma Gueixa, ela também pode ser uma Maiko. Então, abaixo, compartilho algumas curiosidades sobre Maikos e Gueixas, para ajudá-los na identificação:

  • Em Kyoto, o treinamento para ser Gueixa começa um pouco mais cedo, a partir de 15 anos. Com 21 anos, uma mulher já é considerado velha para ser uma Maiko. Em Tóquio, também existem Maikos e Gueixas. Mas elas começam mais tarde, a partir dos 18 anos. Antigamente, a partir dos 3 ou 5 cinco anos, elas já podiam morar em um Okiya, como foi o caso de Mineko. Mas com as leis de trabalho infantil, isso foi proibido;
  • Uma Maiko faz seu treinamento vinculada a uma determinada Okiya. Durante este tempo, a Okiya fornece o estudo, os conselhos, comida, Kimonos e Obis (aqueles cintos do Kimono), e a Maiko não recebe por nenhum de seus trabalhos. Na verdade, o que seria seu ganho é utilizado para pagar suas dívidas com a Okiya;
  • A Maiko se torna uma Gueixa, depois de cinco anos de treinamento ou quando a dona da Okya perceber que ela está pronta para exercer a profissão;
  • Mesmo se tornando Gueixas, elas continuam o treinamento na arte da música e do canto, com o objetivo de se aperfeiçoarem ainda mais ao longo da carreira;
  • Não necessariamente uma Gueixa é uma mulher jovem. As Gueixas podem ser Gueixas até ficarem bem velhinhas! Conta-se que até os 89 anos uma mulher ainda pode exercer a profissão. Em Kyoto, vi de jovens Gueixas, a Gueixas com cabelo completamente branco! Um verdadeiro charme e elegância “desfilando” pelas ruelas e becos de Gion;
  • A Gueixa pode se aposentar, a qualquer momento, da vida de Gueixa para se casar e ter filhos;
  • A Maiko possui sobrancelha mais curtinha (quanto mais curta, mais jovem), e a Gueixa usa a sobrancelha em tamanho maior ou no tamanho natural, demonstrando sua experiência e maturidade;
  • A Maiko faz maquiagens mais marcantes (rosto branco – lembrando uma máscara, sobrancelhas e contorno dos olhos em vermelho, boca com batom vermelho), enquanto a Gueixa usa maquiagens bem mais discretas;
  • A Maiko usa o pó branco da maquiagem no rosto, pescoço e parte da nuca. Geralmente deixa uma parte descoberta em forma de W ou V;
  • O batom da Maiko demonstra se é uma Maiko mais nova, ou se é mais Velha: se o lábio superior começa é ser pintado com vermelho, significa que ela está amadurecendo como Maiko;
  • A Maiko usa kimonos mais brilhantes, floridos e coloridos, enquanto a Gueixa usa kimonos em cores mais pastéis, sóbrias e discretas;
  • A Maiko usa Kimonos com mangas mais cumpridas, enquanto a Gueixa usa kimonos com a manga mais curta;
  • A Maiko usa enfeites no cabelo – pentes e grampos (quanto mais nova a Maiko, mais enfeites), já a Gueixa geralmente usa somente elegantes coques;
  • A Maiko aprendiz usa o colarinho predominantemente vermelho com branco, bordado em prata ou ouro. Uma Maiko intermediária, tem o colarinho vermelho inteiramente bordado de branco. E por fim, no último estágio, já tem seu colarinho alterado de vermelho para branco (isso foi algo que fiquei um pouco confusa quando vi Maikos e Gueixas em Kyoto). Uma boa forma de entender também, é olhar para a calça por debaixo do Kimono, se predomina o vermelha (jovem Maiko), se predomina os bordados em branco (Maiko mais madura), ou se é branca (Gueixa);
  • A Maiko possui um Obi solto que quase se arrasta no chão, com um broche de sua Okiya na parte frontal, já a Gueixa usa um Obi menor e preso (parece uma pequena mochila em suas costas, com uma corda amarrada);
  • Gueixas usam uma sandália com meias, enquanto as Maikos usam tamancos de madeira que podem ter altura de até 10 cm, e sempre com meias;
  • No oeste do Japão, incluindo Kyoto, Gueixa é chamada de Geiko;
  • Maikos e Gueixas andam rápido pelas ruas de Kyoto. Primeiro, porque estão sempre indo para um compromisso. Segundo, porque elas não vão ficar de bobeira esperando os turistas caçadores de Gueixas na cidade.

