Como são os trens no Japão? Vale a pena comprar o JR Pass?

Quando comecei a planejar nossa viagem ao Japão, eu não tinha certeza se realmente valeria a pena comprar o JR Pass, já que ele é bem caro (quase 1/3 do valor que pagamos nas passagens de avião para cada).

Se você está começando a preparar uma viagem para o Japão por agora, saiba que infelizmente, utilizar os trens no Japão pode sair bem caro. E como eu utilizaria apenas 4 vezes o serviço ferroviário no Japão, eu não tinha certeza se financeiramente valeria a pena.

O que é o JR Pass

O JR Pass – Japão Rail Pass é um passe para uso ilimitado de viagens trem no Japão (nos períodos de 7, 14 ou 21 dias) concedido exclusivamente para turistas. Na verdade, fala-se em trem, mas além dos trens, também tem a previsão de viagens de ônibus e ferry da linha JR (veja abaixo todas as descrições).

O que está incluído no JR Pass

O JR Pass pode ser utilizado em todos os trens expressos limitados do Grupo JR, trens expressos, rápidos e locais, trens-bala Shinkansen, exceto NOZOMI e MIZUHO. Além disso, o JR Pass pode ser usado no monotrilho de Tóquio, na linha Yamanote; Narita Express do aeroporto de Narita para Tóquio.

JR Pass é válido em todas as linhas locais de ônibus JR. Entretanto, o Japan Rail Pass não é válido em rotas expressas de ônibus, independentemente de serem operadas pela JR Bus. Fique atento!

Você também pode utilizar seu JR Pass nos serviços de balsa JR-West Miyajima. Mas o ferry JR-Kyushu entre Hakata e Pusan ​​não está incluído.

Quem tem direito a adquirir o JR Pass

O JRPass é exclusivamente para turistas com visto “visitante temporário”, ou seja, com permanência de 15 ou 90 dias no Japão.

Ao chegar no Japão, a imigração coloca um adesivo (como se fosse o carimbo) com a permissão de entrada, e nele está escrito qual seu tipo de visto. Para você retirar o JR Pass, você vai precisar apresentar o voucher junto com seu passaporte, e eles vão checar se realmente você é um visitante temporário no Japão (com 15 ou 90 dias de permanência).

A partir de 2017, japoneses residentes fora do Japão por mais de 10 anos, se estiver nas condições relatadas no site, também pode fazer uso do passe.

Quanto custa o JR Pass

O JR Pass começa a valer a partir do primeiro dia de uso. Então, você deve observar quantos dias efetivamente utilizará o passe, que pode ser de 7, 14 ou 21 dias.

Eu comprei o JR Pass de 7 dias, levando em consideração que meu período de permanência no Japão era de 11 dias, sendo que os 4 primeiros dias eu estava em Tokyo e não utilizaria o passe. Então, quando ele começou a valer, depois do meu primeiro dia de uso. Então, foi exatamente os dias que precisava.

O valor do JRPass depende de quantos dias você necessita do passe (valores para o mês de abril/2019):

  • 07 dias: a partir de 260 dólares para adulto maior de 12 anos;
  • 14 dias: a partir de 414 dólares para adulto maior de 12 anos;
  • 21 dias: a partir de 530 dólares para adulto maior de 12 anos.

Veja os valores atualizados clicando aqui.

Como verificar o valor das passagens dos trechos separadamente

O próprio site do JR Pass calcula o valor das passagens separadamente, e você pode fazer isso clicando aqui. Os trechos que utilizei o Shinkansen, daria 52.130 JPY (em torno de 450 dólares). Quase 200 dólares de economia com o JR Pass.

Vale a pena comprar o JRPass

Sim! O valor das passagens separadamente é muito caro! Como falei acima, Os trechos que utilizei o Shinkansen dariam 52.130 JPY (em torno de 450 dólares). Quase 200 dólares de economia com o JR Pass, por pessoa.

Vale a pena comprar com agência no Brasil

Quando estava pesquisando, acabei cotando com algumas empresas que vendem. Mas pediram a apresentação do visto, e como ainda não tinha recebido, e estava com o tempo curto, preferi comprar diretamente pelo site da JR Pass. O preço também saiu mais em conta que na agência no Brasil. Mas em compensação, pagamos à vista.

Como comprar o JRPass na internet

Comprei pelo site da JR Pass, super seguro e não tive nenhum problema! Você paga uma taxa para envio do Voucher pela Feedex, junto com o pagamento do passe (que é feito via cartão de crédito). Logo que comprei, pouco depois já recebi um e-mail de confirmação e que meu passe tinha sido encaminhado para a Feedex. Comprei dia 18/04, pelo site, e no mesmo dia a Feedex recebeu a encomenda e informou que seria entregue dia 20/04. O que realmente foi. Então, os 3 dias úteis* realmente funcionam, com exceção de lugares onde o correio já tem, por si só, dificuldade de chegar.

JRPass recebido na Feedex
E-mail informando que o JRPass seria entregue pela Feedex naquele dia – prazo de 3 dias
Entrega do JRPass pela Feedex – prazo de 3 dias
Vouchers para retirada do JRPass

Como retirar o JR Pass no Japão

A única forma de retirar o JR Pass no Japão é levando o voucher que você receber fisicamente no seu endereço (não há possibilidade de enviar por e-mail, ou baixá-lo online), juntamente com seu passaporte. Fique atento para não perder, esquecer, etc… pois eles só entregam o JR Pass com o voucher que você recebeu (eu esqueci de tirar foto do voucher para compartilhar aqui, mas é como um voucher de hotel).

No e-mail que você receber, tem um link com os endereços dos escritórios de troca. Mas você pode realizar a troca em qualquer escritório da JR (o balcão chama Midori-no-Madoguchi, mas eu procurei por JR Pass mesmo). Eles estão espalhados pela maioria dos aeroportos japoneses, como Narita e Haneda. Você também pode encontrá-los em todas as principais estações de trem, localizadas em todo o país (retiramos o nosso em Mishima, depois que saímos de Kawaguchiko).

No momento em que for conferido seu passaporte, visto e voucher, eles vão te perguntar sobre o dia de ativação do seu passe (pode ser em no máximo 30 dias do dia da retirada do passe). Fique atento com esta data, pois o dia da ativação é exatamente o dia que você vai começar a usar. Se você fala que começará a usar amanhã, mas na verdade começa a usar depois de amanhã, você vai perder um dia do seu passe.

