31 Dias em Nova York: Jackson Heights, uma região multicultural

Por Fábio Almeida

A grande vantagem de permanecer 31 dias em Nova York, sendo essa inclusive a 3ª vez na BIG APPLE, é a oportunidade de visitar e conhecer com calma as inúmeras regiões fora do circuito turístico.

Realmente é muito bacana passear pelas luzes da Times Square, subir até o 86 andar do Empire State Building ou visitar a Estátua da Liberdade.

Mas garanto a cada um de vocês: Nova York é muito mais que a Brooklyn Bridge, os shows da Broadway e os passeios pelas ruas lotadas de turistas de Midtown/Manhattan.
Hoje, vamos compartilhar uma experiência muito bacana, numa região pouco visitada por turistas, onde você tem a oportunidade de conhecer um pouco do dia a dia do verdadeiro nova-iorquino, principalmente o imigrante que deixou suas longínquas terras em busca do “sonho americano”.

Vamos falar um pouco sobre o bairro de Jackson Heights, intitulado “área multicultural do Queens“, conhecido pela sua diversidade étnica e cultural, pela sua vida noturna agitada e pela sua gastronomia diferenciada.

Resolvemos visitar Jackson Heigths em um sábado, logo após um intenso e inesquecível passeio pelo bairro Astoria (Para saber mais sobre Astoria, clique aqui).

Como na maioria das regiões de Nova York, a melhor maneira para chegar no Queens e consequentemente no bairro Jackson Heigths é via metrô. Existem várias linhas, onde destacamos as linhas V, R, G, E, F e a principal delas: 7, saindo da Times Square e chegando até a estação Roosevelt Avenue.

O trajeto não dura mais de 25 minutos.

Iniciamos nossa caminhada pela Roosevelt Avenue, onde deparamos com um dos inúmeros parques privados do bairro, chamados de “jardins” pelos moradores, muitas das vezes escondidos entre os prédios, e o mais interessante: em sua grande maioria, a entrada é restrita apenas para os moradores do quarteirão devidamente identificados ou convidados, fruto da origem do bairro, cujo fundador tinha como ideia principal a construção de um bairro de propriedade privada.

Caminhando pela Roosevelt Avenue é possível visualizar a aterrissagem e a decolagem dos aviões pelo “Laguardia Airport“. Trata-se de uma região tipicamente residencial, onde é muito comum você deparar com pessoas que ali residem brincando com os filhos, fazendo compras ou caminhando com seus animais de estimação.
Dez minutos de caminhada por essa região que nada lembra a “loucura” de Midtown, a primeira surpresa, que resume bem o aspecto multicultural de Jackson Heights: uma farmácia cuja placa de identificação está escrita em 3 idiomas.
Eis uma das melhores coisas para se fazer em Jackson Heights: conversar com as pessoas nas ruas, na cafeteria ou mesmo esperando o sinal verde de pedestres, nem que seja para solicitar alguma informação irrelevante. Nesse ambiente que só imaginávamos existir nos filmes de Hollywood, é possível conversar com colombianos, chineses, mexicanos, argentinos, sul-coreanos, turcos e brasileiros que residem há dias, meses e até anos em Nova York, momento único para desenvolver e aprimorar a língua inglesa. Diferenciar o sotaque em inglês dos inúmeros países é uma experiência muito bacana!
Conversando com alguns comerciantes e moradores nas imediações, é fácil constatar o diferencial dessa região: Uma loja muçulmana pode dar lugar a um restaurante turco, e uma sapataria portuguesa pode substituir uma loja de departamentos grega, ou seja, quer um pouco de cada país desse imenso planeta Terra na mesma região?
Venha para Jackson Heights.
Entre pela 37 Avenue e se delicie com calma, visitando uma loja de moda indiana, um restaurante especializado em comida das Filipinas, uma loja de celulares gerenciado por um vietnamita, joalheria especializada em Oriente Médio e até uma locadora especializada em filmes de Bollywood.