Veja nas fotos abaixo, algumas das diferenças que observei nas Maikos e Gueixas que tive a sorte de ver em Kyoto (as fotos não estão de boa qualidade, porque tirei de celular e sem qualquer possibilidade de encontrar um bom foco – a emoção era grande demais para isso):

Nitidamente a diferença entre uma Maiko (ainda jovem) e uma Gueixa madura (tirei a foto em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018)
Uma Gueixa, dona de Okiya, acompanhando várias Maikos para o Pontocho Kaburenjo Theater. Veja a diferença das cores da roupa por debaixo do kimono: gueixas é branco, enquanto a Maiko mais antiga branco com pouco vermelho, e a Maiko mais jovem com uma maior predominância de vermelho. Tirei esta foto Pontocho Park, em maio de 2018
As cores discretas e mangas curtas do Kimono da Gueixa, seu elegante coque, sua maquiagem delicada (foto que tirei em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018)
As cores discretas e mangas curtas do Kimono da Gueixa, seu elegante coque, sua maquiagem delicada (foto que tirei em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018)
Detalhes para a maquiagem desta Maiko: pó branco pelo rosto, pescoço e parte da nunca; batom vermelho no lábio inferior e um pouco de batom sujando o lábio superior; contorno vermelho ao redor dos olhos; sobrancelhas curtas tonalizadas em vermelho. O pó branco mantem distância do couro cabeludo para parecer uma máscara. Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018
Gueixas com maquiagens discretas, tom do kimono mais sóbrio e sério, mangas curtas, obi com pequeno nó, cabelo com coque sem nenhum enfeite (pente ou grampo utilizado pelas Maikos). Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018
Detalhe para o cabelo desta jovem Maiko, nuca em forma de W, kimono mais colorido e brilhante. Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018
Discreto coque da Gueixa, nuca sem maquiagem. Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018.
Diferença do Obi da Maiko e da Gueixa. Detalhe para o broche da Okiya no Obi da Maiko. Detalhe no nó do Obi da Gueixa e dos Hashis guardados no Obi. Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018.
Detalhe na nuca da Maiko e da divisão do pó branco com o couro cabeludo. Detalhe na cor brilhante do Obi. Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018
Gueixa com coques discretos, nuca sem maquiagem, kimono em cor sóbria, sem brilho. Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018
Maiko com seu comprido Obi. Foto tirada em frente ao Pontocho Kaburenjo Theater, em maio de 2018.

Onde ver Maikos e Gueixas em Kyoto:

Quando programávamos a viagem para o Japão, eu queria muito conseguir ver uma Gueixa. E como li vários sites dizendo que elas são consideradas celebridades no Japão, que é quase impossível encontrar com alguma, ou, que um jantar com uma Gueixa é algo extremamente caro, minhas expectativas estavam muito baixas. Com tudo o que li, se eu conseguisse ver alguma, seria uma grande sorte!

Mas não é bem assim… talvez, as pessoas que não conseguiram ver uma Gueixa no Japão, foi porque estavam no lugar errado e na hora errada! Ou até mesmo chegaram a ver várias Gueixas que passaram despercebidas, isso porque aguardavam, na verdade, por uma Maiko.

Você pode encontrar as Gueixas pelas ruas de Gion, em Kyoto – que é o maior bairro das Gueixas (vou explicar melhor e dar umas dicas abaixo), na cerimônia do chá, em um jantar (falarei melhor abaixo), ou durante algum dos shows que acontecem:

  • Show das Gueixas na primavera, em abril: Miyako Odori
  • Show das Gueixas da primavera, em maio Kamogawa Odori
  • Show das Gueixas durante o outono, que acontece no mês de outubro Miyako Odori.