Como utilizar o JR Pass no Japão

Com o passe em mãos, toda vez que for utilizá-lo, apresente-o para o agente de controle de acesso, que geralmente fica em um guichê ao lado das catracas.

Sobre a questão de reserva de assentos, reservamos apenas no primeiro dia, logo que retirei o passe no escritório da JR.

Todos os demais dias não fizemos a reserva de assentos. Geralmente tem muito assento disponível, com exceção de feriados, período de férias, etc. Quando você localiza a plataforma, observará a informação dos vagões que não necessitam de reserva de assentos. Então, só se posicionar em frente a porta que dá acesso ao vagão, esperar o desembarque, entrar e localizar um assento disponível.

Mas para quem deseja reservar assento gratuitamente, pode fazer três reservas ao mesmo tempo. E na medida que for utilizando, você pode realizar novas reservas de assentos.

Veja a imagem abaixo:

Plataforma de embarque no Shinkansen, trem bala no Japão

Como localizar a partida do trem

Utilizei o aplicativo da Hyperdia, que você só consegue baixar pela Apple Store americana. Eu tive que converter o meu Apple Store para a loja americana, baixei o app, e depois voltei para a loja brasileira.

Então, quando queria pesquisar o horário do trem, digitava a rota e localizava os dados do Shinkansen como na tela abaixo.

Observe os seguintes dados: número da plataforma de partida (Dep. Track nº 13), horário de partida e chegada, além do nome e número do Shinkansen (no caso Hikari 491). São os dados que você deve ficar atento.

Mas pelo site da Hyperdia, você consegue também ver estas informações.

Ao chegar na plataforma, observe na placa quais os vagões sem reserva de assento (ou se você tiver assento reservado, confira o vagão, pode ficar no chão, ou em placa suspensa), e então é só aguardar na fila.

Plataforma de embarque no Shinkansen, trem bala no Japão
Informativo do número do vagão na Plataforma de embarque de Shinkansen, no Japão

Observe o formato da fila! Os japoneses são muito educados! Não faça feio! 🙂

Plataforma de embarque no Shinkansen, trem bala no Japão

Outra dica importante: eu sempre coloco o trajeto do trem no Google Maps, e vou acompanhando, via GPS, a localização do trem no mapa. Apesar de toda cidade de desembarque ser informado no interior do vagão (um letreiro bem acima da porta), eu gosto de ir me preparando para descer quando vejo que já está quase chegando.

Google Maps para acompanhar o deslocamento do Shinkansen no Japão

Como é o Shinkansen

O Shinkansen é o nome do trem bala no Japão. Em todos os dias que andamos, ele chegou no máximo a 245 Km/h. Na China, a velocidade do Maglev foi bem acima de 245km/h.

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Os assentos possuem um bom espaço do assento da frente. Como estávamos apenas com mala de mão, utilizei este espaço para colocar as minhas coisas, inclusive a mala de mão. Mas também pode ser colocada na parte superior dos assentos, ou atrás dos últimos assentos do vagão:

Tem um serviço muito bacana no Japão, que inclusive uma amiga que viajou com uma criança pequena utilizou muito durante a sua viagem. Chama “Hands Free” e é um serviço que você encaminha sua bagagem do aeroporto para o hotel, do hotel para outra cidade… e tudo com comodidade e segurança. Eu não utilizei e não posso dizer mais detalhes. Mas a Mi aprovou!

Na mesa de frente ao seu assento, você verifica umas informações muito úteis, que nem precisa saber japonês para entender. Eles mostram o serviço disponível no vagão que você está, além dos vagões de trás e da frente.

Informações na mesa do assento no Shinkansen

No Shinkansen, há também o serviço de bordo, com a venda de produtos aos viajantes.

Observe se nenhum item pessoal está incomodando outros viajantes. Eles são muito educados, e seria muito bacana se todos os turistas também agissem assim.

Quando deixar seu assento, volte-o para a posição normal, e retire seu lixo. Lembre-se de deixar seu assento da mesma forma que o recebeu. Tenho certeza de que você o receberá de forma impecável.

Se tem alguma dica, ou outra informação que não falei aqui, compartilhe conosco nos comentários! Será muito bem-vindo! É excelente quando há trocas de informações aqui no Blog. Eu fico muito feliz! 🙂

Bate-volta em Hiroshima e Miyajima

Hiroshima sofreu por longos anos as consequências de uma bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial e se tornou exemplo de superação. Já Miyajima, uma ilha sagrada, abriga o famoso Torii flutuante. Neste post, veja como visitar Hiroshima e Miyajima em um dia.

Nesta última viagem pela Ásia, onde visitamos o Japão, Singapura e Malásia, um dos lugares que eu estava mais ansiosa para conhecer era Hiroshima, no Japão. Acho muito difícil alguém que não saiba dos acontecimentos das cidades de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial. E devido ao nosso curto tempo de viagem pelo país, e graças à proximidade entre as cidades, conseguimos visitar Hiroshima e Miyajima em um único dia.

Só a possibilidade de ver de perto o progresso e recuperação da cidade depois da bomba atômica, já valeu o dia da viagem! Eu sempre soube da lamentável história da Bomba de Hiroshima e Nagasaki, mas não sabia do seu poder de superação em curto espaço de tempo.

Mas para quem tiver mais tempo no Japão, vale muito a pena (pelo menos) pernoitar em Hiroshima, ou se possível, ficar três dias em Hiroshima e aproveitar para passar um dos dias na Ilha de Miyajima. Isso seria perfeito!

Breve Histórico sobre a bomba atômica em Hiroshima

A Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, era composta pelos países do eixo (Alemanha, Japão e Itália) e os países aliados (União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido e China). A partir de 1939, os Estados Unidos, em conjunto com Reino Unido e o Canadá, começaram as pesquisas sobre uma bomba atômica que seria lançada contra a Alemanha e/ou Japão.

Réplica da Little Boy. Fonte: Wikipedia

Entretanto, com a saída da Alemanha da Segunda Guerra Mundial, em junho de 1945, vendo que o Japão não se renderia, os Estados Unidos decidiram colocar em prática o chamado Projeto Manhattan, que tinha como principal objetivo a construção de material atômico de destruição. Então, a bomba atômica que destruiu Hiroshima, conhecida como Little Boy, foi construída a base de urânio-235, o que fazia com que a mesma fosse um poderoso armamento nuclear.