 

 

Fizemos um “Pit Stop” numa cafeteria Mexicana-Colombiana e pedimos um café espresso, acompanhado de “alguma coisa parecida” com pão de queijo.Como bom mineiro, sou apreciador inveterado de pão de queijo, acostumado ao “pão de queijo nosso de todo dia”, e estávamos há 32 dias sem degustar essa iguaria.

E o pior: para nossa decepção, o pão de queijo oferecido não passou de “coisa parecida”.

Para o roteiro gastronômico de degustação, sugerimos o Supermercado “Patel Brothers” (Verduras e legumes exóticos), o “India Sari Palace” (especializado em Sáris), o “Al Naimat” (Doces do sul da Ásia) e a confeitaria “La Paisa” (Salpicón colombiano – metade salada de fruta e metade suco).

 

Ao final de uma tarde extremamente proveitosa, ficamos com a seguinte impressão:Realmente é possível conhecer um pouco do mundo em um mesmo lugar…

E o nome desse lugar é Jackson Heights.

Até a próxima!!!

Um dia pelo Queens, a região multicultural de Nova York – Astoria

 

Nessa nossa terceira visita à Big Apple, tivemos a oportunidade de realmente visitar e explorar com calma e planejamento todos os 5 “Boroughs” de NYC. No entanto, um dos distritos que nos chamou a atenção foi o Queens. Tão pouco divulgado no sites de viagem e tão pouco explorado pelos milhões de visitantes todos os anos, que preferem se ater apenas às atrações da ilha de Manhattan.Confesso que foi uma das melhores experiências que vivemos durante os 30 dias de janeiro que estivemos na cidade, às quais compartilhamos neste post. O choque de etnias e de inúmeras culturas em um mesmo espaço territorial é simplesmente sensacional.

Antes algumas informações interessantes sobre o Queens: Possui praticamente a mesma área territorial de Manhattan, Bronx e Staten Island juntas, é um dos 62 condados do Estado de Nova York e foi fundado em novembro de 1863, possuindo à época uma área bem maior que a atual. O distrito possui esse nome devido aos ingleses, que chegaram ao local em 1640 e a nomearam como “Queens County”, em homenagem à portuguesa Catarina de Bragança, rainha consorte e esposa do Rei Carlos II da Inglaterra.
Iniciamos nossa jornada pelo Queens bem cedo, saindo da estação de metrô da Times Square (42 Street), pegando a linha amarela N, descendo na estação Broadway, no bairro Astoria, bairro residencial muito tranquilo e com poucos turistas. Também é possível chegar ao QUEENS pelas linhas de metrô roxa, laranja e azul ou pela Queens Boro Bridge, caso prefira o deslocamento de carro.
Estação Broadway – Linha N amarela – Queens
Sabadão começou com muita neve no Queens
Era sábado pela manhã, e é rotina dos finais de semana nos Estados Unidos que as pessoas acordarem mais tarde para degustar o famoso “Brunch“, uma mistura de café da manhã e almoço. Decidimos pelo Sanford Astoria, localizado no número 30-13 da Broadway Avenue, cerca de 5 minutos à pé da estação de metrô. Preço justo, comida de ótima qualidade e atendimento diferenciado. Mas para qualquer Brunch, tente efetuar a reserva pelo aplicativo “Yelp“, para não correr o risco de perder a caminhada (nem todos locais de Brunch aceitam reservas). 

Nossas escolhas foram pelo Nutella Smores Waffle e o Organic Omelet. Veja o menu completo do brunch neste link.

Prontos para as intensas atividades do dia, afinal de contas nossa média diária era de 10 km de caminhada, resolvemos explorar um pouco da região de Astoria, rumo ao primeiro destino do nosso roteiro: o famoso Kaufman Astoria Studios.

Astoria já foi conhecido como o bairro grego do Queens, hoje é muito mais diversificado. É muito comum encontrar com moradores brasileiros, colombianos, peruanos, eslavos, dentre outras nacionalidades pelas suas ruas residenciais ou pela Steinway Street, principal rua comercial da região.