Kamogawa Odori

Depois que quase toda a minha esperança de ver uma Gueixa foi pelo espaço, eu insisti em realizar algumas pesquisas para ter uma maior chance de encontrá-las em Kyoto, lugar onde existe uma maior concentração de Gueixas no Japão. E foi assim, que descobri que estávamos indo bem na época do Show de Danças Suimeikai e Kamogawa Odori, um festival de primavera que acontece durante o mês de maio (em 2018, aconteceu do dia 1º ao dia 24 de maio), com apresentação de Maikos e Gueixas no Teatro Pontocho Kaburenjo em uma performance que acontece desde 1872.

Panfleto em Pontocho do Kamogawa Odori 2018
Local do Show das Gueixas em Kyoto: Teatro Pontocho Kaburenjo

Fiquei em êxtase com esta possibilidade de vê-las em Kyoto! Ainda mais em um show onde elas iriam dançar, tocar instrumentos e cantar. Entretanto, eu teria que comprar os bilhetes para o show das Gueixas. Mas como? Onde? Foi aí que descobri a empresa Voyagin, localizada em Tóquio, que realiza a compra dos bilhetes em Kyoto. Caso não consiga comprá-los, eles devolvem o dinheiro que você pagou.

Realizei o pedido, paguei através de cartão de crédito (o show custou 37,42 dólares por pessoa) e esperei ansiosamente a confirmação. No dia seguinte, já foi confirmado meu pedido, e recebi o e-mail como deveria retirar os bilhetes no Japão. Pedi para entregarem o Voucher no hotel que ficaria hospedada em Tóquio, o Mandarin Oriental, Tokyo, e assim, quando fiz check in e cheguei no meu quarto, o envelope com o voucher já estava lá.

Já em Kyoto, meia hora antes do show, entreguei o voucher na bilheteria e retirei os bilhetes. Foi muito fácil e sem nenhum problema! Estava vendo no site para fazer este post, e parece que eles trocaram a forma de receber os tickets. Agora, parece que você compra e se confirmado, você já imprime os tickets pelo próprio site.

Bilhetes para o Kamogawa Odori

A empresa Voyagin mantém um canal de mensagens pelo site, onde você pode esclarecer informações, solicitar algo, etc, em inglês. Foram super atenciosos e responderam todas as minhas perguntas! Super recomendo a empresa!

Eles me informaram que, apesar de não ser possível tirar fotos ou fazer vídeos do show, antes e depois do show, podemos tirar as fotos das Gueixas que ficam na entrada do Teatro. Esta foi a minha maior sorte e onde vi a maior quantidade de Gueixas e Maikos em Kyoto!

Mas infelizmente, o Kamogawa Odori não pode tirar fotos nem tampouco filmar. Uma pena! Pois o episódio é belíssimo e não queria jamais esquecer nenhuma das cenas que vi. Para terem ideia de como é espetáculo, veja algumas das cenas no vídeo abaixo:

 

O Kamogawa Odori dura cerca de uma hora, com apresentação de Gueixas e Maikos em japonês. Infelizmente não entendi nada que falaram, a não ser pelo contexto das cenas. Mas comprei um livro com a descrição do show em inglês, que ainda veio com foto de todas as Maikos e Gueixas de Kyoto com seus respectivos nomes.

O bacana deste show, também, foi que antes e depois do show, você pode ver as Gueixas chegando com seus clientes, ou chegando para a apresentação, e depois, deixando o teatro com seus clientes. Vi Maikos das mais novas, até Gueixas de cabelos branquinhos! Matei quase todas as minhas curiosidades sobre o tema e me senti uma sortuda!

Então, minha primeira dica para ver Gueixas em Kyoto é comprando os tickets para este show (isso, para quem vai em maio, ou para os shows de abril e outubro).