Hiroshima foi escolhida para ser alvo da Bomba Atômica pelo fato de ser uma importante cidade industrial e militar. Entretanto, mais de 80% da cidade era composta de civis. Por outro lado, os Estados Unidos acreditavam que Hiroshima não mantinha nenhum prisioneiro de Guerra americano na cidade.

Enola Gay e sua equipe. Fonte: Wikipedia

Em um primeiro momento, Hiroshima era o principal alvo dos Estados Unidos, e subsidiariamente, as cidades de Kokura e Nagasaki.

Em 06 de agosto de 1945, um avião B-29, o Enola Gay, decolou com destino a Hiroshima. E às 08:15h, lançou a “Little Boy”, contendo 64kg de Urânio-235, no alvo previamente determinado.

Depois de lançada, “Little Boy” demorou 44,4 segundos para ser detonada a uma distância de 240m do solo, e diante do vento cruzado, explodiu diretamente sobre um hospital.

Apesar da bomba atômica ter sido considerada ineficiente, por ter atingido 1,7% do que era esperado, seu raio de destruição foi de 1,6km, com incêndios subsequentes em 11km², matou cerca de 140 mil pessoas até o final de 1945, e deixou milhares de feridos. Ineficiente????

Que tristeza! Mais de 140 mil pessoas mortas (instantaneamente ou com os efeitos da radiação), sendo que 30% deste número se tratava de soldados, e os demais eram civis que nada tinham a ver com aquela miserável guerra.

Imagem encontrada na Escola Fundamental de Honkawa em 2013 da nuvem atômica. Fonte: Wikipedia

Sobreviventes da Bomba Atômica em Hiroshima alegam ter visto apenas um forte clarão branco no céu seguido de um alto estrondo. Vidros quebrando, paredes caindo, madeiras e papéis sendo queimados em fração de segundos… Hiroshima era literalmente devastada pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial 🙁

As fotos do slide abaixo podem ser perturbadoras, pois mostram alguns dos feridos de Hiroshima depois da bomba atômica:

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Se quiser entender um pouco mais sobre este triste episódio da história do Japão, abaixo há um documentário sobre a bomba de Hiroshima. Recomendo muito que assistam todo o vídeo antes da viagem. Dá para entender tudo o que aconteceu antes, durante e depois da detonação da bomba.

Apesar desta parte triste da história, Hiroshima reergueu-se de maneira triunfal. Você só vai lembrar que está em uma cidade que foi detonada por uma bomba atômica, quando ver a Cúpula da Bomba Atômica, que é o único edifício sobrevivente que restou próximo ao local da detonação.

Hiroshima foi reconstruída após a guerra com a ajuda do governo nacional através da Lei de Construção do Memorial da Paz de Hiroshima, em 1949. Ela fornecia assistência financeira para a reconstrução, juntamente com terrenos doados que pertenciam previamente ao governo e eram usados para propósitos militares (Wikipedia).

Como chegar em Hiroshima a partir de Kyoto:

A primeira dica é ir o mais cedo possível. Como estávamos em Kyoto,  e adquirimos o Japan Rail Pass, saímos bem cedo com direção à estação de Kyoto (olhamos, pelo aplicativo Hyperdia, qual era o horário do trem mais próximo).

Partimos às 07:20am de Kyoto e o trajeto de trem bala (Shinkansen) até Hiroshima durou quase duas horas. E eu particularmente achei uma viagem belíssima! Observei todos os cantinhos pelos quais passava no trajeto, e quando vi, já estava na hora de desembarcar em Hiroshima.

Chegando em Hiroshima, perguntamos aonde era a estação de ônibus (Hiroshima Bus Station) e um senhorzinho nos levou até o local de onde pudéssemos ver a estação – sou apaixonada pela educação e prestatividade dos Japoneses.

De lá, pegamos o ônibus 25 (em torno de 180 ienes), e fui acompanhando pelo Google Maps o local que deveríamos descer, que era o “Genbaku Dome Zen Bus Stop”. Em 15 minutos, já estávamos em frente ao Memorial da Paz.

Mesmo saindo de Kyoto às 07:20am, chegamos no Memorial da Paz de Hiroshima um pouco mais das 10am. Infelizmente estava tudo cronometrado para conseguirmos visitar os pontos ligados a bomba de Hiroshima, e depois seguir para Miyajima. Mas ficou tanta coisa que eu não consegui visitar na cidade, como o Castelo de Hiroshima, que é belíssimo!

Parque Memorial da Paz de Hiroshima

O Parque Memorial da Paz de Hiroshima foi construído em uma área de 120.000m² cheia de árvores, gramados e flores. Antes da bomba, o local era o centro político e comercial da cidade, um dos motivos da escolha do local.

No Parque Memorial da Paz de Hiroshima, você verá principalmente:

  • Hiroshima Peace Memorial ou A-Bomb Dome (Memorial da Paz de Hiroshima ou Cúpula da Bomba Atômica)
  • Children´s Peace Monument (Monumento da Paz das Crianças)
  • Rest House (Casa de Descanso)
  • Cenotaph for the A-Bomb Victims (Cenotáfio para as vítimas da bomba atômica)
  • Hiroshima Peace Memorial Museum (Museu do Memorial da Paz de Hiroshima)

Começamos a visita pelo Memorial da Paz de Hiroshima, ou como também é conhecido “Cúpula da Bomba Atômica“.

Cúpula da Bomba Atômica
Cúpula da Bomba Atômica

Antes de tudo, é preciso entender a diferença entre epicentro e hipocentro. O hipocentro de uma explosão é o ponto exato de onde ela se originou (de onde a energia acumulada foi liberada), enquanto o epicentro é a manifestação dela na superfície.

Hipocentro da Bomba Atômica de Hiroshima
Alcance da Bomba Atômica em Hiroshima

Memorial da Paz de Hiroshima (Cúpula da Bomba Atômica)

O “Domo da Bomba Atômica”, ou Cúpula da Bomba Atômica (Genbaku Dome) foi a única construção sobrevivente mais próxima do local do hipocentro (a apenas 160m). Na época, o edifício, de 1915, era o Saguão de Promoção Industrial da Prefeitura de Hiroshima.