Depois de 30 minutos de caminhada pela Broadway Avenue e suas ruas residenciais adjacentes, finalmente chegamos ao Kaufman Astoria Studios, que já foi o braço direito da Paramount Studios na costa leste dos EUA, palco das filmagens de “Sex and the City“, do último filme da franquia “Homens de Preto” e hoje ainda é responsável por vários seriados americanos.

Infelizmente o estúdio não realiza tour a turistas, e tivemos que nos contentar apenas com visita externa e algumas fotos.

Prepare-se para outra visita inesquecível e muito bacana: o Museu da Imagem e Movimento, um verdadeiro deleite para os amantes do cinema.

Extremamente interativo, o museu possui uma exposição única que mostra a evolução dos projetores, desde os primórdios ainda no século XX, além das primeiras câmeras de estúdio e de gravações externas.
Você terá a oportunidade única de conhecer “in loco” cerca de 125 mil objetos originais que contam a história do cinema, desde fotografias históricas, quanto figurinos utilizados em inúmeros filmes, truques de maquiagens, pequenas maquetes e muitas peças em exposição.

Abaixo enumeramos alguns destaques extremamente interessantes do museu, como as primeiras televisões, o boneco “Mestre Yoda” utilizado na franquia STAR WARS, maquete utilizada no filme “Blade Runner, o Caçador de Andróides”, a Boneca utilizada no filme “O Exorcista”, Roupas utilizadas na franquia “A Hora do Pesadelo”, com o fenomenal Freddy Krueger, um pouco da história do cinema, a tecnologia utilizada nos eventos esportivos, Personagens famosos do cinema e suas máscaras, sessão nostalgia e outros.
Aos mais fanáticos, um dia inteiro será insuficiente para tanta cultura nerd. Sensacional!!
Informações importantes sobre o museu:
Preço: $ 10 (Estudantes/Idosos): $ 7 Crianças entre 3/8 anos: $ 5
Horário Funcionamento: Terça a quinta: 10hs às 17hs, Sextas: 10hs às 18hs e sábados e domingos: 10hs às 17hs – Fechado às segundas e feriados

Depois de boa parte da manhã imersos nesse fantástico museu, seguimos pela famosa Steinway Street, uma das ruas mais famosas de Astoria/Queens, rumo a região norte, onde é possível visualizar desde Lojas de Moda Islâmica, quanto restaurantes Egipcíos e lojas especializadas em filmes de Bollywood, na Índia. Uma pluralidade de mundos em um país!

Andando pelas ruas próximas e adjacentes, é possível ouvir a cada esquina pessoas conversando em inglês, russo, português, francês, dentre outras línguas. Nossa sugestão? Perca-se pela Steinway Street, sem rumo definido e sem pressa, entre nas lojas, converse com as pessoas, tome um café numa “Bakery” escolhida sem qualquer critério e faça parte dessa experiência multicultural fantástica. 

Após um dia extremamente produtivo, onde conhecemos cada pedacinho de Astoria, resolvemos explorar outra região não menos fantástica do Queens, mais conhecida como Jackson Heights, que será relatado em outro post.


Até a próxima! 

Visita ao Estádio Rose Bowl – Pasadena – Los Angeles (Brasil Tetra/1994)

Fábio Almeida
E aqui estamos mais uma vez no Blog Viagens e Vivências… E mais uma vez compartilhando nossa experiência numa visita a um Estádio de Futebol.
Hoje não vamos falar de um Estádio qualquer, e sim da Arena onde o Brasil sagrou-se Campeão do Mundo de futebol em 1994, com aquele time até certo ponto burocrático, com uma defesa forte e um ataque avassalador com Romário e Bebeto.
Lembro como se fosse hoje daquele 17 de julho de 1994, quando em companhia de alguns amigos assistimos àquela final num bar localizado na região do Bairro Coração Eucarístico, cidade de Belo Horizonte/MG, e logo após, a comemoração no alto da Avenida Afonso Pena noite adentro, com direito inclusive a trio elétrico, muito comum na época.
E depois de muitas idas e vindas, praticamente 20 anos depois…
20 anos depois, no local do TETRA
Durante nossa última Road Trip pelos EUA e Canadá, tivemos a ótima ideia e a felicidade de incluir no nosso roteiro a belíssima cidade de Los Angeles, e como óbvia consequência, a visita ao Estádio Rose Bowl, localizado no subúrbio da cidade, cerca de 45 minutos de carro.
A capacidade oficial do Estádio é de 92 542 espectadores, e possui esse nome devido as mais de 100 variedades de rosas plantadas em volta do Estádio.