Gueixas nas ruas de Gion:

Primeira coisa que você deve saber: você não deve NUNCA tocar em uma Gueixa! E jamais persegui-la e incomodá-la. É preciso lembrar que as Gueixas estão no contexto de uma cultura milenar, e respeitar esta cultura é a palavra de ordem. A placa abaixo, deixa isso bem claro:

Placa pelas ruas de Gion – o bairro das Gueixas em Kyoto

Gion (fala-se Guiôn) é considerado o bairro das gueixas em Kyoto. Nele, as casas são antigas e possuem persianas de madeiras (sudare), que é basicamente para proteger do calor e deixar o ar circular. Mas ele também protege a intimidade das Gueixas. O bairro, por si só, já é um charme e escorre história por suas ruelas, becos, casas e sudare.

Pelas ruas de Gion, em Kyoto – o bairro das Gueixas
No viaduto da Shijo Dori, em Kyoto (observe os restaurantes, casas de chá ao longo do rio Kamo, Maikos e Gueixas costumam ficar por lá)
Pelas ruas de Gion – o bairro das Gueixas em Kyoto
Pelas ruas de Gion – o bairro das Gueixas em Kyoto
Pelas ruas de Gion – o bairro das Gueixas em Kyoto

Em nosso primeiro dia em Kyoto, fomos dar uma volta no famoso bairro das Gueixas. Estava um dia chuvoso, era depois do almoço e eu não tinha nenhuma esperança de ver uma gueixa naquele momento. E de repente, andando pela ruas de Motoyoshicho, demos de cara com uma Maiko. Minha primeira reação for tirar o telefone da bolsa para tirar uma foto, e então, ela já percebeu a presença de turista e cobriu a cabeça com a sombrinha.

A primeira Maiko que vimos pelas ruas de Gion, em Kyoto (sei que é Maiko pelo detalhe da calça debaixo do Kimono)

E um dos lugares onde mais se vê Gueixas: Pontocho! Para começo de conversa, Pontocho é uma das mais aconchegantes áreas gastronômicas de Kyoto. São vários bares, restaurantes, casas de chá, becos que o cortam… e por ali, muitas Maikos e Gueixas andando para acompanhar seus clientes. O problema é que nem todo mundo sabe identificar uma Gueixa e está quase sempre, na verdade, a procura de Maikos (por causa da roupa, do cabelo, da maquiagem branca). Então, as Gueixas acabam passando pelos turistas sem que eles percebam que se tratam de uma Gueixa.

A dica para encontrar uma Gueixa em Kyoto é observar! E assim, naturalmente, vocês encontrarão várias Gueixas pelas ruas de Kyoto.

Gueixa, à direita, em Pontocho (foto tirada por volta das 20h)

Como falei acima, o problema dos turistas que acabam não vendo as Gueixas em Kyoto, é porque estão quase sempre a procura de Maikos, como na foto abaixo. Então, acabam não observando as Gueixas que usam kimono e maquiagem discretos.

Cena para qualquer turista ficar em êxtase: uma fila indiana (ou japonesa) de Maikos pelas ruas de Kyoto
Gueixas e Maikos em Pontocho, Kyoto
Gueixas e Maikos em Pontocho, Kyoto
Gueixa bem discreta andando em Pontocho, por volta das 17:30h
Gueixa bem discreta andando em Pontocho, por volta das 17:30h

Não fiquem tristes se parecer que as Gueixas e Maikos estão ignorando sua presença. Elas são muito discretas e parecem ser treinadas para não enxergar nenhum turista perambulando pelas ruas de Kyoto! Entre as mais de 30 Gueixas e Maikos que vi em Kyoto, apenas uma delas acabou soltando um sorriso quase imperceptível e abaixando a cabeça para me cumprimentar. Não tirei fotos deste momento ímpar! Mas este sim ficou guardado para sempre na lembrança!

Gueixa em Pontocho, por volta das 17:30h

Outra dica para ver Gueixas em Kyoto é que, se você for em maio, que acontecem vários shows durante quase todo o mês, no término ou antes de cada show, sempre terão muitas Gueixas e Maikos andando em Pontocho, nas proximidades do Teatro.