Apesar da Cúpula da Bomba Atômica não ter colapsado, todas as pessoas que estavam em seu interior morreram imediatamente. Do edifício, restaram apenas as paredes de concreto e a cúpula de aço. Mais tarde, foi decidido que a área não seria reconstruída, mas sim dedicada a instalações de memorial da paz.

Memorial da Paz de Hiroshima

Mas você deve estar pensando: qual o motivo de manter a Cúpula da Bomba Atômica, já que foi um momento de extrema dor para Hiroshima?

O motivo de manter a cúpula é exatamente para lembrar do sofrimento causado pela bomba, além de simbolizar a luta para acabar com bombas, armas nucleares, e assim, conseguirmos trazer a paz mundial.

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Em 1996, o Memorial da Paz de Hiroshima foi declarado como Patrimônio Mundial da Unesco, apesar de algumas contestações. A China alegava que o memorial poderia ser utilizado como uma forma de minimizar o sofrimento dos países que foram vítimas do Japão durante a Guerra. E os Estados Unidos também questionaram o fato de que o memorial poderia “camuflar” a realidade dos fatos históricos.

Memorial da Paz de Hiroshima

Rest House (Casa de Descanso)

Anteriormente, por volta de 1929, a Casa de Descanso funcionava como uma Loja de Kimonos. Entretanto, na época do bombardeio, já funcionava uma casa de repouso que, infelizmente, teve 36 mortos em seu interior e apenas um sobrevivente. O homem de 47 anos, que estava no porão da casa, somente sobreviveu pelo fato de que o teto de concreto agiu como uma barreira para a radiação.

Rest House (Casa de Repouso) em Hiroshima

Caso tenha interesse em visitar o porão da Casa de Repouso, você deve realizar seu registro na recepção do prédio.

Children´s Peace Monument (Monumento de Paz das Crianças)

O Monumento de Paz das Crianças foi construído para homenagear Sadako Sasaki e as outras milhares de crianças vítimas da Bomba Atômica.

Memorial de Paz das Crianças
Sadako Sasaki, via Wikipedia

A história de Sadako Sasaki ficou mundialmente conhecida pelo fato de que a mesma tinha apenas dois anos quando a bomba foi detonada. Apesar de ter sido exposta a uma grande quantidade de radiação, Sadako não morreu no momento da detonação. Depois de dez anos, Sadako desenvolveu leucemia.

Enquanto estava internada, Sadako começou a dobrar inúmeros Tsurus (ave sagrada que simboliza paz, saúde, fortuna). No Japão, há uma lenda de que se a pessoa dobrar mil Tsurus, ela terá um desejo realizado. Então, Sadako conseguiu atingir sua meta, e dobrou ao todo 1300 Tsurus até a sua morte. No Museu Memorial da Paz de Hiroshima, há a exibição de alguns deles, e um breve relato de sua história (veja mais abaixo no item que falo sobre o Museu).

No topo do monumento construído em sua homenagem e às vítimas da bomba, há a estátua de Sadako segurando um Tsuru, e no pé da estátua se lê: “Este é o nosso choro. Esta é a nossa oração. Paz no mundo.”

Até hoje as pessoas continuam fazendo Tsurus e deixando na base da estátua.

Ganhei um Tsuru de um atendente do Museu Memorial da Paz de Hiroshima, que carinhosamente trouxe com muito cuidado do Japão.

Cenotáfio Memorial

Localizado no centro do Parque Memorial da Paz de Hiroshima há um outro memorial a todas as vítimas da Bomba Atômica. Trata-se de um arco que representa um abrigo para todas as almas do bombardeio, e está alinhado com a Chama da Paz e o Memorial da Paz.

O nome de mais de 290 mil vítimas da bomba estão gravados na pedra central do memorial.

Cenotáfio Memorial, em Hiroshima

Nele, ainda há a inscrição 安らかに眠って下さい 過ちは 繰返しませぬから, que significa “Descansai em paz, pois o erro jamais se repetirá”.

Belíssimo e significativo, mas triste. Muito triste.

Chama da Paz 

A chama da paz foi acesa em 1964, com a esperança de um mundo sem armas nucleares. Ela permanece acesa desde então, e assim continuará até que as armas nucleares sejam abolidas em todo o mundo.

Observe o pedestal da chama que foi projetado para simbolizar a imagem de duas mãos pressionadas e voltadas para o céu.

Chama da Paz, Hiroshima

Museu Memorial da Paz de Hiroshima

O museu, assim como todos os memoriais do Parque Memorial da Paz de Hiroshima, tem o objetivo de homenagear as vítimas, além de reforçar os danos das armas nucleares para o mundo.

Museu do Memorial da Paz de Hiroshima

Nele existe um acervo que conta a história detalhada da Bomba de Hiroshima, mais precisamente sobre o dia 06 de agosto. Há muitos pertences de vítimas 🙁

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Funcionamento do Museu: todos os dias, com exceção do dia 30 e 31 de dezembro, das 08:30am às 6pm (em Agosto, até as 7pm, e de dezembro a fevereiro, até as 5pm). É possível entrar somente até 30 minutos antes do fechamento.

Ticket: 200 ienes

Ground Zero (ou Marco Zero ou Hipocentro)

A 160m da Cúpula da Bomba Atômica está localizado o Marco Zero, o local considerado o ponto abaixo da detonação da bomba de Hiroshima. O endereço do local é “Hiroshima Atomic Bomb Hypocenter”, 1 Chome-5-25 Otemachi, Naka Ward, Hiroshima.

Marco Zero Bomba de Hiroshima
Marco Zero Bomba de Hiroshima

Bem, não preciso nem dizer que é um lugar muito triste para ser visitado. Mas acho necessário! Necessário para a gente lembrar que, infelizmente, existiu, e para desejar que nunca mais volte a acontecer.

Seguindo para Miyajima de Hiroshima

Quando defini que visitaria Hiroshima e Miyajima em um mesmo dia, eu tinha ciência de que seria muito corrido, e que algumas atrações não seriam visitadas. Mas nosso objetivo era visitar o Memorial da Paz de Hiroshima e, depois, finalizar desvinculando da energia negativa na ilha zen de Miyajima, mais especificamente no Santuário Itsukushima.

Torii Flutuante em Miyajima

Já passava das 1pm quando seguimos para Miyajima. E foi aí que eu senti a necessidade de, pelo menos, pernoitar em Hiroshima. Assim, ficaria um dia inteiro em Hiroshima, e outro em Miyajima. Mas era o que os meus dias permitiam, e eu voltaria satisfeita para casa por ter conseguido visitar o Memorial e o Santuário Itsukushima.