A arena é um importante palco do futebol americano, onde foram realizadas cinco edições do Super Bowl e onde acontece anualmente a partida mais prestigiada da liga universitária. Além disso, o local recebeu a decisão da medalha de ouro do Torneio Olímpico de Futebol Masculino em 1984, quando 101.799 pessoas viram a França derrotar o Brasil por 2 a 0.

Chegamos ao Estádio por volta das 12hs e tivemos sorte, pois não sabíamos se realmente existia visita guiada pelas suas dependências, e conseguimos comprar os tickets para o tour das 1230hs, ao preço de $ 17,50.
Um pouco de história do futebol num dia nublado
Aos poucos, outros aficcionados foram chegando, e iniciamos as atividades no horário marcado, com num pequeno grupo de cerca de 12 pessoas, guiados por uma americana muito simpática e comunicativa.
Início das atividades do dia
Fato interessante: no entorno do Estádio, tivemos a confirmação que na verdade, os Estados Unidos são o verdadeiro país do futebol…FEMININO!! Veja o vídeo e comprove!!
Após uma pequena apresentação da guia sobre o Estádio, que nos relatou as informações básicas descritas no início deste post, iniciamos a visita pelas arquibancadas inferiores. Em comparação com os novos Estádios brasileiros construídos para a Copa do Mundo/2014, digo sem qualquer medo de errar: trata-se de um colosso sim, mais um colosso ultrapassado, seja pela qualidade das cadeiras (ou a falta delas em alguns locais), seja pelo conforto (ou a falta dele em boa parte do Estádio) ou ainda pela estrutura deficiente. É fácil constatar pela foto que o Estádio encontrava-se em reforma na data de nossa visita, inclusive com a troca do gramado.
Viva o Brasil!!
What time is it?
Vista privilegiada para os jogos
O Estádio possui extensa área destinada aos bares e lanchonetes. Ao contrário da maioria dos Estádios Brasileiros, fica localizado praticamente fora do Estádio.
O Estádio possui uma área específica onde estão registrados para toda eternidade os grandes jogos de sua história.
Galeria dos jogos históricos
Rose Bowl na imprensa

O tour continua pelas arquibancadas em direção aos camarotes.

Nesse momento não resisti!! Na área reservada para a imprensa, no local onde encontravam-se o narrador Galvão Bueno e o Rei Pelé em 1994 durante a final da Copa do Mundo 1994, e no exato momento em que o craque italiano Roberto Baggio isolou a bola na última cobrança de pênaltis, repeti as palavras inesquecíveis emitidas pelo narrador: “É TEEEEETRAAAAA, É TETRAAAAAA, É TETRAAAAA…”
 
Impressionante reviver aquele momento!!
Por alguns minutos fiquei olhando para o gol onde o Baggio errou o último pênalti…Afinal de contas, ver o Brasil Campeão do Mundo era um dos meus maiores sonhos quando criança…
Camarotes com vista privilegiada e muitas regalias
Vista privilegiada dos camarotes
Lado externo do Estádio. Vista do alto dos camarotes
Última parte de nosso tour: área reservada para a imprensa e os vestiários dos jogadores.
Área reservada para a imprensa
Parte externa do Estádio
Vestiários
E assim encerramos nossa visita pela casa do Tetracampeonato Mundial, obrigatória para os amantes do futebol. Relembrando que os tuors ocorrem sempre de quinta a domingo, às 10:30h e às 12:30h com a duração de cerca de 1h30min.
 

 

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