Gueixa com seu cliente em Pontocho (a foto foi tirada em frente ao Pontocho Park). Na outra esquina, fica uma Okya.
Uma discreta Gueixa andando no fim do dia em Pontocho
Muito elegante esta Gueixa! Ainda em frente ao Pontocho Park, em Kyoto
Gueixas mais maduras em Pontocho
Gueixas mais maduras em Pontocho
Gueixas maduras e uma Gueixa com seu cliente, em Pontocho

Pensem na felicidade de ter uma Maiko ao meu lado em frente ao Teatro em Pontocho!

Detalhes de uma Maiko em Kyoto

Posso dizer que tive muita sorte em Kyoto! Vi muitas Gueixas desde o primeiro dia na cidade. E para fechar com chave de ouro, próximo da Floresta de Bambu, duas Maikos passando pela rua para ir em algum compromisso.

Maikos perto da Floresta de Bambu, em Arashiyama

Jantar com uma Maiko em Kyoto:

Eu não tive uma experiência em um jantar com uma Maiko ou Gueixa em Kyoto. Tanto no show quanto em algum encontro na rua, você não terá a oportunidade de conversar com alguma delas, ou tirar uma foto (digamos um selfie). Nem aconselho esta ousadia! Mas em um jantar, você pode conversar com uma Maiko e tirar fotos.

Geralmente, por causa da tradição (Ichigensan okotowari), somente clientes regulares podem convidar outras pessoas para um jantar privado com uma Gueixa, o que é uma experiência cara e difícil!

Mas neste site é possível reservar um jantar no restaurante Yasaka-Dori Enraku com uma Maiko, por menos de 20.000 JPY (na verdade, bem na época deste post, estão com uma promoção de jantar por 13.000 JPY, em torno de 480 reais. O jantar dura cerca de 2 horas, e, pelo que entendi, são com outros turistas/clientes. A Maiko faz uma dança, você então pode tirar fotos, seguido de um jogo para descontrair. Depois o jantar é servido, e a Maiko passa de mesa em mesa conversando com os convidados. Neste momento pode conversar com a Maiko através do guia, que realiza a tradução do diálogo.

No preço, está incluso a refeição tipicamente japonesa e bebidas.

Vi também outros sites sobre jantares com Maikos:

Kyoto Dinning with Maiko

Ganko Takasegawa Nijoen

Viator

*Apesar de alguns sites falar em jantar com Gueixa, eu não tenho tanta certeza de que seja. Nas fotos que eles apresentam, sempre há uma Maiko. Então, se alguém já tiver tido um jantar com uma Gueixa e tiver informação de como conseguir, a não ser pelo convite de um cliente regular, deixe nos comentários para ajudarmos a outros viajantes.

Cerimônia do Chá com uma Maiko:

Para ter uma experiência mais próxima com uma Maiko também é durante a Cerimônia do Chá. Cheguei a namorar um evento deste neste site, mas acabei não fechando.

Para finalizar este post, muitos outros viajantes que vão em Kyoto e conseguem ver uma Gueixa ou Maiko, sempre dizem que eles conseguiram vê-las depois das 18h, quando elas saem para os compromissos, mais especificamente, na região de Pontocho. Mas eu consegui ver bem mais cedo que isso, e também fora da região de Pontocho. Então, não há muita regra…

O que posso sugerir e que circulem pela região de Gion, de Pontocho e dos teatros que elas costumam se apresentar para shows, especialmente em abril, maio e outubro.

Outros sites sobre Gueixas:

Gion Corner

Kamogawa Odori

Miyako Odori

Instagram de Maikos e Gueixas:

Antes da viagem ao Japão, comecei a seguir algumas hashtags no Instagram, e nelas descobri alguns perfis de Maikos e Gueixas, uma delas até passou a me seguir e trocamos algumas palavras via Direct. Mas quando questionei se ela era Maiko ou Gueixa, ela desconversou dizendo apenas que é “amante da cultura”:

@mitsuki_shimada

@yoko405_

@kuumill

@hina13yume

E outros perfis que compartilham informações de Gueixas: @gioncorner @maikotheater @balbo42 @ponto_kamogawa_dance

O Globo Repórter fez uma entrevista com uma Gueixa, está entre o minuto 27 ao 32 do vídeo abaixo. Mas sugiro assistir na íntegra esta reportagem sobre o Japão:

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