Como chegar em Miyajima a partir de Hiroshima

A melhor forma para chegar em Miyajima é utilizando trem, pela Sanyo Line (cinza), que também pode ser utilizado com o JR Pass. Em menos de meia hora, você estará na “Miyajimaguchi Station”, e de lá, pegue a balsa JR (mostre o JR Pass para utilizá-la gratuitamente) e em 10 minutos você estará desembarcando na ilha.

Balsa para Miyajima

Você pode até ficar tentado em ir pelo bonde 2 (linha vermelha) que também possui o destino à Miyajima, e o ponto é em frente ao Memorial. Mas é um percurso extremamente lento e pode atrasar ainda mais o seu dia.

Tem um barco que também realiza o passeio a partir do Parque Memorial da Paz de Hiroshima, em um trajeto de 45 min direto para Miyajima. Entretanto, o JR Pass não é válido para este meio.

O Santuário Itsukushima

A ilha de Miyajima é bastante popular entre os turistas que visitam o Japão, devido ao Santuário Itsukushima, que, junto com o grande Torii parecem flutuar sobre as águas de mar.

O Santuário, assim como Torii, foram construídos no chão, em 593, mas quando a maré está alta, ambos parecem flutuar. O ideal para quem tiver mais dias no país, é chegar a tempo de ver a maré baixa, e depois com a maré alta.

Quando fomos, acompanhei a tábua da maré (para consultar a maré no Santuário, clique AQUI) e vi que na parte da tarde, mais no finalzinho do dia, o Torii já estaria “flutuando”. Então fomos de manhã para Hiroshima, e na parte da tarde para Miyajima.

Chegando na Ilha já tivemos uma maravilhosa impressão do que é este lugar:

Realmente é uma paisagem impressionante, e valeu todo o esforço para visitá-lo.

Torii Flutuante, em Miyajima

Logo que desembarcamos no Porto de Miyajima, já vimos diversos veados passeando naturalmente entre os turistas. Pelo que li e vi antes, a Ilha é um verdadeiro paraíso, com muitas plantas exóticas, fontes termais, além de milhares de peixes e aves.

Veados “domesticados” em Miyajima

De lá, fomos contornando à direita do porto, e logo nos vimos bem próximo do Torii (o Grande Portal do Santuário Itsukushima). Quanto mais nos aproximávamos, mais impressionados com a energia do local ficávamos.

Chegando ao Torii Flutuando em Miyajima

O Santuário Itsukushima é um santuário xintoísta que cultua três deusas da religião, e acredita-se que elas habitam o interior o Santuário. Em 1996, ele foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco, foi considerado um dos lugares mais belos do Japão, e ocupa espaço nos cartões postais do país.

Já o Torii foi construído apenas em 1875, com 16 metros de altura por 24 metros de largura, é o maior portal de madeira do mundo. Diz a lenda que, quem passar pelo Torii terá uma vida próspera e feliz.

Torii Flutuante de Miyajima

Na foto abaixo, a maré estava alta o suficiente apenas para cobrir a base do Torii, assim, o Santuário Itsukushima ainda não parecia flutuar.

Infelizmente, o tempo começou a fechar com uma ameaça de forte chuva. Como a gente tinha que pegar a balsa ainda para o porto Miyajimaguchi, depois o trem para a estação de Hiroshima, e por fim, o Shinkansen para Kyoto, ficamos receosos de que qualquer atraso em razão da chuva culminasse na perda do trem. Então, tomamos a triste decisão de não visitar o interior do Santuário.

Antes de seguir para o porto, uma breve passada na vila ao lado do Santuário de Itsujushima só para ter a certeza de que quero voltar!

Miyajima

E depois disso, começou a chover e senti muito frio para atravessar na Balsa. Chegamos a tempo para pegar o Shinkansen na estação de Hiroshima, e logo logo chegamos em Kyoto (com tempo suficiente para curtir um pouco do Pontocho).

Roteiro de 3 dias em Kuala Lumpur | Malásia

Sugestão de roteiro de três dias em Kuala Lumpur, incluindo visita a Batu Caves

 

Visitamos a Malásia em maio de 2018, mas com apenas três dias disponíveis, optamos por ficar somente na capital Kuala Lumpur, apesar do desejo ter sido de esticar até outros pontos do país, especialmente alguns destinos de praias.

Se você está pensando em viajar para a Malásia, recomendo que leia o post que fiz com dicas gerais para visitar o país. Clique AQUI. Para hospedagem, veja nossa sugestão clicando aqui.

Agora, compartilhamos o dia-a-dia dos 3 dias que tivemos em Kuala Lumpur:

Dia 1 em Kuala Lumpur:

  • Chegada em Kuala Lumpur/Transfer/Check in no Hotel: mesmo saindo cedo de Singapura, com o deslocamento do aeroporto até a região central da cidade, fazer check in, almoçar, tomar um banho e sair do hotel, já estava quase no meio da tarde. Fizemos isso sem pressa! Consideramos primordial estar descansado, e apto para conhecer a cidade. Nada pior do que sair com dor de cabeça, mal-humorado, cansado e sem tomar banho. E como ficamos hospedados no Club Lounge do Mandarin Oriental, Kuala Lumpur, chegamos bem no horário do pequeno almoço servido para os hóspedes do Club Lounge. Nem preciso dizer que foi ótimo, né? Eu tenho um pouco de resistência de comer em hotel, porque sempre acho a comida cara e o restaurante nem tão bom… mas não tem nada mais cômodo do que viajar para a Ásia e ficar em hotéis que oferecem este tipo de conforto. E como eu contei no post review do MO Kuala Lumpur, as diárias deste hotel são bem mais em conta do que outros hotéis do grupo na Europa, por exemplo, e fazendo a reserva pela tarifa Club Lounge, o aumento é muito pouco. Ou seja, se tiver oportunidade ($), realmente compensa!
  • Petronas Twin Tower: ou como também são conhecidas Torres Petronas são dois arranha-céus da cidade, com 88 andares, e são, atualmente, o 6º maior edifício do mundo, com 451,9m de altura (de 1998 a 2003, foi considerado o maior alto edifício do mundo).

As torres foram construídas por uma construtora espanhola (Acciona) e é realmente impressionante sua estrutura em aço e vidro, inspirada na arquitetura muçulmana.

A maioria das pessoas que visita Kual Lumpur, fazem apenas a tradicional foto de frente para as torres, como abaixo. Mas você pode acessar a SkyBridge e o Observation Deck no interior das torres (primeiro o acesso a SkyBridge – aquela ponte que a gente vê indo de uma torre para a outra – e depois ao 86º andar).

A visita a SkyBridge e Observation Deck acontece diariamente, com exceção das segundas-feiras, no horário das 9h às 21h, valor do ticket em dez/2018 80MYR (em torno de R$ 74,00) por pessoa (adulto). Para adquirir o ingresso antecipadamente e não correr o risco de não conseguir, clique AQUI.

Instagram das Petronas Twin Towers, clique AQUI.

Petronas Twin Towers, em Kuala Lumpur

Dica/Informação: Para tirar uma foto que caiba integralmente as duas torres, você precisará de uma lente especial (nós utilizamos a 10/18mm da Canon, que é uma lente angular e consegue captar de forma mais ampla a paisagem). Se você não tem uma lente especial, pode comprar aquela lente “fisheye” para celular.

Agora se não tiver e mesmo se tiver uma lente que tire a foto de toda a torre, vai passar pelo assédio dos locais que insistentemente tentam vender uma lente destas para você. Não tenho nada contra as pessoas trabalharem vendendo produtos para turistas em pontos turísticos! Mas o que não acho bacana é insistir e incomodar ao ponto da gente quase perder a paciência! Nós não tivemos sossego um segundo sequer neste local e ao final, eu estava louca para sair de lá (só para terem ideia, o mesmo vendedor de lentes, me ofereceu por 3 vezes a fisheye em um espaço de 5 minutos!).

Para ver mais um pouquinho das Petronas Twin Towers, confira o vídeo abaixo que mostra os atores Sean Connery e Catherine Zeta-Jones, do Filme Armadilha (Entrapment), nas famosas torres de Kuala Lumpur:

Endereço das Petronas Twin Towers: Concourse Level, Petronas Twin Tower, Lower Ground, 50088, Wilayah Persekutuan Kuala Lumpur, Malásia

  • Suria KLCC: é um famoso shopping center / centro comercial de Kuala Lumpur, que está localizado na base das Petronas Twin Towers. Possui várias lojas internacionais e locais, além de cinema, restaurantes, aquário e inúmeras outras atrações (veja aqui). E por incrível que pareça, eu tinha lido em algum lugar que o Suria KLCC era um shopping de luxo. Sim. De fato é. Mas achei as coisas com um preço muito bom! Não vi o preço das lojas de luxo como Chanel, Prada, Gucci… mas outras marcas mais comuns, achei o preço ótimo!
Suria KLCC

Endereço Suria KLCC: KLCC, Lot 241 Level 2 Suria, Kuala Lumpur City Centre, 50088 Kuala Lumpur, Malásia

  • KLCC Park: um parque lindo que foi projetado para produção de vegetação às Petronas Twin Towers e consequentemente ao seu redor. E acabou que o KLCC Park se tornou um refúgio para uma cidade cheia de prédios e que, quase sempre, é quente.
KLCC Park, visto da janela do nosso quarto no Mandarin Oriental, Kuala Lumpur
  • KLCC Light Show (ou Esplanade Lake KLCC – o show de luzes no KLCC Park): 

Localizado no KLCC Park, fica o Lake Symphony, um lago artificial com duas fontes musicais, que exibem mais de 150 animações programadas em uma performance mágica de som e água. Os horários de show da KLCC Lake Symphony Light e Sound Water Fountain são às 8pm, 9pm e 10pm diariamente. No entanto, os horários das fontes de água do KLCC Lake Symphony (apenas iluminação) são 19: 30h, 20: 30h e 21: 30h diariamente.

Tínhamos até programado assistir ao show em um dos dias. Mas tivemos um jantar no restaurante Lai Po Heen do hotel que ficamos hospedados, que era literalmente em frente ao show das luzes, e da nossa mesa, assistimos a todos os shows de luzes daquela noite.

O Lake Symphony é gratuito.

Fonte: https://www.suriaklcc.com.my/attractions/esplanade-lake-symphony/

Dia 2 em Kuala Lumpur:

O nosso segundo dia em Kuala Lumpur, optamos por sair cedo para conhecer as Batu Caves e a Ramayana Cave, que ficam no distrito de Gombak, a aproximadamente 15km de KL. Você pode utilizar o Uber, que na Malásia é o Grab, ou ir de transporte público como foi o nosso caso (mas um pouco mais demorado!).

  • Batu Cave: para chegar nas Batu Caves da região central de Kuala Lumpur, você deve pegar o metrô até a KL Sentral, de lá pegar o trem KTM Komuter (em torno de R$ 3,00 a passagem), e depois de 8 paradas, você desembarca quase na entrada das Batu Caves. Este trajeto dura em torno de 35/40min, e o trem parte de 15 em 15 minutos.

As Batu Caves abrigam um dos maiores templos hindus fora da Índia, além de ser um dos pontos mais visitados da Malásia. Estima-se que elas tenham mais de 400 milhões de anos.

Antes de visitar a Malásia, e de fazer nosso roteiro, eu sinceramente achava que Kuala Lumpur possuía apenas as Torres Petronas e as Batu Caves. Parece que a grande maioria de turistas que visita a cidade, acaba visitando só estes dois pontos.

O complexo das Batu Caves consiste em três cavernas principais e algumas menores, sendo que a maior é conhecida como Cathedral Cave ou Temple Cave, tem um teto muito alto e apresenta diversos santuários hindus.

Entrada para as Batu Caves, na Malásia

Para subir até as cavernas, visitar os templos e ver a cidade de outro ângulo, você deve subir 272 degraus, que foram reformados em agosto de 2018, e estão atualmente multicoloridos. Quando fomos, em maio de 2018, eles estavam reformando a escadaria e pórtico de entrada, mas eu não imaginava que ficaria tudo tão colorido e diferente do dia em que visitamos.

Escadas para as Batu Caves, na Malásia

Enquanto sobe esta escadaria sob um calor insuportável (eu ainda estava derretendo com um lenço para cobrir o ombro, em sinal de respeito ao templo), você vai cruzando com vários macaquinhos que tentam subtrair qualquer objeto ou coisa que pareça um alimento. Então, fique esperto pois eles podem ser agressivos e jamais os alimente.

Figura constantemente presente nas Batu Caves

Quando chegar nas Batu Caves, você vai observar uma estátua enorme que parece guardar os templos no interior das cavernas.

Trata-se de uma estátua de Lord Murugan – uma divindade Hindu – com 42,7 m de altura, que custou cerca de 24 milhões de rúpias, é composta de 1550 m³ de concreto, além de 250 toneladas de barras de aço e 300 litros de tinta dourada que foi trazida da Tailândia. A estátua foi inaugurada em 2008, e é realmente surpreendente!

E o que pouca gente mostra, é o lado contrário da entrada da caverna. A primeira vez que via a imagem das Batu Caves, achei que era em um local desabitado, mais afastado da cidade, e cercado por muito verde… mas na verdade, elas estão localizadas em plena cidade. Ao fundo, é possível ver Kuala Lumpur, inclusive as Petronas Towers.

Vista do lado contrário ao Lord Murugan nas Batu Caves

 

Kuala Lumpur vista ao fundo (observe as Petronas e a KL Tower)

Algumas regras básicas para visitar as Batu Caves:

    • Não fume
    • Evite sapatos (não está proibindo, apenas pedindo para evitá-los)
    • Não cuspa
    • Não corra
    • Cães não são permitidos
    • Não alimente os macacos
    • Drones não são permitidos
    • Mendicância não é permitida
    • Não jogue lixo no chão, mantenha o local limpo
    • Não beije
    • Não use shorts ou saias curtas, decotes, fantasias, roupa sexy (é importante cobrir os ombros e joelhos).
Placa do que não é permitido nas Batu Caves

A religião hindu abrange diversas crenças e práticas religiosas a milhares de deuses e deusas, que são cultuados diariamente pelos adeptos da religião. São inúmeros rituais da religião, sendo um deles a oferenda aos deuses. Na porta das Batu Caves, você encontra quiosques/barraquinhas que vendem colores de flores, a mais comum das oferendas.

Ao lado das Batu Caves ficam as Dark Caves. E no dia do nosso passeio, no momento em que fomos lá, um passeio já tinha se iniciado e próximo demoraria um pouco para acontecer. Então, não animamos esperar.

As Dark Caves são hoje preservadas e abrigam muitos morcegos e insetos. Tenho certeza de que foi uma providência não ter conseguido visitar estas cavernas, pois tenho pavor de bichos e dizem que lá são vistos inúmeros deles! Ah, o passeio é feito com uma lanterna, já que o local é bem escuro. Agora imagine: um passeio de quase 45 minutos, em uma caverna escura, úmida e cheia de bichos? Vai encarar?

Há quem diga que o passeio pelas Dark Caves é melhor que o passeio pelas Batu Caves. Oh, meu Deus! Estará esta pessoa em sã consciência? 

O passeio nas Batu Caves é gratuito, enquanto o passeio às Dark Caves é pago (em torno de 35 MYR) e inclui guia.

Nota: em uma nota do site da empresa que gerenciava os passeios à caverna, anunciam o encerramento das atividades a partir de 28/01/2019. Não consegui checar se as Dark Caves continuam realizando passeios em seu interior, ou se apenas a empresa que administrava encerrou suas atividades. Se alguém tiver informações, por favor, compartilhe conosco!

  • Ramayana Cave: ao lado das Batu Caves existem outras cavernas que também possuem templos e são visitadas tanto por fiéis quanto por turistas. Diferente das Batu Caves, que está em um aspecto mais natural, Ramayana Cave possui um caminho traçado por inúmeras divindades que contam a história de Ramayana.

Logo que sair das Batu Caves, no sentido da estação de trem, você verá uma estátua verde de Hanumam, com 15m de altura, que simboliza a entrada para as cavernas.

Entrada de Ramayana Cave, na Malásia

A taxa de entrada para Ramayana Cave foi de 5 MYR, em maio de 2018. Se alterou depois disso, foi muito pouco.

Na caverna, a história e a vida do Senhor Rama é contada através de várias estátuas com iluminação colorida, o que deixa o ambiente mais acolhedor que as Batu Caves (crianças podem gostar bastante deste passeio).

Neste dia, passamos quase todo o dia na região próxima às Batu Caves. Quase na entrada das cavernas, existem lojas que vendem produtos e souvenirs indianos. Aproveitamos para passar lá e comprar alguns adornos para nossa casa. Sempre tive vontade de ter um Ganesha e um Buda Hindu, e lá, foi uma excelente oportunidade para adquiri-los.

No fim do dia, aproveitamos para curtir a estrutura do nosso hotel, já que estava muito quente e um banho de piscina foi ótimo! Aproveitamos também para ficar no Club Lounge do Mandarin Oriental Kuala Lumpur que oferece coquetéis aos hóspedes do Club com um pequeno jantar.

Dia 3 em Kuala Lumpur:

Nosso último dia em Kuala Lumpur, aproveitamos para ficar na região central e visitar alguns pontos importantes para a cidade. Pegamos a linha do metrô e descemos na estação Pasar Seni, que fica quase em frente ao Central Market de KL. De lá, da para visitar em curtas caminhadas tanto os templos quanto a Chinatown, a Mesquita e a praça Mederka.

  • Sri Mahamariamman Temple: é o mais antigo templo Hindu em Kuala Lumpur. Foi fundado em 1873, sendo que uma nova estrutura foi construída em 1968, apresentando uma torre ornamentada “Raja Gopuram“. Trata-se de um importante local de culto para os imigrantes indianos na cidade. Pagamos 0,20 MYR para deixar cada par de sapato na entrada do templo. Fiquei surpresa com o quão limpo era este templo (totalmente diferente do anterior que eu tinha visitado em Singapura!).

A torre que foi construída em 1968, na forma de uma pirâmide, é chamada de gopuram (uma torre de entrada do templo) e esta possui 5 níveis (veja pelas janelas/aberturas que simbolizam cada andar). Gopuram possui 22,9m e é decorada com representação de vários deuses hindus esculpidos por artesãos do sul da Índia.

A visita ao Templo é gratuita e sua localização é na Jalan Tun H S Lee, City Centre, 50000 Kuala Lumpur, Wilayah Persekutuan Kuala Lumpur, Malásia.

  • Guan di Temple (também chamado de Kuan Ti Temple): quase em frente ao templo Hindu, é um templo taoísta de mais de 100 anos localizado na Chinatown de Kuala Lumpur. O templo é dedicado a Guandi, o deus taoísta da guerra e da literatura. O templo funciona diariamente, das 07h às 19h, e sua entrada é gratuita. Veja mais detalhes sobre o templo clicando aqui.

Endereço do Guan di Temple: 168, Jalan Tun H S Lee, City Centre, 50000 Kuala Lumpur, Wilayah Persekutuan Kuala Lumpur, Malásia

  • Sin Sze Si Ya Temple: meio que escondido nas ruas de Kuala Lumpur, pouco depois do Gandi Temple, há outro templo taoísta que é o mais antigo da cidade. Fundado em 1864, é dedicado aos deuses da derrota aos inimigos e que defenderam Kuala Lumpur durante a guerra civil (1870-1873). O que mais gostei deste templo foi a oportunidade de ver de perto o dia a dia dos que ali frequentam. Nada preparado para atrair turistas. Mas um templo religioso muito bem cuidado por seus adeptos.

Endereço de Sin Sze Si Ya Temple: 113A, Jalan Tun H S Lee, City Centre, 50050 Kuala Lumpur, Wilayah Persekutuan Kuala Lumpur, Malásia

  • Chinatown em Kuala Lumpur: como toda Chinatown – bagunçada e cheia – é uma pequena região perto dos templos que mencionei anteriormente, tendo como a principal rua “Petaling Street“. É uma possibilidade de ver de perto um pouco da cultura oriental, e de adquirir souvenirs com um ótimo preço. Você vai ver muito produto que parece ser de marca, mas, claro, é tudo de falsificado. Encontrei alguns produtinhos regionais bem bacanas tanto para adorno quanto para presentear.

  • Central Market: no limite da Chinatown, você encontra o mercado central de Kuala Lumpur, que foi um dos mais legais que já visitei no mundo. Super organizado e limpo, cheio de lojinhas de diversas partes do mundo, seja malaia, seja indiana, chinês, grega ou turca. É um paraíso para quem gosta de produtos assim. 

O Central Market de Kuala Lumpur funciona diariamente das 10h às 21:30h.

Endereço do Central Market em Kuala Lumpur: Jalan Hang Kasturi, City Centre, 50050 Kuala Lumpur, Wilayah Persekutuan Kuala Lumpur, Malásia

  • Asjid Jamek Sultan Abdul Samad (ou Jamek Mosque): é uma das mesquitas mais antigas de Kuala Lumpur. Depois do Central Market, seguimos a pé pela margem do Rio Kelang e tivemos uma primeira visão de frente da mesquita construída sobre um antigo cemitério malaio, em 1909. Jamek significa “onde as pessoas se encontram para adorar”, e é um belíssimo exemplar da arquitetura islâmica.

Endereço da Jamek Mosque em Kuala Lumpur: Jalan Tun Perak, City Centre, 50050 Kuala Lumpur, Wilayah Persekutuan Kuala Lumpur, Malásia

  • Mederka Square (Praça da Independência) e Edifício do Sultão Abdul Samad: a poucos metros da mesquita está localizada a Mederka Square, que teve muita importância histórica para a cidade e o país, já que foi bem nesta praça que a bandeira malaia foi içada pela primeira vez em 1957, declarando a independência do país. É um praça comum, sem nada que chame atenção (a não ser pela sua história) e pelo belíssimo Edifício do Sultão Abdul Smad localizado em frente a praça. O edifício é do final do século XIX, e atualmente abriga alguns ministérios malaios. A parte de trás do edifício é muito bonita e também merece uma visita. 

Endereço para o edifício e praça: Jalan Raja, City Centre, 50050 Kuala Lumpur, Wilayah Persekutuan Kuala Lumpur, Malásia

  • KL Tower (também conhecida como Menara KL): uma torre que foi construída em 1995 na cidade, e possui 421m de altura, e é considerada uma das mais altas do mundo. No último dia que tínhamos planejado visitá-la, depois de irmos na Praça da Independência, caiu uma chuva tão forte na cidade (dá para ver da foto abaixo), que não conseguimos cumprir o final do roteiro. A Torre foi construída para servir como torre de telecomunicações, mas acabou tornando-se ponto turístico e conta com um observatório e um restaurante giratório. No Sky Deck da torre, localizado a 300m do solo, há possibilidade de uma belíssima visão da cidade (se estiver em dias claros, e não com chuva como foi o nosso caso). E nesta parte da torre, também tem a famosa Sky Box, uma espécie de sala de vidro que se estende para fora do deck, proporcionando uma visão mais aventureira da cidade. Valor do ticket: a partir de 30 MYR. 

Endereço da KL Tower: No. 2 Jalan Punchak, Off, Jalan P Ramlee, Kuala Lumpur, 50250 Kuala Lumpur, Malásia

Outros pontos turísticos em Kuala Lumpur: Bukit Bitang (um centro comercial com lojas de luxo), Sunway Lagoo (um parque aquático com bungee jump), Thean Hou Temple (templo budista), Perdana Botanical Gardens, Islamic Art Museum,.

Diversão noturna, bares e restaurantes: a rua Jalan P Ramlee, localizada à direta das Petronas (a continuação da rua) é cheia de restaurantes, pubs, bares, bistrôs, casas noturnas, etc. Passamos por ela para ir no Hard Rock Cafe Kuala Lumpur (para quem não sabe, a gente coleciona copos da franquia), e ficamos impressionados com a quantidade de opções para se divertir.

Sugiro muito o restaurante Lai Po Heen, de comida cantonesa. Veja o review do nosso jantar clicando aqui.

Comidas locais: Chicken Rice (arroz perfumado servido com frango assado e molho de pimenta), Pie Tee (cone crocante feito com farinha de arroz, recheado com nabos, cenouras e ovos cozidos ou tiras de omelete e folha de coentro), Putu Bamboo (um tipo de bolo doce, feito a base de coco, vaporizado em tubos de bambus), Ais Kacang com sorvete (é um tipo de sorvete feito com raspas de gelo com geleias, milho doce e feijão vermelho), Mua Chi (feito de farinha de arroz, envolto a gergelim e amendoim esmagado), Roti Canai (café-da-manhã preferido dos malaios: pão tufado servido com curry). 

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